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sábado, 26 de setembro de 2009

A história de Júlio (Final)


“Como sou grato a eles!”, exclamei após recordar tudo.

“Tia” Suely sorriu e olhando-me fixamente elucidou-me:

“Aprende com eles, Júlio, a maior lição que tentaram lhe dar. Amar! E seja grato, muito grato, a gratidão é uma demonstração do amor. Ingrato, pode perder a ligação com os seus benfeitores, ficando mais difícil receber benefícios. Grato, fortifica o laço de carinho que esses dois espíritos nutrem por você.”

“Será que um dia poderei retribuir a eles um décimo do que fizeram por mim?”, indaguei-a.

“Creio que os dois não necessitam da ajuda que você pode lhes dar. Seus pais são espíritos bondosos que em muitas encarnações têm seguido o caminho do bem e do conhecimento. Para eles só sua gratidão, seu amor, é o suficiente. Mas, Júlio, a vida lhe dará muitas outras oportunidades de fazer o bem, fazendo a outros, faz a si mesmo e consequentemente àqueles que nos amam, que querem nosso progresso.”

“Sou muito inferior a eles para ajudá-los...

“Não faça comparações!”, continuou Suely a elucidar-me. “Todas me parecem injustas. Pense neles como alguém que ama e que quer vê-lo bem. Quando você, socorrido, necessitou encarnar, eles se ofereceram para serem seus pais novamente. Não precisariam eles passar pelo que passaram, ter um filho doente e sofrer com a sua desencarnação precoce. Mas o amaram tanto que não quiseram você num lar estranho. Preferiram passar tudo, mas com você junto deles.”

Abaixei a cabeça, senti muito ter sido ingrato. Almejei seguir seus exemplos. Suely, lendo meus pensamentos, concluiu:

“Isso, Júlio, faça do exemplo deles a meta da sua vida. E não pense que esse período em que você esteve com eles lhes foi tão sacrificial. Aqueles que amam não vêem sacrifícios. Tiveram que modificar um pouco a vida deles quando você nasceu. Seus pais eram professores universitários e programaram horários diferentes de trabalho para que sempre um deles pudesse estar com você. Fizeram de tudo para melhorar seu estado e lhe dar conforto. São adeptos do Budismo, conhecem a reencarnação. Viram em você um espírito reencarnante necessitado de carinho e amor. Aproveitaram esse período difícil por que passaram, aprenderam muito, tornaram-se mais religiosos e estudiosos espirituais. Não tiveram sofrimentos-débito, mas crédito diante das Leis Divinas. Quando você desencarnou recentemente, tudo fizeram para ajudá-lo. Hoje, estão tranquilos em relação a você, sabem que está bem e, se quiser fazer algo por eles, seja o que eles lhe desejam.”

“Eles desejam que eu seja feliz!”, exclamei.

“Simples?”, indagou Suely, sorrindo.

“Não posso ter dó de mim nem remorso, isso gera inquietude e insatisfação. Quero ser útil, aprender e fazer o que eles querem, o que desejam para mim.”

Suely apertou minha mão e retirou-se, fiquei sozinho e fiz um propósito de melhorar, de ser como eles, e tenho conseguido. O amor deles me sustenta!

* * *
Ter um filho deficiente mental pode parecer sofrimento a muitas pessoas. Creio que é trabalhoso. Mas para muitos pais não é uma coisa nem outra. É estar perto daquele que amam. Encontrei muitos que agiram, agem como os pais de Júlio. Que amam tanto o espírito que necessita desse aprendizado que reencarnam para ajudá-lo, fortalecendo os laços desse afeto verdadeiro.

O personagem deste capítulo teve uma paralisia. É o nome que se dá a uma sequela de doença neurológica. Pode ser paralisia total ou parcial, com ou sem outros distúrbios de fala, audição, visão etc. A causa pode ser trauma de parto, congênito ou genético.

Júlio aprendeu a ser grato e, quando cultivamos a gratidão, nada nos parece injusto, e as ingratidões não nos atingem, porque tudo o que fazemos é por amor e sem esperar recompensas. Devemos lembrar só o que de bom recebemos e esquecer todo o mal. Os pais de Júlio não só devem ser exemplo a ele, mas a todos nós.

Vimos na história real de Júlio uma infeliz reação das muitas que podem acontecer aos que abusam do corpo perfeito, danificando-o com tóxicos, envenenando até seu perispírito, gerando muito sofrimento.

Há tempos atrás, quando Júlio em sua encarnação anterior desencarnou pelas drogas, elas não eram tão influentes como hoje. Tenho visto muitos imprudentes se viciarem, comprometendo-se muito espiritualmente. Os tóxicos existem, e ai de quem deles abusar.

(Comentários do Espírito Antônio Carlos)

Retirado do livro “Deficiente mental, porque fui um?” (Cap. 2) - Ditado por diversos espíritos - Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck Carvalho - Editora Petit

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A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

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