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terça-feira, 24 de junho de 2008

CONSTITUIÇÃO DO ESPIRITISMO

Exposição de Motivos

I

Considerações preliminares

O Espiritismo teve, como todas as coisas, o seu período de gestação e, enquanto todas as questões, principais e acessórias, que dele derivam não se acharem resolvidas, somente pode dar resultados incompletos. Entreviu-se-lhe a finalidade, pressentiram-se-lhe as consequências, mas apenas de modo vago. Da incerteza sobre pontos ainda não determinados haviam forçosamente de nascer divergências sobre a maneira de os considerar; a unificação tinha que ser obra do tempo e se efetuou gradualmente à medida que os princípios se foram elucidando. Unicamente quando tiver desenvolvido todas as partes em que se desdobra é que a Doutrina formará um todo harmônico e só então se poderá julgar do que é o Espiritismo.
Enquanto ele não passava de uma opinião filosófica, não podia contar, da parte de seus adeptos, senão com a simpatia natural que a comunhão de idéias produz; nenhum laço sério podia existir entre eles, por falta de um programa claramente traçado. esta, evidentemente, a causa fundamental da débil coesão e da instabilidade dos grupos e sociedades que logo se formaram. Por isso mesmo, constantemente procuramos, e com todas as nossa forças, afastar os espíritas do propósito de fundarem prematuramente qualquer instituição especial com base na Doutrina, antes que esta assentasse em alicerces sólidos. Fora exporem-se a fracassos inevitáveis, cujo efeito teria sido desastroso, pela impressão que produziriam no público e pelo desânimo em que lançariam os adeptos. Semelhantes fracassos talvez retardassem de um século o progresso definitivo da Doutrina, a cuja impotência se imputaria um insucesso, devido, na realidade, à imprevidência. Por não saberem esperar, a fim de chegarem no momento exato, os muito apressados e os impacientes, em todos os tempos, hão comprometido as melhores causas. (Ver a Revista Espírita de julho de 1869, página 193).
Não se deve pedir às coisas senão o que elas podem dar, à medida que se vão pondo em estado de produzir. Não se pode exigir de uma criança o que se pode esperar de um adulto, nem de uma árvore que acaba de ser plantada o que ela dará quando estiver em toda a sua pujança. O Espiritismo, em via de elaboração, somente resultados individuais podia dar; os resultados coletivos e gerais serão fruto do Espiritismo completo, que sucessivamente se desenvolverá.
Se bem não haja ele dito ainda sua última palavra sobre os pontos, aproxima-se do seu complemento e soou a hora de se lhe oferecer uma base forte e durável, suscetível, contudo, de receber todos os desenvolvimentos que as circunstâncias ulteriores comportem e que ofereça toda a segurança aos que inquiram quem lhe tomará as rédeas, depois daquele que lhe dirigiu os primeiros passos.
A Doutrina é, sem dúvida, imperecível, porque repousa nas leis da Natureza e porque, melhor do que qualquer outra, corresponde às legítimas aspirações dos homens. Entretanto, a sua difusão e a sua instalação definitiva podem ser adiantadas ou retardadas por circunstâncias várias, algumas das quais subordinadas à marcha geral das coisas, outras inerentes à própria doutrina, à sua constituição e à sua organização.
Conquanto a questão de substância seja preponderante em tudo e acabe sempre por prevalecer, a questão de forma tem aqui importância capital; poderia mesmo sobrepujar momentâneamente e suscitar embaraços e atrasos, conforme a maneira por que fôsse resolvida.
Houvéramos, pois, feito coisa incompleta e deixado grandes dificuldades para o futuro, se não prevíssemos as que podem surgir. Com o intuito de evitá-las foi que elaboramos um plano de organização, pondo em jogo a experiência do passado, a fim de evitar os escolhos contra que se chocaram a maioria das doutrinas que apareceram no mundo.
O plano aqui exposto concebemo-lo há longo tempo, porque sempre nos preocupamos com o futuro do Espiritismo. Fazemo-lo pressentir, em diversas ocasiões, vagamente, é certo, mas o bastante para mostrar que não é esta, hoje, uma concepção nova e que, trabalhando na parte teórica da obra, não nos descuidávamos do lado prático.
Allan Kardec
(O texto é do livro Óbras Póstumas - Seguna Parte)

Enviado pelo irmão amigo e colaborador: Braz José Marques

sexta-feira, 20 de junho de 2008

“O que tens passa, deixas de possuir; mas, o que és, permanece, não se consome.” -- Joanna de Ângelis.

(Do livro “Momentos de saúde”, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal ).

terça-feira, 17 de junho de 2008

MINI-DEPÓSITOS

Uma frase de louvor para quem trabalha.

Silenciar reclamações mesmo justas.

Abster-se de falar em momentos de irritação.

Repetir sem alteração de voz qualquer informação para a pessoa que não esteja ouvindo corretamente.

Adicionar esperança e otimismo à conversação.

Omitir as chamadas “verdades desagradáveis” sem benefícios para ninguém.

Evitar perguntas claramente desnecessárias.

Calar os defeitos do próximo.

Ouvir o interlocutor sem desviar-se do assunto.

Silenciar gracejos e ironias.

Falar motivando as criaturas para o bem.

Cultivar gentileza.

Observar respeito pelas tarefas alheias.

Deixar aos outros o direito de descobrirem as suas próprias realidades, sem qualquer ingerência nos assuntos que lhes pertençam à vida.

Negar-se a pejorativos e brincadeiras com essa ou aquela dificuldade orgânica, seja de quem for.

Querer os amigos em regime de liberdade.

Prestar serviço espontâneo.

Auxiliar sem ferir.

Admirar sem invejar.

Diminuir a tristeza ou suprimi-la onde a tristeza possa existir.

Compreender as lutas e problemas dos outros sem mostrar-se superior a quem sofre.

Alguns instantes de presença afetuosa onde alguém necessite de reconforto.

Auxiliar a uma criança difícil sem censuras posteriores.

Podar sem alarde problemas que existam ou que possam aparecer.

Evitar complicações.

Experimente lançar estes minidepósitos na Organização Bancárias da Vida e você receberá lucros surpreendentes pela Carteira do Bem.





pelo Espírito André Luiz - Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro: "Buscas e Acharás" - EDIÇÃO IDEAL

Autoridade X Responsabilidade

Quanto pesa a responsabilidade de um cargo?

Observa-se que muitos perseguem nomeações para cargos e disputam, com ardor, lugares que lhes conferirão autoridade sobre outros.

Contudo, quando assumem postos de comando esquecem-se dos objetivos reais para os quais foram ali colocados, passando a agir em seu próprio favor.

Tal posição nos recorda a história de um homem que foi nomeado mandarim, uma espécie de conselheiro na China.

Envaidecido com a nova posição, pensou em mandar confeccionar roupas novas.

Seria um grande homem, agora.

Importante.

Um amigo lhe recomendou que buscasse um velho sábio, um alfaiate especial que sabia dar a cada cliente o corte perfeito.

Depois de cuidadosamente anotar todas as medidas do novo mandarim, o alfaiate lhe perguntou há quanto tempo ele era mandarim. A informação era importante para que ele pudesse dar o talhe perfeito à roupa.

Ora, perguntou o cliente, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?

Paciente, o alfaiate explicou: "a informação é preciosa.

É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com o nariz erguido, a cabeça levantada. Nesse caso, preciso fazer a parte da frente maior que a de trás.

Depois de alguns anos, está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos de sua experiência. Torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito em seguida. Para esse costuro um manto de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás.

Mais tarde, sob o peso dos anos, o corpo está curvado pela idade e pelos trabalhos exaustivos, sem falar na humildade que adquiriu pela vida de esforços. É o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa.

Portanto, preciso saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente perfeitamente."

O homem saiu da loja pensando muito mais nos motivos que levaram seu amigo a lhe indicar aquele sábio alfaiate, e menos no manto que viera encomendar.

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Cargos e funções, são sempre responsabilidades que nos são oferecidas pela divindade para nosso progresso.

Não há motivo para vaidade, acreditando-se superior ou melhor que os outros.

Quando Pilatos assegurou a Jesus que tinha o poder de vida e morte, e que em suas mãos estava o destino de suas horas seguintes, o Mestre alertou-o dizendo: "Procurador, a autoridade de que desfrutas não é tua; foi-te concedida e poderá ser-te retirada."

De fato isso veio a acontecer.

Apenas poucos anos após a morte de Jesus, o poder de Roma retirou do procurador da Judéia, Pôncio Pilatos, toda a autoridade. Ele perdeu o cargo, o prestígio, e tudo que acreditava fosse eterno em suas mãos.

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Toda autoridade deve se centralizar no amor e na vida exemplar, a fim de se fazer real.

A autoridade de que nos vejamos investidos deve ser exercida sem jamais ferir a justiça.

No desempenho dos nossos deveres, recordemos que só uma autoridade é soberana: aquela que procede de Deus, por ser a única legítima.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na Revista Brasil Rotário - julho de 1998, nº 913).

INTELERÂNCIA E PESEGUIÇÕES (Ao Espiritismo)

"Os adversários falam do Espiritismo como os cegos fala das cores, sem conhecimento de causa, sem exame sério e aprofundado, e unicamente baseados numa primeira impressão. Seus argumentos se limitam á negação pura e simples, visto que não respeitamos como argumentos os dichotes facetos; por mais espirituosas que sejam, as zombarias não constituem razões.
"Nenhuma idéia nova, por mais bela e justa que seja, se implanta instantaneamente no espírito das massas, e aquela que não encontrasse oposição seria um fenômeno insólito. Por que o Espiritismo faria exceção à regra geral? Às idéias, tal como aos frutos, é preciso dar tempo para amadurecerem; mas a leviandade humana faz que as julguem antes da maturidade, ou sem se darem ao trabalho de sondar-lhes as qualidades íntimas." - Revista Espírita 1859, página 239.

