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quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Filhos com deficiência
A expectativa que toma conta do período de gestação da mulher é tão especial e admissível que se justifica a frustração ou a amargura que envolve tantos corações, quando constatam que seus rebentos, ansiosamente aguardados, são portadores de deficiência física ou mental ou a conjugação de ambas.
Compreensíveis a dor e a surpresa que se alojam nas almas paternas, ao começarem a pensar nas limitações e conflitos, agonias e enfermidades que acompanharão os seus filhos, marcados, irremediavelmente, para toda uma existência de dependências e limitações.
Quantos são os pais que, colhidos no amor próprio, fogem da responsabilidade de cooperar com os filhos debilitados!
Quantas são as mães que, transformadas em estátuas de dor ou de revolta, abandonam os filhos à própria sorte, relegando-os aos ventos do destino!
Entretanto, levanta-se um enorme contingente de pais e de mães que, ao identificarem os dramas em que se acham inseridos seus filhos, se enchem de ternura, de dedicação, vendo nas limitações físicas ou mentais desses, oportunidades de crescimento e enobrecida luta em prol do futuro feliz para todos.
O filho com deficiência geralmente é alguém que retorna aos caminhos humanos, após infelizes rotas de desrespeito à ordem geral da vida.
Os filhos lesados por carências corporais ou psíquicas estão em processo de ressarcimento, havendo deixado para trás, nas avenidas largas do livre-arbítrio, as marcas do uso da exorbitância, da insubmissão ou da crueldade.
Costumeiramente, os indivíduos que se valeram do brilho intelectual ou da sagacidade mental para induzir ao erro; para destruir vidas no mundo; para infelicitar, intrigando e maldizendo, reencarnam com os centros cerebrais lesados, em virtude de se haverem atormentado com suas práticas inferiores, provocando processos de desarranjo nas energias da alma, localizadas na zona da estrutura cerebral.
Não só intelectuais degenerados renascem com limitações psicocerebrais, mas, também, os que mergulharam nas valas suicidas, destroçando o cérebro e os seus núcleos importantes, sob graves distúrbios, que deverão ser recompostos por meio da reencarnação.
O despotismo implacável pode gerar neuroses ou epilepsias.
O domínio cruel de massas indefesas e desprotegidas pode produzir os mesmos efeitos.
Os homicídios cruéis podem acarretar infortunados quadros epilépticos, produzindo sobre a rede psiconervosa adulterações nas energias circulantes, provocando panes de frequência variada, de caráter simples ou crônico.
Seus filhos com deficiências podem estar em alguma dessas condições, necessitados da sua compreensão e assistência, para que sejam capazes de superá-las, com resignação e esforço íntimo, rumando para Deus, após atendidos os projetos redentores da Divindade.
Ame seus problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos, cooperando com eles, com muita paciência e com ternura, para que possam sair vitoriosos da expiação terrena, avançando para mais altos vôos no rumo do nosso Criador.
Forre-se de carinho, de tranquilidade interior, vendo nesses filhos doentes as jóias abençoadas que o Pai confia às suas mãos para que as burile.
Por outro lado, vale considerar que se você os tem nos braços ou sob a sua assistência e seus cuidados, paternais ou maternais, é em razão dos seus envolvimentos e compromissos com eles.
Você poderá tê-los recebido por renúncia e elevado amor de sua parte.
Mas, pode ser que você esteja diretamente ligado às causas que determinaram os dramas dos seus filhos, cabendo-lhe não alimentar remorsos, mas, sim, auxiliá-los e impulsioná-los para a própria recomposição, enquanto você, igualmente, avança para o Criador.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 'Filhos com deficiência', do livro 'Nossas riquezas maiores', pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter. Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. FEP.
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