"Quando um fato se apresenta, não nos contentamos com uma única observação; queremos vê-lo sob todos os aspectos, sob todas as faces, e, antes de aceitar uma teoria, examinamos se ela explica todas as particularidades, se nunhum fato desconhecido virá contradizê-la; em suma, se resolve todas as questões: eis o preço da verdade. A oposição que se faz a uma idéia está sempre na razão de sua importância. Se o Espiritismo fosse utopia, dele não se ocupáriam mais do que de tantas outras teorias. O encarniçamento da luta é o indício certo de que o tomaram a sério. Mas, se há luta entre o Espiritismo e o clero, a História dirá quais foram os agressores. Os ataques e as calúnias de que tem sido alvo forçaram-no a devolver as armas que lhe lançaram e a mostrar os lados vulneráveis de seus adversários." - Revista Espírita 1864, página 198.

"Em lógica elementar, para discutir uma coisa é preciso conhecê-la, visto que a opinião de um crítico só tem valor quando ele fala com perfeito conhecimento da causa. Só então a sua opinião, ainda que errônea, pode ser levada em consideração. Mas, que importância tem ela acerca de um assunto que ele ignora? O verdadeiro crítico deve dar provas, não somente de erudição, mas também de profundo saber com respeito ao objeto em exame, de julgamento são e de imparcialidade a toda prova, sem o que o primeiro menestrel que surgisse poderia arrogar-se o direito de julgar Rossini, e um jovem aluno de pintura o de censurar Rafael. O Espiritismo só pode considerar como crítico sério aquele que houvesse tudo visto, tudo estudado, com paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que soubesse sobre esse assunto tanto quanto o mais esclarecido adepto; que não tivesse extraído seus conhecimentos dos romances da ciência; a quem não poderiam opor nenhum fato do seu conhecimento, nenhum argumento que ele não tivesse meditado; que refutasse, não por negações, mas por meio de outros argumentos mais peremptórios; que pudesse, enfim, atribuir uma causa mais lógica aos fatos averiguados. tal crítico está ainda por aparecer." - Revista Espírita 1860, página 271.

"O Espiritismo não deve ser imposto; se vêm a ele é porque dele necessitam, e porque dá o que as outras filosofias não dão. Convém mesmo não entrar em nenhuma explicação com os incrédulos obstinados: seria dar-lhes muita importância e fazê-los crer que se depende deles. Os esforços que se fazem para atraí-los, afastam-nos, e, por amor-próprio, se obstinam em sua posição. Eis por que é inútil perder tempo com eles; quando a necessidade se fizer sentir, virão por si mesmos. enquanto se aguarda, deve-se deixá-los tranqüilos, a se comprazerem no seu cepticismo, que, crede-o bem, muitas vezes lhes pesa mais do que dão a perceber; porque, por mais que o digam, a idéia do nada após a morte tem algo de mais assustador, de mais cruciante do que a própria morte." - Revista Espírita 1861, página 371.

"É o Espiritismo, como alguns julgam, uma nova fé cega substituindo outra fé cega? ou, em outras palavras: uma nova escravização do pensamento sob nova forma? Para o crer, só mesmo lhe ignorando os primeiros elementos. Com efeito, o Espiritismo estabelece, em princípio, que antes de crer faz-se necessário compreender; ora para compreender, deve-se fazer uso do discernimento. Eis por que ele procura dar a si mesmo explicação de tudo antes de admitir alguma coisa, a saber: o porquê e o como de cada coisa. Assim, os espíritas são mais cépticos do que muitos outros, a propósito dos fenômenos que ultrapassam o círculo das observações habituais. Não repousa em nenhuma teoria preconcebida e hipotética, mas na experiência e na observação dos fatos." - Revista Espírita 1867, páginas 40/44.

Texto seleccionado pelo amigo Braz José Marques

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Respondendo a questões

Uma irmã colocou-nos os comentários que a seguir apresentamos, aos quais tentaremos responder e peço desde já aos nossos leitores para deixarem aqui a sua opinião acerca deste assunto.
De seguida deixo aqui os comentários apresentados por esta nossa irmã e a nossa sincera opinião acerca deste caso.

Anónimo disse...
Eu a pouco tempo estou interessada na religião kardecista , pois foi a única que eu encontrei pessoas que pensam igual a mim.. Já fui crente batizada na igreja e tudo , mais achava muitas coisas um tanto contraditórias...
Estou lendo bastante sobre o assunto, e vi que tenho uma certa mediunidade, o que me deixou preocupada, pois os sintomas do começo ( os que sinto) não são de espirítos bons, portanto preciso procurar uma casa espírita para desenvolvê-la , mais eu tenho vicíos, como o cigarro, estou disposta a largar pra trabalhar para Deus, o que vc me aconselha?
Largar os vícios primeiro, ou começar o desenvolvimento mediúnico e ir largando no decorrer do processo?
Me ajude , estou cheia de dúvidas...

Obrigada, Juliana Durant


Cara irmã
Agradeço suas questões e deixo aqui aberto para todos os colaboradores que queiram deixar seus comentários e suas opiniões acerca do seu caso e tentar ajudar dentro do possível.
Todo o espírita kardecista se deve dedicar ao estudo e o ideal é que seja em grupo, estudando e analisando fundamentalmente as obras básicas da codificação e posteriormente as obras acessórias ou complementares.
Não sei em que você se baseia para afirmar que sua mediunidade não seja de espíritos bons, até porque e perdoe a minha ignorância, desconheço qual o tipo de sua mediunidade, é que poderemos nos encontrar não perante um caso de mediunidade, mas de pura e simples obsessão.
Em qualquer dos casos aquilo que eu posso aconselhar é sim a frequência de um centro espírita kardecista, devidamente federado e não um que simplesmente se afirme espírita, pois convém que exista o máximo de seriedade em seu caso.
Creia que não faço estas afirmações por casualidade ou por mero acaso, poderei caso você ache necessário tentar passar a você o contacto de alguém que se encontre relativamente próximo de você ou inclusive um centro próximo de onde você reside, afim de que a possam ajudar e que se possa efectivamente compreender qual o seu caso.
Quanto aos vícios que possui, quem sou eu ou qualquer um de nós para julgarmos, viemos aqui à Terra para podermos aprender e nos melhorar, não vou dizer a você que continue com os vícios, devo antes afirmar que dentro do possível você os deve evitar e tentar se corrigir, não de uma forma brusca, o que poderia até ser prejudicial, mas a pouco e pouco ir-se corrigindo.
Todos nós temos sempre uma segunda oportunidade, por isso nunca desanime, nada acontece por mero acaso e o nosso processo de aprendizagem leva centenas de anos e não se realiza de uma só vez, devemos sim dentro de nossas capacidades fazermos o melhor possível.
Me escreva para o email: o.jornalinho@hotmail.com ou para aqui mesmo, tentarei ajudar da forma que for capaz.
Abraço fraterno
Pedro Gonçalves

sexta-feira, 13 de junho de 2008

“Recorda que toda dor, como toda nuvem,forma-se, ensombra e passa” -- Emmanuel.

(Do livro “Palavras de vida eterna”, psicografado por Chico Xavier, cap.33, ed. CEC).

quinta-feira, 12 de junho de 2008

ATAQUES AO ESPIRITISMO

- Se o Espiritismo torna os homens melhores e conduz os descrentes à crença em Deus, na alma e na vida futura, ele só pode fazer o bem. Por que então ele tem inimigos e por que aqueles que tudo isso negam não cansam de atacá-lo?

- O Espiritismo tem inimigos, como toda e qualquer idéia nova os tem. Uma idéia que se estabelecesse sem oposição, seria um fato miraculoso. E ainda há mais: quanto mais for falsa e absurda, menos encontrará adversários, enquanto que os terá em número tanto maior quanto mais ela for verdadeira, justa e útil. Esta é uma conseqüência natural do estado atual da Humanidade. Toda idéia nova, vem necessariamente, suplantar uma idéia velha. Se ela é falsa, rídicula ou impraticável, ninguém lhe dá importância, pois que, instintivamente, compreende-se que não tem validade. Deixam-na, morrer de morte natural. Se é justa e fecunda, ela atemoriza aqueles que, a qualquer título, por orgulho ou interesse material, estiverem interessados em manter a idéia antiga. Estes a combaterão e com tanto maior ardor quanto melhor perceberem o perigo que representa aos seus interesses. Examinai a história, a indústria, as ciências, as religiões e por toda a parte encontrareis a aplicação deste princípio. Mas a história também vos dirá que, contra a verdade, ninguém e nada pode prevalecer. Ela se estabelece, queiram ou não, quando os homens já estão suficientemente maduros para aceitá-la. Torna-se necessário então que seus adversários se acomodem, pois isto é o único que lhe resta. E, coisa bizarra, muitas vezes eles se gabam de terem sido os primeiros a quem ocorreu a idéia até então combatida.
Pode-se, de modo geral, julgar a importância de uma idéia pela oposição que ela suscita. Suponde que, em chegando a um país desconhecido, tomais conhecimento de que o povo ali se prepara para repelir um inimigo que tenta invadir-lhe os limites territoriais. Ora, se aperceberdes que são enviados a essas fronteiras apenas quatro soldados e um cabo, julgareis que o inimigo não é tão temível. Outra será, entretanto, a vossa reação se virdes ser mobilizado contra ele numerosos batalhões municiados com toda a artilharia de guerra. O mesmo se passa relativamente às idéias novas. Anunciai uma teoria francamente ridícula e irreal, envolvendo os interesses maiores da sociedade. Ninguém nem ao menos sonhará em combatê-la! Se essa concepção, pelo contrário, for fundamentada sobre a lógica e o bom senso, se recrutar entre seus adesos pessoas de inteligência, por ela realmente impressionadas, todos quantos vivem sob a velha ordem vigente dirigirá contra ela suas mais poderosas baterias. Tal é a história do Espiritismo. Os que o combatem com mais encarniçamento não o fazem, em realidade, porque ele constitui uma idéia falsa, pois, - seria o caso de se perguntar, - por que deixam passar tantas outras sem nenhum pronunciamento? É que o Espiritismo os inquieta e atemoriza. Ora, não se teme um mosquito, embora, muitas vezes, já se tenha visto um mosquito deitar por terra um leão.
Notai a sabedoria providencial em todas as coisas. Nunca uma idéia nova, de certa importância, se apresenta de súbito, com toda a sua força. Ela cresce e, de pouco em pouco, se infiltra nos hábitos. O mesmo ocorre ao Espiritismo, que podemos ter, sem presunção, como a idéia capital do século. Mais tarde verificar-se-á se nos anganamos, a começar pelo inocente fenômeno das mesas girantes. Foram elas uma criança com a qual brincaram até mesmo os seus mais rudes adversários. E, valendo-se da diversão, ela penetrou por toda parte. Entretanto bem depressa cresceu. Hoje é adulta e ocupou o seu lugar no mundo da filosofia. Já não se brinca com ela, discutem-na e combatem-na. Se fosse uma mentira, uma utopia, não teria saído de suas fraldas. - Allan Kardec.
Do livro: Viagem Espírita em 1862 - Discurso IV

Enviado pelo amigo e irmão: Braz José Marques

Deus me ama tão profundamente, que:

Não me livra dos problemas que eu preciso enfrentar, para amadurecer e me sentir mais forte.

Não me poupa das tristezas e decepções, que são necessárias para o meu crescimento.
Me permite experimentar a dor física e a dor da alma, para que eu me torne cada vez mais sensível e mais humana.

Não tem me dado uma vida de riquezas e nem de facilidades.
Mas também não tem me dado uma vida de pobreza extrema e nem de necessidades.

Ele me dá uma vida, onde eu possa ter, na medida certa, tudo que preciso para viver com honestidade.

Ele me fez entender que o meu tempo aqui é curto, para acumular coisas desnecessárias à minha espiritualidade.

Ele tem me dado, principalmente, o que eu posso levar comigo, quando eu partir, e entregar a Ele, no momento do nosso encontro.

Deus, em sua suprema sabedoria, sabe o que eu preciso para ser feliz.

Ele sabe que a minha felicidade não está nas coisas materiais.

Ele sabe que se eu tivesse uma vida de riquezas, provavelmente, eu daria tanto valor as futilidades que até me esqueceria Dele.

E se eu esquecesse Dele, logo chegaria um dia em que eu me sentiria extremamente infeliz.
Repleta de valores materiais, mas vazia por dentro.

Tem feito de mim, uma pessoa forte, esforçada, lutadora, que sonha, que chora, que cai e se levanta, que olha pra cima, e que vê longe...

Muito além do que se pode tocar com as mãos.

Tem feito de mim, uma pessoa que busca dar a sua parcela de contribuição para a vida. E que vive para realizar o que anseia espiritualmente. Mesmo que sozinha. Porque sozinha nunca estarei.
Tenho o profundo amor de Deus comigo.

Deus me ama tão profundamente, que me fez entender:

Que o tempo que eu perco nas minhas lutas diárias, que a dor física e a dor da alma me aproxima mais Dele.

Que nas minhas tristezas e decepções ele está sempre comigo.

Que não consiga nada com tanta facilidade! Porque assim, eu consigo valorizar minhas pequenas conquistas.

Que eu tenho problemas para enfrentar!
Porque assim eu aprendo, evoluo e amadureço.

Que eu tenho momentos de tristezas, para que depois, eu possa festejar a minha alegria!

Que eu não tenho nada do que reclamar, tenho somente o que agradecer a Deus por tudo!

O Senhor, em sua suprema sabedoria, sabe o que eu preciso para ser feliz.
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"Se Deus criou as pessoas para amarmos e as coisa para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"

Enviado pela amiga e irmã Elaine Piccine

segunda-feira, 9 de junho de 2008

QUESTÕES A MEDITAR

Você dominará sempre as palavras que não disse, entretanto, se subordinará àquelas que pronuncie.
Zele pela tranquilidade de sua consciência, sem descuidar de sua apresentação exterior.
No que se refere à alimentação, é importante recordar a afirmativa dos antigos romanos: "há homens que cavam a sepultura com a própria boca".
Tanto quanto possível, em qualquer obrigação a cumprir, esteja presente, pelo menos dez minutos antes, no lugar do compromisso a que você deve atender.
A inação entorpece qualquer faculdade.
O sorriso espontâneo é uma bênção atraindo outras bênçãos.
Servir, além do próprio dever, não é bajular e sim ganhar segurança.
Cada pessoa a quem você preste auxílio, é mais uma chave na solução de seus problemas.
É natural que você faça invejosos, mas não inimigos.
Cada boa ação que você pratica, é uma luz que você acende, em torno dos próprios passos.
Quem fala menos ouve melhor, e quem ouve melhor aprende mais.



(André Luiz/Francisco Cândido Xavier, livro "Sinal Verde")

DONATIVO DE AMOR

Filhos, o Senhor nos abençoe. Nas reflexões a que somos induzidos pela caridade, recordemos nós mesmos na construção do Mundo Melhor, com a bênção de Jesus.

Efetivamente, o Senhor nos concede:
o ambiente de trabalho;
o veículo de manifestação;
a luz do entendimento;
o clarão da verdade;
o alimento do amor;
a chama do ideal;
a bênção da palavra;
os meios de intercâmbio;
as oportunidades de ação;
o sustento da fé;
a dádiva da esperança;
o apoio íntimo que nos assegure serenidade e paciência ante as dificuldades do caminho;
o tesouro da afinidade pelo qual nos enriquecemos com a presença e o concurso de companheiros que se nos reúnem às tarefas;
os laços da fraternidade;
a composição dos recursos necessários à edificação do bem a que nos empenhamos;
a cooperação dos valores afetivos;
o incentivo do lar;
os benefícios do aprendizado;
as vantagens do conhecimento;
as possibilidades de serviço;
o amparo da vida institucional que nos reúne para os deveres que nos competem;
os braços dos amigos;
o aviso dos adversários;
as fontes de compreensão e de carinho em que nos dessedentamos para seguir à f rente;
o material de trabalho, de cuja colaboração ser-nos-á possível retirar as mais preciosas riquezas do espírito;
o dom da confiança;
a luz do discernimento;
as mil providências de socorro e sustentação de que nos achamos rodeados para que venhamos a superar valorosamente todos os problemas que surjam no caminho a trilhar...

Enfim, meus filhos, o Senhor nos dá tudo em se referindo aos meios de que temos necessidade para a realização espiritual, mas só nos pede um donativo, sem o qual a obra em nossas mãos esmoreceria na base: a caridade de cedermos dos nossos pontos de vista, aceitando-nos uns aos outros tais quais somos, nos alicerces da união fraterna em serviço, por amor à tarefa que nos foi confiada, porque essa tarefa, na essência, pertence ao Senhor na pessoa do próximo e não a nós.

Filhos queridos, vejamos um edifício comum.

Se o piso não suporta as paredes e se as paredes não toleram o teto; se os recursos de alvenaria ou as vigas de apoio não se irmanam uns aos outros, enlaçando-se entre si, sem que os fios encontrem refúgio no corpo da construção e se os agentes de comunicação não conseguem apoio nos elementos constitutivos da casa, é impossível a sustentação da obra em si como reduto de moradia e educação, amor e progresso.

Sem a caridade, diz-nos o Excelso Codificador, não há salvação e sem união, entre nós, toda realização humana, com o Senhor, conquanto o Senhor nos abençoe e nos sustente, será sempre francamente impossível.

Oremos hoje pela extensão da caridade na Terra sem nos esquecermos de orar por nós mesmos para que a caridade, de uns para com os outros nos garanta a continuidade do privilégio de exercer a caridade com Jesus, em auxílio de todos os nossos irmãos da jornada humana, hoje e sempre.





pelo Espírito Batuira - Do Livro “Seguindo Juntos” - Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos

domingo, 8 de junho de 2008

QUEM NOS VÊ?

Conta-se que, certa vez, um agricultor cujos campos não produziam, optou por roubar trigo dos seus vizinhos.

Imaginou que se retirasse um pouco de trigo de cada campo, ninguém haveria de perceber. E ele teria com que se alimentar e à família.

Quando a noite chegou, tomou da filha, uma menina de 10 anos e foi ao campo de trigo do vizinho mais próximo.

Filha, – ele sussurrou – você fica de guarda. Se enxergar alguém, me avise logo.

Mal iniciara a colheita, ouviu a garota gritar:

Papai, alguém está vendo você!

Assustado, ele olhou ao redor. Não viu ninguém. Amarrou rapidamente o trigo que recolhera e foi para o segundo campo.

Logo a criança tornou a gritar:

Papai, alguém está vendo você!

Ele parou. Não havia ninguém à vista. Amarrou o trigo roubado e rumou para o terceiro campo.

De imediato, a menina gritou:

Papai, alguém está vendo você!

Irritado, ele foi para junto da filha e falou:

Por que você fica dizendo que alguém está me vendo? Não há ninguém por perto. Ninguém nos vê.

Num murmúrio, como se temesse ser ouvida por mais alguém, a menina disse:

Há sim, papai. Deus está vendo o que você faz. Ele tudo vê. Não importa seja noite escura, sem lua. Não importa que você faça escondido. Ele vê.

Quantas vezes, em nossas vidas, temos agido como o agricultor da história?

Realizamos ações às ocultas dos olhares humanos e imaginamos que ninguém jamais saberá o que fizemos.

Assim urdimos a calúnia, enganamos o próximo, armamos intrigas.

E que dizer dos crimes contra a vida, cometidos em salas fechadas, em noites escuras? Aborto, eutanásia, violências no lar.

Ainda somos daqueles que imaginamos que o mal não tem importância, desde que ninguém saiba que o cometemos.

No entanto, embora possamos passar impunes pelas leis dos homens, que não nos descobrirão os feitos covardes, a Divina Justiça tudo vê e anota.

Um dia, de consciência desperta, haveremos de responder perante a Lei Maior por tudo o que de errado fizemos.

E a justiça da Lei determina que seja dado a cada um conforme as próprias obras.

A chaga que abrimos na alma de alguém pode lhe ser luz e renovação. Mas para nós, os causadores da dor, será sempre chaga de aflição a nos pesar na vida.

A injúria que lançamos aos semelhantes é chibata mental que nos chicoteia.

Porque cada consciência vive dentro dos seus próprios reflexos, evitemos o mal, mesmo porque todo o mal que fizermos aos outros é mal para nós mesmos.

A fé raciocinada nos revela que nenhuma ação passa despercebida, que nada é desconsiderado na contabilidade divina.

Se acreditarmos nisso, com certeza agiremos melhor, para nossa própria felicidade.






Redação do Momento Espírita, com base no cap. Alguém está vendo você, de O livro das virtudes para crianças, de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira e no cap. 47 do livro Justiça divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb

sexta-feira, 6 de junho de 2008

GLORIFICANDO O SANTO NOME

O professor contou, em aula, que, no princípio da vida na Terra, quando os minerais, as plantas e os animais souberam que era necessário santificar o nome de Deus, houve da parte de quase todos um grande movimento de atenção.

Certas pedras começaram a produzir diamantes e outras revelaram ouro e gemas preciosas.

As árvores mais nobres começaram a dar frutos.

O algodoeiro inventou alvos fios para a vestimenta do homem.

A roseira cobriu-se de flores.

A grama, como não conseguia crescer, alastrou-se pelo chão, enfeitando a Terra.

A vaca passou a fornecer leite.

A galinha, para a alegria de todos, começou a oferecer ovos.

O carneiro iniciou a criação de lã.

A abelha passou a fazer mel.

E até o bicho-da-seda, que parece tão feio, para santificar o nome de Deus fabricou fios lindos, com os quais possuímos um dos mais valiosos tecidos que o mundo conhece.

Nesse ponto da lição, como o instrutor fizera uma pausa, Pedrinho perguntou:

- Professor, e que fazem os homens para isso?

O orientador da escola pensou um pouco respondeu:

Nem todos os homens aprendem rapidamente as lições da vida, mas aqueles que procuram a verdade sabem que a nossa Inteligência deve glorificar a Eterna Sabedoria, cultivando o bem e fugindo ao mal. As pessoas que se consagram às tarefas da fraternidade, compreendendo os semelhantes e auxiliando a todos, são as almas acordadas para a luz e que louvam realmente o nome de nosso Pai Celeste.

E, concluindo, afirmou:

O Senhor deseja a felicidade de todos e, por isso, todos aqueles que colaboram pelo bem-estar dos outros são os que santificam na Terra a sua Divina Bondade.





Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei
“Recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” – Emmanuel.

(Do livro “Estude e viva”, de Emmanuel e André Luiz,
psicografia de Chico Xavier, pág. 229, 9ª ed., publicação FEB)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

REAJUSTE E SIMPLICIDADE

Não é pela desconfiança que atingiremos a certeza.
Aprenda a entesourar a fé, amealhando os grãos da esperança.

Não é pela violência que alcançaremos a realização.
Habitue-se a usar a serenidade, considerando que um edifício se constitui de insignificâncias mil.

Não é pela maldade que chegaremos à bondade.
Acostume-se a tolerar e a desculpar, corrigindo em você mesmo aquilo que lhe desagrada nos outros.

Não é pela desaprovação que improvisaremos o estímulo.
Procure as particularidades elogiáveis e os ângulos nobres das situações e das pessoas, para que o bem seja cultivado e reine soberano.

Não é exaltando a sombra que acenderemos a luz.
Evite os comentários obscuros, onde o mal encontra brechas para dominar os atos, as palavras e os pensamentos.

Não é semeando moléstias que sustentaremos a saúde.
Alie a carga mental das idéias enfermiças e plante o bom ânimo, o otimismo e a alegria, em cada minuto.

Não é contemplando feridas que ajudaremos a Humanidade.
Lembre-se do “lado melhor” do irmão de jornada e ajude-lhe o coração a esquecer todo mal.

Não é destruindo que construiremos o Reino Divino nos circulos da Terra.
Restaure o que puder onde o desastre passou proclamando perturbação e falência.

Não é descendo às furnas sombrias do desânimo e da tristeza que escalaremos a montanha da luz.
Use os seus patrimônios e as suas experiências no Evangelho e na Revelação dos Espíritos Benevolentes e Sábios, tanto quanto mobiliza a água e o sabão nas lutas de cada dia e verá a colheita sublime de sua nova sementeira.

O ministério de Jesus não é serviço de crítica, de desengano, de negação.
É trabalho incessante e renovador para a vida mais alta em todos os setores do mundo.

Ninguém precisa ferir, humilhar ou desesperar.
Reajuste e simplifique.
O Senhor fará o resto.





pelo Espírito André Luiz - Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. Da obra: Nosso Livro

CEGUEIRA ESPIRITUAL

O galo cantou com a aurora o céu a romper, bom dia , é mais um dia na Terra.

- Felizes os que abrem os olhos aqui, é mais uma chance para reconhecer os erros e a visão da vida corrigir.

- A visão este sentido tão importante para o reconhecimento da direção, porém todos parecem tão cegos a se debaterem na escuridão.
Gestos tão ensaiados, mecanizados, como se fossem incapazes de detectarem a própria razão !

- Chico, vamos agora explorar as cavernas das emoções obscuras, donde o espírito luta para vencer os pesares e as culpas.

- Chegando mais perto poderemos sentir as energias a vibrar, pois sabemos que os pensamentos são o nosso principal radar.

- Veja, andam atordoados, como autômatos de cá para lá, daqui para acolá. Das palavras proferidas um mínimo são refletidas , as demais são simplesmente soltas igual ao ar.
Passam e repassam uns pelos outros como se estivessem mesmo impedidos de enxergar. Chegam a passar por cima de um irmão necessitado e sequer pensam em parar para ajudar.

- Obstáculos que embaçam as nossas visões : O desprezo , pedra que lastima, os valores e a estima fere insensivel , fazendo com que ao seu redor tudo pareça invisível.
O egoismo, entrave que não permite nenhuma aproximação, limita-se ao seu espaço, ao próximo faz oclusão.
O orgulho, cheio de pretensão, não enxerga ninguém e jamais estende a mão.

- Quanta maldade !

- Engano seu , já não são sentimentos de maldade, a maldade é um sentimento puro, que não escolhe motivo e não faz seleção, age sem pensar, é maldade porque o é, não precisa justificação. Esta não mais pertence aos espíritos da Terra, que já começa a dar seus passos para a regeneração.

- Embora ainda em lentidão...

- Não importa se a passos rápidos ou lentos,o que importa é que dessas causas possa se fazer o reconhecimento.

- Como se fosse uma miopia moral , passível de cura e correção.

- Vão precisar usar óculos ...

- Você que os usa sabe como são importantes para desanuviar as impressões ...

- Os óculos morais são as chamadas provas e expiações.

- No ínicio também sentimos com elas um certo aturdimento, irritação e receio, são os tais efeitos colaterais, mas se preservarmos a calma, a paciência e a resignação, perceberemos que irá clareando e ampliando a nossa percepção cada vez mais.

- Aceitando sem revolta e arrefecer, o que parece ladeira pode não ser ...
O que parece cegueira pode não ser ...
Abrindo bem os olhos para a fé no futuro e esforços para desajustes reconhecer e vencer .

- E se isso não acontecer ?

- Então constataremos que mesmo o pior cego é aquele que não quer ver...

- O espírito que enxerga seus propósitos para o bem, nítidos e definidos , sabe que a imagem mais singela que se pode admirar é a de uma lágrima de alegria em um olhar agradecido.

Continua ...
(Paty Bolonha - Projeto Missionarinhos do Futuro) (respeite a autoria)

NA HORA DO PASSE

Dirigia José Petitinga distinta organização espírita na capital baiana, quando um rapaz, interessado em grandes projetos de assistência social, veio procurá-lo.

E entre ambos a conversação se alongou.

- Petitinga, não podemos ficar parados. A hora é de trabalho, trabalho....

- Também penso assim.

- Que acha você levantarmos um orfanato para as criancinhas desamparadas de Salvador?

- Excelente projeto.

- E um sanatório para obsidiados?

- Muito importante.

- E uma vila completa para os nossos irmãos infelizes que moram em casebres misérrimos? Uma vila, Petitinga, em que pudéssemos reunir muitas famílias?

- O plano é uma benção.

- Um lar para velhinhos é uma necessidade... Às vezes volto para a casa, à noite, e vejo anciãos na calçada. Que dia você de um albergue moderno, de amplas proporções?

- Isso seria uma concessão de Deus.

- Noto igualmente que precisamos de um instituto diferente para os alcoolizados. Uma casa-hospital, em que os internados esqueçam o vício... Que opinião é a sua?

- Nem tenho expressões. Uma obra dessas é um monumento de amor.

- É uma escola, em bases espíritas, é caminho do Reino de Deus.

Petitinga não cabia em si de contente.

Afinal – pensava – surpreendera ave rara.

Alguém iria longe, homem disposto a trabalhar e sofrer pela causa.

E como o tempo passava e tinha serviço urgente, convidou:

- Bem, meu amigo, a sua palavra brilha para mim. Continuemos conversando em serviço. Estou justamente na hora do passe a dois irmãos tuberculosos e terei muito prazer em seu concurso...

Mas o moço, incompreensivelmente, alterou o semblante. Fez-se lívido. Repetiu, várias vezes, o gesto de quem expulsa a poeira do paletó, e ele, que sonhava tantas obras de caridade, respondeu, desenxabido:

- Ora, Petitinga, isso não. Você compreende. Não posso buscar moléstias contagiosas. Tenho família.

E lá se foi ....





Espírito: Hilário Silva - Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Livro: A Vida Escreve

TÓPICOS DA CORAGEM

Muitos companheiros evidenciam admirável coragem nos momentos de heroísmo.
O homem que dominou um animal selvagem, colocando-lhe o freio...
Outro que venceu o campeonato de mergulho em águas perigosas...
E ainda outro que adquiriu enorme destaque na corrida de pedestres...
Todos eles, pela disciplina que demonstram são dignos de respeito.
*
Outro tipo de coragem, porém, existe, característica nos seguidores do Cristo: — a coragem da fé. Aquela de se calar alguém para que outros falem mais alto; de suportar humilhações e agravos sem deteriorar a imagem dos adversários e agressores; de cumprir alegremente as obrigações assumidas no tempo, mesmo quando se transfiguram em desagradável rotina; de auxiliar aos outros, sem esperar qualquer aplauso público; e aquela de se esquecer a criatura, a fim de que outros recolham as vantagens de serviço que empreenderam e sustentaram com imenso esforço, sem perder o sorriso de cordialidade e compreensão.
*
O heroísmo será talvez mais fácil pelo deslumbramento de uma hora, perante a admiração dos homens; entretanto, a coragem da fé será sempre difícil, porque exige a repetição incessante do cultivo da humildade e da tolerância, da renúncia e da dedicação ao próximo, no desdobramento do dia-a-dia.
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Espera servindo)

FESTAS

Todos os motivos para festas dignas são respeitáveis, entretanto, a caridade é a mais elevada de todas as razões para qualquer festa digna.

Ninguém há que não possa pagar pequena parcela para a realização dessa ou daquela empresa festiva, destinada à sustentação das boas obras.

Sempre que possível, além da sua quota de participação num ato festivo, com fins assistenciais, é importante que você coopere na venda de, pelos menos, cinco ingressos, no campo de seus amigos, a benefício do empreendimento.

Mesmo que não possa comparecer numa festa de caridade, não deixe de prestar a sua contribuição.

Festejar dignamente, em torno da fraternidade humana, para ajudar o próximo, é uma das mais belas formas de auxílio.

Se você não dança, não é aconselhável o seu comparecimento num baile.

Nos encontros esportivos, é melhor ficar à distância se você ainda não sabe perder.

Se você possui dons artísticos quanto puder, colabore, gratuitamente, no trabalho que se efetue, em auxílio ao próximo.

Nas comemorações de aniversário, nunca pergunte quantos anos tem o aniversariante, nem vasculhe a significação das velas postas no bolo tradicional.

Conduza o empreendimento festivo, sob a sua responsabilidade, para o melhor proveito, em matéria de educação e solidariedade que sempre se pode extrair do convívio social.

Aprendamos a não criticar a alegria dos outros.





Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde. Ditado pelo Espírito André Luiz

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A MEDIUNIDADE E A INSPIRAÇÃO

Sob suas formas variadas ao infinito, a mediunidade abarca a humanidade inteira, como um feixe ao qual ninguém poderá escapar. Cada um, estando em contato diário, saiba-o ou não, queira-o ou se revolte, com inteligências livres, não há um homem que possa dizer: Não fui ou não serei médium. Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual vulgarmente se deu o nome de voz de consciência, cada um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham num ou noutro sentido e, muitas vezes, simultâneamente, o bem puro, absoluto; acomodações com o interesse; o mal em tôda a sua nudez. - O homem evoca essas vozes; elas respondem ao seu apêlo, e ele escolhe; mas escolhe entre essas diversas inspirações e o seu próprio sentimento. - Os inspiradores são amigos invisíveis; como os amigos da Terra são sérios ou fortuítos, interesseiros ou verdadeiramente guiados pela afeição.
São consultados, e eles aconselham espontâneamente, mas, como os conselhos dos amigos da Terra, seus conselhos são ouvidos ou rejeitados; muitas vêzes provocam um resultado contrário ao que se espera; muitas vêzes não produzem qualquer efeito. - Que concluir daí? Não que o homem esteja sob o poder de uma mediunidade incessante, mas obedece livremente à própria vontade, modificada por avisos que jamais podem ser imperativos, no estado normal.
Quando o homem faz mais do que ocupar-se de pequenos detalhes de sua existência, e quando se trata de trabalhos, que veio realizar mais especialmente, de provas decisivas que deve suportar, ou de obras destinadas à instrução e à elevação gerais, as vozes da consciência não se fazem mais somente e apenas conselheiras, mas atraem o Espírito para certos assuntos, provocam certos estudos e colaboram na obra, fazendo ressoar certos compartimentos cerebrais pela inspiração. Está aqui uma obra a dois, a três, a dez, a cem, se quiserdes; mas se cem nela tomarem parte, só um pode e deve assiná-la, porque só um a fez e é o responsável!
Que é uma obra, afinal e contas, seja qual for? Jamais é uma criação; é sempre uma descoberta. O homem nada faz: tudo descobre. É preciso não confundir estes dois termos. Inventar, no seu verdadeiro sentido, é por à luz uma lei existente, um conhecimento até então desconhecido, mas posto em germe no berço do universo. Aquele que inventa levanta a ponta do véu que oculta a verdade, mas não cria a verdade. Para inventar é preciso procurar e procurar muito; é preciso compulsar livros, cavar no fundo das inteligências, pedir a um a mecânica, a outro a geometria, a um terceiro o conhecimento das relações musicais, a outro ainda as leis históricas, e do todo fazer algo de novo, de interessante, de inimaginado.
Aquele que foi explorar os recantos das bibliotecas, que ouviu falarem os mestres, que perscrutou a Ciência, a Filosofia, a Arte, a Religião, da antigüidade mais remota até os nossos dias, é o médium da Arte, da História, da Filosofia e da Religião? É o médium dos tempos passados, quando por sua vez escreve? Não porque não conta pelos outros, mas ensinou os outros a contar e enriquece os seus relatos de tudo o que lhe é pessoal. - Por muito tempo o músico ouviu a cotovia e o rouxinol, antes de inventar a música; Rossini escutou a natureza antes de traduzi-la para o mundo civilizado. É o médium do rouxinol e da cotovia? Não: compõe e escreve. Escutou o Espírito que lhe veio cantar as melodias de céu; ouviu o Espírito que clamou a paixão ao seu ouvido; ouviu gemerem a virgem e a mãe, deixando cair, em pérolas harmoniosas, sua prece sobre a cabeça do filho. O amor e a poesia, a liberdade, o ódio, a vingança e numerosos Espíritos que possuem esses sentimentos diversos, cada um por sua vez cantou sua partitura ao seu lado. Ele as escutou, as estudou, no mundo e na inspiração, e de um outro fez as suas obras. Mas não era médium, como não o é o médico que os ouve doentes contando os que sofrem, e que dá um nome às suas doenças. - A mediunidade teve suas horas num como no outro; mas desses momentos muito curtos para a sua glória, o que fez apenas à custa dos estudos colhidos dos homens e dos Espíritos.
Deste ponto, é-se médium do todos; é-se o médium da natureza, o médium da verdade, o médium muito imperfeito, porque muitas vezes ela parece de tal modo desfigurada pela tradução, que é irreconhecível e desconhecida. - Allan Kardec.
- Revista Espírita de 1869, mês de março -

Enviado pelo irmão e bom amigo do jornalinho Braz José Marques

terça-feira, 3 de junho de 2008

O EVANGELHO NO LAR

"Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei".Jesus (Mateus, 18:20)

Devemos individualmente orar todos os dias, porém é necessário escolher um momento para orarmos em família, é o EVANGELHO NO LAR.



Como proceder:


Escolher um dia da semana onde todos possam estar presentes, num horário adequado;

Sentar-se confortavelmente em um local da casa que seja agradável;

Deixar um recipiente com água sobre um móvel para ser fluidificada;

Fazer uma prece espontânea, do coração, rogando a presença de Jesus, dos benfeitores espirituais no lar;

Ler um trecho de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que pode ser sequenciado ou aberto ao acaso, como preferir, conversar fazendo breves comentários sobre o texto, será importante que cada um exponha seu ponto de vista, evitando-se críticas e julgamentos a quem que seja;

Fazer uma prece de encerramento rogando proteção para o lar, parentes, amigos, pelos que sofrem etc... Agradecer por tudo que desejar;

Servir a água fluidificada guardando a restante, onde toda a família utilize;

Pronto! Você acaba de acender uma LUZ NO SEU LAR, com presença de Jesus.

LEIS DA COMUNICAÇÃO ESPÍRITA

Sabemos que tudo vibra e irradia no Universo porque tudo é força, luz e vida. Penetra a Natureza, em seus menores átomos, uma energia infinita - origem de todos os fenômenos. Identicamente, cada Espírito, livre ou encarnado, possui, conforme o seu de adiantamento e de pureza, uma irradiação cada vez mais rápida, intensa, luminosa.

A lei das atrações e correspondências rege todas as coisas; as vibrações, atraindo vibrações similares, aproximam e vinculam as almas, os corações, os pensamentos.

Nossos maus desejos e concupiscências criam em torno de nós uma atmosfera fluídica impura, propícia à ação das influências da mesma ordem, ao passo que as nobres aspirações atraem as salutares vibrações, as irradiações das esferas superiores.

Tal é o princípio da evolução; reside na capacidade, que possui o indivíduo, de assimilar as forças misteriosas da Natureza, para se elevar, mediante o seu auxílio, e ascender gradualmente até à causa das causas, à fonte inexaurível de que procede toda a vida.

A escala ascensional comporta planos sucessivos e superpostos; em cada um deles os seres são dotados do mesmo estado vibratório, de meios análogos de percepção que lhes permitem reconhecer-se mutuamente, ao passo que se lhes conservam invisíveis e muitas vezes mesmo incognoscíveis os seres dos planos superiores, em conseqüência de seu estado vibratório mais acelerado e de suas condições de vida mais sutis e mais perfeitas.

É o que aos Espíritos acontece, entre si, conforme seus diferentes graus de purificação, e a nós mesmos em relação a eles. Assim, porém, como se pode ampliar o campo da visão humana com o auxílio dos instrumentos de óptica, também se pode aumentar ou reduzir a soma das vibrações, de sorte que atinjam um estado intermédio em que os modos de existência de dois planos distintos se combinem e entrem em correspondência.

Para comunicar conosco deverá o Espírito amortecer a intensidade de suas vibrações, ao mesmo tempo que ativará as nossas. Nisso o pode o homem voluntariamente auxiliar; o ponto a atingir constitui para ele o estado de mediunidade.

Sabemos que a mediunidade, no maior número de suas aplicações, é a propriedade que têm alguns dentre nós de se exteriorizar em graus diversos, de se desprender do envoltório carnal e imprimir mais amplitude a suas vibrações psíquicas. Por seu lado, o Espírito libertado pela morte se impregna de matéria sutil e atenua suas radiações próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium.

Aqui se fazem necessários uns algarismo explicativos. Admitamos, a exemplo de alguns sábios, que sejam de 1.000 por segundo as vibrações normais do cérebro humano. No estado de "transe", ou de desprendimento, o invólucro fluídico do médium vibra com maior intensidade, e suas radiações atingem a cifra de 1.500 por segundo. Se o Espírito, livre no espaço, vibra à razão de 2.000 no mesmo lapso de tempo, ser-lhe-á possível, por uma materialização parcial, baixar esse número a 1.500. Os dois organismos vibram então simpaticamente; podem estabelecer-se relações, e o ditado do Espírito será percebido e transmitido pelo médium em transe sonambúlico.

É essa harmonização das ondas vibratórias que imprime às vezes ao fenômeno das incorporações tamanha precisão e nitidez. Nos outros estados de mediunidade o pensamento do Espírito se poderá igualmente comunicar por vibrações correspondentes, posto que menos intensas que as vibrações iniciais, do mesmo modo que uma nota musical se repete, de oitava em oitava, desde a clave mais alta à mais baixa da vibração harmônica.

No homem, a inteligência e o desenvolvimento do cérebro se acham em íntima correlação; uma não se pode manifestar sem o outro. À medida que o ser se eleva na escala humana, do mais selvagem ao mais civilizado, a fronte avulta, o crânio se amplia, ao mesmo tempo que se expande a inteligência. Quando o desenvolvimento exterior atinge o apogeu, o pensamento aumenta a energia interna do cérebro, multiplicando as linhas, cavando sulcos; desenha estrias, inúmeras circunvoluções; forma protuberâncias. Faz do cérebro um mundo maravilhoso e complicado, a tal ponto que o exame desse órgão, ainda vibrante das impressões da vida que acaba de escapar-se, é um dos mais atraentes espetáculos para o fisiologista.

Temos nisso uma prova de que o pensamento trabalha e afeiçoa o cérebro, e de que há íntima relação entre eles. Um é o admirável instrumento, o teclado, que o outro dedilha, fazendo-o desferir todas as harmonias da inteligência e do sentimento. Como, porém, se exerce a ação do pensamento sobre a matéria cerebral? Pelo movimento. O pensamento imprime às moléculas do cérebro movimentos vibratórios de variada intensidade.

Vimos que tudo na Natureza se resume em vibrações, perceptíveis para nós enquanto estão em harmonia com o nosso próprio organismo, mas que nos escapam desde que são muito rápidas ou demasiado lentas. Nossa capacidade de visão e de audição é limitadíssima; mas, além do limite que nos traça, as forças da Natureza continuam a vibrar com vertiginosa rapidez, sem que percebamos coisa alguma.

Pois bem: exatamente como os sons e a luz, os sentimentos e os pensamentos se exprimem por vibrações, que se propagam pelo espaço com intensidades diferentes. Os pensamentos de cólera e de ódio, as eternas súplicas de amor, o lamento do desgraçado, os gritos de paixão, os impulsos de entusiasmo, vão, pela imensidade a fora, referindo a todos a história de cada um e a história da Humanidade. As vibrações de cérebros pensantes, de homens ou de Espíritos, se cruzam e entrecruzam ao infinito, sem jamais se confundirem. Em torno de nós, por toda a parte, na atmosfera, rolam e passam, como torrentes incessantes, fluxos de idéias, ondas de pensamentos, que impressionam os sensitivos e são muitas vezes causa de perturbação e erro nas manifestações.

Dizemos: homens ou Espíritos. Com efeito, o que o cérebro humano emite sob forma de vibrações, o cérebro fluídico do Espírito projeta sob forma de ondas mais extensas, de radiações que vibram com mais largo e poderoso ritmo, por isso que as moléculas fluídicas, mais flexíveis, mais maleáveis que os átomos do cérebro físico, obedecem melhor à ação da vontade.

Entretanto esses cérebros, humanos e espirituais, encerram as mesmas energias. Ao passo que, porém, em nosso cérebro mortal essas energias dormitam ou vibram debilmente, nos Espíritos atingem o máximo de intensidade. Uma comparação nos fará melhor apreender esse fenômeno.

Encontra o professor Ch. Drawbarn essa comparação em um bloco de gelo, em que se acham contidas em estado latente todas as potencialidades que mantêm unidos os cristais de que ele se compõe. Submetido esse bloco à ação do calor, desprendem-se forças, que irão crescendo até que, transformado o gelo para o estado de vapor, tenha ele readquirido e manifestado todas as energias que encerra. Poder-se-ia comparar o nosso cérebro a esse bloco de gelo, debilmente vibratório sob a ação restrita do calor, ao passo que o do Espírito será o vapor tornado invisível, porque vibra e irradia com demasiada rapidez para que possa ser percebido pelos nossos sentidos.

A diferença dos estados se complica com a variedade das impressões. Sob a influência dos sentimentos que os animam, desde a calma do estudo às tempestades da paixão, as almas e os cérebros vibram em graus diversos, obedecendo a velocidades diferentes; a harmonia não se pode estabelecer entre eles senão quando se igualam suas ondas vibratórias, como acontece com os diapasões idênticos ou com as placas telefônicas. Um cérebro de lentas e débeis excitações não se pode harmonizar com outros cujos átomos são animados de um movimento vertiginoso.

Nas comunicações espíritas a dificuldade, portanto, consiste em harmonizar vibrações e pensamentos diferentes. É na combinação das forças psíquicas e dos pensamentos entre os médiuns e os experimentadores, de uma lado, e entre estes e os Espíritos, do outro, que reside inteiramente a lei das manifestações.

São favoráveis as condições de experimentação quando o médium e os assistentes constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssono. No caso contrário, os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam reciprocamente. O médium, em meio dessas correntes contrárias, experimenta uma opressão, um mal-estar indefinível; sente-se mesmo, às vezes, como que paralisado, sucumbido. Será necessária uma poderosa intervenção oculta para produzir o mínimo fenômeno.

Mesmo quando é completa a harmonia entre as forças emanadas dos assistentes, e os pensamentos convergem para um objetivo único, uma outra dificuldade se apresenta. Pode essa união de forças e vontade ser suficiente para provocar efeitos físicos e mesmo fenômenos intelectuais, que vão logo sendo atribuídos à intervenção de personalidades invisíveis. É prudente e de bom aviso só admitir, por conseguinte, essa intervenção, quando estabelecida por fatos rigorosos.

Muitas pessoas se admiram e ficam hesitantes às primeiras dificuldades que encontram em suas tentativas de se comunicarem com os Espíritos. E perguntam por que é tão rara, tão pouco concludente a intervenção destes, e por que não está a Humanidade inteira familiarizada com um fato de tal magnitude.

Outras, prosseguindo as investigações, obtêm provas satisfatórias e tornam-se adeptas convictas. Entretanto, objetam ainda que os seres amados que têm no Espaço, parentes e amigos falecidos, apesar de seus veementes desejos e reiteradas solicitações, nunca lhes deram o menor testemunho de sua presença, e esse insucesso lhes deixa uns restos de dúvida, de desagradável incerteza. Era esse o sentimento que o próprio Sr. Flammarion exprimia numa publicação recente.

Ora, todo experimentador esclarecido facilmente a si mesmo explicará a razão de tais malogros. Vosso desejo de comunicar com determinado Espírito e igual desejo da parte deste não bastam só por si; é preciso que ainda outras condições se reúnam, determinadas pela lei das vibrações.

Vosso amigo invisível escuta os chamados que lhe dirigis e procura responder-vos. Sabe que, para comunicar convosco, é preciso que vosso cérebro físico e o cérebro fluídico dele vibrem em uníssono. Aí surge uma primeira dificuldade. Seu pensamento irradia com demasiada velocidade para que o passais perceber. Será, pois, o seu primeiro cuidado imprimir às suas vibrações um movimento mais lento. Para isso um estudo mais ou menos prolongado se tornará preciso, variando as probabilidades de êxito conforme as aptidões e experiências do operador. Se falha a tentativa, toda comunicação direta se torna impossível, e ele terá que confiar a um Espírito mais poderoso ou mais hábil a transmissão de seus ditados. É o que freqüentemente acontece nas manifestações. Supondes receber o pensamento direto de vosso amigo, e, entretanto, ele não vos chega senão graças ao auxílio de um intermediário espiritual. Daí certas inexatidões ou obscuridades, atribuíveis ao transmissor, que vos deixam perplexo, ao passo que a comunicação, em seu conjunto, apresenta todos os caracteres de autenticidade.

Na hipótese de que vosso amigo do outro mundo disponha dos poderes necessários, ser-lhe-á preciso procurar um médium cujo cérebro, por seus movimentos vibratórios, seja suscetível de se harmonizar com o seu. Há, porém, tão grande variedade entre os cérebros como entre as vozes ou as fisionomias; identidade absoluta não existe. O Espírito será forçado a contentar-se com o instrumento menos impróprio ao resultado que se propõe. Achado esse instrumento, aplicar-se-á a lhe desenvolver as qualidades receptivas. Poderá conseguir o desejado êxito em pouco tempo; algumas vezes, porém, serão necessários meses, anos, para conduzir o médium ao requerido grau de sensibilidade.

Ou bem podeis ser vós mesmos esse médium, esse sensitivo. Se tendes consciência de vossas faculdades, se vos prestais à ação do Espírito, alcançareis decerto o fim que ele atingir. Para isso se requerem, ao mesmo tempo, paciência, perseverança, continuidade, regularidade de esforços. Possuireis acaso essas qualidades? Vossa força de vontade será sempre igual e inquebrantável? Se procedeis de modo incoerente, hoje com ardor, amanhã tíbio, de tal jeito que as vibrações do vosso cérebro variem em consideráveis proporções, não tereis de vos admirar da diferença e mesmo da nulidade dos resultados.

Pode acontecer que, sentindo-se impotente para ativar em grau suficiente, no estado de vigília, as vibrações do vosso cérebro, recorra o vosso amigo invisível ao "transe" e, pelo sono, vos procure tornar inconsciente. Então vosso perispírito se exterioriza; suas irradiações aumentam, se dilatam; a transmissão se faz possível; exprimis o pensamento do Espírito. Ao despertardes, contudo, não conservareis lembrança alguma do ocorrido, e pelos outros é que sabereis o que tiverem proferido vossos lábios.

Todos esses fenômenos são regidos por leis rigorosas; quaisquer que sejam vossas faculdades, vossos desejos, se não podeis satisfazer as suas exigências, vossos pais e amigos falecidos, todas as legiões invisíveis, debalde agiriam sobre vós. Ocorre, todavia, encontrardes desconhecidos, homens ou mulheres, que o acaso parece colocar em vosso caminho. Nada sabem dessas coisas. A ciência do além-túmulo pode ser para eles letra morta; entretanto, possuem um organismo que vibra harmoniosamente com o pensamento de vossos parentes, de vosso irmão ou mãe, e por seu intermédio podem estes convosco entreter colóquios expansivos.

Poderei, a título de exemplo, citar o seguinte fato: meu pai, falecido havia quinze anos, nunca se tinha podido comunicar no seio do grupo cujos trabalhos muito tempo dirigi, por nenhum dos médiuns que aí se haviam sucedido. Apenas um deles o tinha podido entrever como vaga e indistinta sombra. Perdera eu toda a esperança de conversar com ele, quando uma noite, em Marselha, por ocasião de uma visita de despedida feita a uma família amiga, chega uma senhora, que não aparecia há mais de um ano, e, trocados os cumprimentos habituais, toma lugar ao nosso lado. Em meio de nossa conversação ela cai num sono espontâneo, e, com grande surpresa minha, o Espírito de meu pai, que ela jamais havia conhecido, se manifesta por seu intermédio, dá-me as mais irrecusáveis provas de identidade e, numa enternecida efusão, descreve as sensações, as emoções que experimentara desde o momento da separação.

Do conjunto dos estudos sobre as vibrações harmônicas dos cérebros uma comprovação resulta: é que, pela orientação e persistência de nossos pensamentos, podemos modificar as influências de nossos pensamentos, podemos modificar as influências que nos rodeiam e entrar em relação com inteligências e forças similares. Esse fato não é unicamente exato a respeito dos sensitivos e dos médiuns; também se dá com todo ser pensante. As influências do Além podem irradiar sobre nós, sem que haja comunicação consciente com os seres que o povoam. Não é necessário acreditar na existência do mundo dos Espíritos e querer conhecê-lo, para lhe experimentar os efeitos. A lei das atrações é inelutável; tudo no homem lhe está submetido.

Depende do homem receber as mais diversas inspirações, desde as sublimes às mais grosseiras. O nosso estado mental é como uma brecha por onde amigos ou inimigos podem penetrar em nós. Os sensuais atraem Espíritos sensuais que se associam a seus atos e desejos e lhes aumentam a intensidade; os criminosos atraem violentos que os impelem cada vez mais longe na prática do mal. O inventor é auxiliado por investigadores do Além. O orado tem a percepção de imagens, que fixará em arroubos de eloqüência próprios a emocionar as multidões. O pensador, o músico, o poeta receberão as vibrações das esferas em que o verdadeiro e o belo constituem um objeto de culto; almas superiores e poderosas lhes transfundirão as opulências da inspiração, o sopro divino que acaricia as frontes sonhadoras e produz as maravilhas do gênio, do talento.

Assim, de um ao outro plano, responde o Espírito às solicitações do Espírito. Todos os planos espirituais se ligam entre si. Os instintos de ódio, de depravação e crueldade atraem os Espíritos do abismo. A frivolidade atrai os Espíritos levianos; mas a prece do homem de bem, a súplica por ele dirigida aos Espíritos celestes se eleva e repercute nota a nota, na gama ascensional, até às mais elevadas esferas, ao mesmo tempo que das regiões profundas do Infinito descem sobre ele as ondas vibratórias, os eflúvios do pensamento eterno, que o penetram de uma corrente de vida e de energia. O Universo inteiro vibra sob o pensamento de Deus.

(Léon Denis - No Invisível).

(Enviado pelo irmão e amigo do jornalinho Joao Vitola)

AMOR EM FAMÍLIA

Ele nasceu no ano de 1961, durante o governo de Mao Tsé Tung. Sexto filho de um total de sete.

A hora das refeições era sempre triste, conta ele. Porque sua mãe, muitas vezes, não tinha o que cozinhar.

Inhame seco era a base da alimentação pela maior parte do ano.

Ocasionalmente, havia pão de milho e farinha, artigos especiais e, por isso, guardados para oferecer a visitas importantes.

À hora das refeições, as sete crianças ficavam esperando que o pai começasse a comer.

Comiam inhames secos, cozidos na água ou no vapor, dia após dia, mês após mês, ano após ano.

Depois da primeira mordida do pai é que eles se serviam. Os pais comiam bem devagar, para que sobrasse mais comida para os filhos.

A mãe dizia aos filhos que deixassem a melhor porção para o pai, pois era ele quem garantia o sustento.

Mas o pai sempre arranjava desculpas e pedia que deixassem a melhor porção para a mãe.

Não fosse ela, enfatizava, nada teriam para comer senão “vento noroeste”.

Raramente comiam carne. Uma vez por mês, após enfrentar longas filas, podiam comprar um pedaço de porco gordo.

E Li Cunxin narra, em suas memórias, que numa tarde, sua mãe o mandou comprar carne no açougue da comuna onde moravam.

As filas eram enormes. Três filas. Ele esperou mais de uma hora e finalmente conseguiu comprar um pedaço pequeno de carne gorda de porco.

Saiu a correr e a saltar de felicidade por sua conquista.

Sua mãe cortou a carne em pedaços pequenos, igualmente feliz pela gordura que iria durar, com certeza, um bom tempo.

Naquela noite, quando foi servida a carne com acelga, todos podiam ver o óleo precioso flutuando no molho.

Um dos meninos encontrou um pedaço de carne de porco em sua porção.

Sem pestanejar, colocou no prato do pai. Este repassou imediatamente a carne para o prato da mãe.

Ela devolveu, dizendo:

Não seja tolo! Fiz a comida especialmente para você. Você precisa ficar forte para trabalhar!

Próximo ao pai, estava o filho mais novo. O pai olhou para ele, chamou-o pelo nome e disse:

Deixe-me ver os seus dentes.

Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, ele colocou o pedaço de carne de porco na boca do filho.

O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo longo suspiro da mãe.

Sempre era assim. Um raro pedacinho de carne em uma tigela de vegetais era passado de um para outro.

Os olhos famintos pediam mais. Mas nunca falavam. Todos sabiam que era difícil conseguir comida.

Não havia mais, simplesmente. E os pais não sabiam de onde viria a próxima refeição.

Assim era a vida naquela família, onde o pai trabalhava da madrugada ao entardecer, por miserável pagamento mensal.

Onde a mãe lavava, limpava, cozinhava, costurava e ainda ia trabalhar no campo, para conseguir um pouco mais de recursos.

Cuidado uns com os outros – é isso que o fato narrado nos ensina.

Será que em nosso lar estamos passando esses valores para nossos filhos: de se preocuparem com o irmão, conosco, seus pais?

Lendo a história da miséria vivida por Li Cunxin, podemos pensar que jamais seremos tão pobres, a ponto de disputar o alimento.

Não importa. O importante a ressaltar é que cultivemos o amor.

Esse amor que se demonstra em pequenos gestos, em preciosas doações.

Pode ser ofertar uma flor, um doce, um mimo. Pode, com doçura se resumir em fitar nos olhos o outro e perguntar:

Você está muito cansado? Como foi o seu dia? Que posso fazer para você se sentir melhor?

Pense nisso.





Redação do Momento Espírita com base no cap. 1 do livro Adeus, China – o último bailarino de Mao, de Li Cunxin, ed. Fundamento

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O SELO DA PAZ

No trânsito da vida, quando te pareçam entraves e fracassos, não te esqueças de que a paciência é o passaporte suscetível de assegurar-te livre passagem através de todas as dificuldades e travessias.
*
Se estás doente, não será com o desespero que aproveitarás o remédio que se te administra.
*
Se experimentaste algum desgosto, a irritação não te afastará do íntimo a nódoa de sombra.
*
Se sofreste prejuízos de ordem material, não será parando em acusações e gritaria que conseguirás a restauração dos próprios recursos.
*
Se atravessas incompreensões em família, de modo algum te livrarás de semelhantes atropelos, multiplicando reclamações e exigências.
*
Se essa ou aquela pessoa querida se te mostra perturbada, a ponto de ferir-te, não será martelando-lhe o crânio que lhe traçarás o processo da cura.
*
Cultivando paciência, no cotidiano, transportarás contigo a força capaz de vencer todos os obstáculos que, porventura, te agridam a existência.
*
E isso acontece porque as Leis de Deus marcaram a paciência, na condição de selo da paz.
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Jóia)

SURPRESA

-Se alguém de outra vida pudesse materializar-se aos meus olhos – dizia Germano Pereira, em plena sessão no próprio lar –, Decerto que a minha fé seria maior... Um ser de outro planeta que me obrigasse a pensar... Tanta gente se reporta a visões dessa natureza! Entretanto, semelhantes aparições não passam do cérebro doentio que as imagina. Quero algo de evidente e palpável. Creio estarmos no tempo da elucidação positiva...

Ouvindo-o, o Irmão Bernardo, mentor espiritual da reunião, que senhoreava as energias mediúnicas, aventou, sorridente :

– Você deseja, então, espetacular manifestação de Cima... Alguém que caia das nuvens à feição de um pára-quedista do Espaço, em trajes fantasmagóricos, usando idioma incompreensível... um itinerante de outras constelações, cuja inopinada presença talvez ocasionasse enorme porção de mal, ao invés do bem que deveria trazer...

– Não, não é tanta a exigência – aduziu Pereira, desapontar. – Bastaria um ser materializado na forma humana, sem a descida visível do firmamento. Não será preciso que essa ou aquela entidade se converta em bólide para acentuar-me a convicção. Poderia surgir em nossa intimidade doméstica, sem qualquer passe de mágica, revelando-se no lar fechado em que antes não existia, a mostrar-se igual a nós outros, sendo, contudo, estranho ao nosso conhecimento...

– No entanto, sabe você que toda concessão envolve deveres justos. Um Espírito, para materializar-se na Terra, solicita meios e condições. Imaginemos que a iniciativa transformasse o hóspede suspirado numa criatura doente e débil, requisitando cuidado, até que pudesse exprimir-se com segurança. Incumbir-se-ia você de auxiliar o estrangeiro, acalentando-o com tolerância e bondade, até que venha a revelar-se de todo? Estaria disposto a sofrer-lhe as reclamações e as necessidades, até gabe se externe, robusto e forte?

– Oh! isso mesmo. Perfeitamente!... – gritou Pereira, maravilhado. – Contemplar um Espírito assim, de modo insofismável, sem que eu lhe explique a existência no mecanismo no oculto, consolidaria, sem dúvida, a riqueza de minha fé na imortalidade. Isso é tudo quanto peço, tudo, tudo...

Bernardo sorriu, filosoficamente, e acrescentou :

– Mas, Pereira, isso é acontecimento de todo dia e tal manifestação é recente sob o teto que nos acolhe. Ainda agora, na quinzena passada, você recebeu semelhante bênção, asilando no próprio lar um viajante de outras esferas, com a obrigação de ajudá-la até que se enuncie sem vacilação de qualquer espécie... Esse gênio bondoso e amigo corporificou-se quase em seus braços. Bateu-lhe à porta, que você abriu generosamente. Entrou. Descansou. Permaneceu. E, ainda agora, ligado a você, espera o seu carinho e devotamento, a fim de atender plenamente à própria tarefa...

Como assim? como assim? – irrompeu Germano, incrédulo. – Nada vi, nada sei, não pode ser...

Mas o Benfeitor Espiritual, controlando o médium, ergueu-se a passo firme e, demandando aposento próximo de lá regressou, trazendo leve fardo.

Ante a surpresa dos circunstantes, Bernardo depositou-o com respeitosa ternura no regaço do amigo que ainda argumentava.

Pereira desenovelou curiosamente o pequenino volume e entre aflito e espantado, encontrou em plácido sono de recém-nato, o corpo miúdo e quente do próprio filho.





pelo Espírito Irmão X - Do livro Luz no Lar, Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco C. Xavier.

MELINDRES

Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração.

Dê aos outros a liberdade pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja.

Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente.

Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estudá-la.

Melindres arrasam as melhores plantações de amizade.

Quem reclama, agrava as dificuldades.

Não cultive ressentimentos.

Melindrar-se é um modo de perder as melhores situações.

Não se aborreça, coopere.

Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro.

Espírito André Luiz. Psicografia Chico Xavier. Livro: Sinal Verde

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA

O Cristianismo propagou que todos somos irmãos, com iguais direitos, herdeiros do amor divino.
Diferenciamo-nos pelas conquistas morais, permanentes, enquanto que as posições sociais, econômicas e políticas são transitórias.
Prevendo que as paixões humanas dificultariam o gozo da liberdade e fraternidade, ensinou Jesus: "Buscai a verdade e a verdade vos libertará."
Ser livre espiritualmente e respeitar a liberdade do próximo é, portanto, dever de quem descobriu a verdade.
A liberdade de consciência é inviolável.
Ainda que se destrua o corpo, ela permanece incorruptível. Ninguém a subtrai.
Mas a liberdade tem seus limites, que são aqueles relativos aos direitos alheios.
Ela resulta de uma consciência cósmica, trabalhada pelo conhecimento do bem.
Quando o homem for de todo livre, ainda que sujeito a contrições externas, será feliz, pois em sua consciência tudo pode e realiza.

(Divaldo Pereira Franco por Francisco Madero. In: Rumo às estrelas)

A CARIDADE

A CARIDADE

Pelo Espírito de São Vicente de Paulo


Sêde bons e caridosos - eis a chave do céu, posta em vossas mãos; toda a felicidade eterna está contida nesta máxima: "Amai-vos uns aos outros." Não pode a alma elevar-se ás regiões espirituais senão pela dedicação ao próximo; ela não encontra felicidade e consolação senão nos arroubos da caridade. Sede bons, ajudai aos vossos irmãos, ponde de lado essa horrível chaga do egoísmo. Esse dever cumprido vos deve abrir as vias da felicidade eterna. Aliás, entre vós quem não sentirá o coração pulsar e a alegria expandir-se pela prática de uma obra de caridade? Não deveríeis pensar senão nesta espécie de volúpia proporcionada por uma boa ação, com o que ficaríeis sempre no caminho do progresso espiritual. Não vos faltam exemplos: só a boa vontade é que rareia.
Vêde a multidão de homens de bem, cuja lembrança piedosa a vossa história relembra. Eu vo-lo citaria aos milhares, aqueles cuja moral só tinha um fito - melhorar o vosso globo. Não vos disse o Cristo tudo quanto concerne às virtudes de caridade e do amor? Por que são postos de lado os seus divinos ensinamentos? Por que tapam os ouvidos às suas divinas palavras e cerram o coração a todas as suas máximas suaves?
Gostaria que a leitura do Evangelho fosse feita com mais interesse pessoal. Mas abandonam esse livro, transformam-no em expressão vazia e letra morta; deixam ao esquecimento esse código admirável. Vossos males provem do abandono voluntário em que deixais esse resumo das leis divinas. Lede, pois, essas páginas de fogo do devotamento de Jesus e meditai-as. Eu mesmo me sinto envergonhado de ousar prometer-vos um trabalho sobre a caridade, quando penso que nesse livro encontrarias todos os ensinamentos que vos devem levar às regiões celestes.
Homens, fortes, abraçai-vos; homens fracos, forjai as vossas armas, de vossa doçura e da vossa fé; tende mais persuasão, mais constância na propagação de vossa nova doutrina. Nós só vimos trazer-vos um encorajamento; é apenas para vos estimular o zêlo e as virtudes que Deus permite nos manifestemos a vós. Mas se quisésseis, não necessitaríeis senão do auxílo de Deus e de vossa própria vontade. As manifestações espíritas não foram feitas para os olhos fechados e para os corações indóceis. Há entre nós, homens que devem realizar missões de amor e de caridade: escutai-os, exaltai a sua voz; fazei resplandecer os seus méritos e vós próprios sereis exaltados pelo desinteresse e pela fé viva de que vos penetrardes.
Muito extensos seriam os avisos que vos deveriam ser dados sobre a necessidade do alargamento do vosso círculo de caridade e de neles incluir todos so infelizes cujas misérias são ignoradas, todas as dores que devem ser buscadas em seus próprios redutos, para consolar em nome desta virtude divina: a caridade. Vejo com satisfação que homens eminentes e poderosos ajudam esse progresso, que deve unir todas as classes humanas - os felizes e os desgraçados. Coisa estranha! Todos o infelizes se dão as mãos se ajudam reciprocamente na sua miséria. Por que são os felizes mais difíceis de ouvir a voz do infeliz? Por que há de ser uma poderosa mão terrena que tenha de dar impulso às missões de caridade? Por que não respondem com mais ardor a esses apelos? Por que deixam que a miséria, assim como o prazer, manchem o quadro da humanidade?
A caridade é a virtude fundamental, que deve sustentar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não existem as outras. Sem caridade não há fé nem esperança, porque sem a caridade não há esperança de uma sorte melhor, nem interesse moral que nos guie. Sem caridade não há fé, porque esta é um puro raio, que faz brilhar uma alma caridosa; a caridade é a sua conseqüência decisiva.
Quando deixardes que o vosso coração se abra à súplica do primeiro infeliz que vos estender a mão; quando lhes derdes sem indagar se sua miséria é fingida ou se seu mal tem um vício como causa; quando deixardes ao Criador o castigo de todas as falsas misérias; enfim, quando praticardes a caridade pelo só prazer que ela proporciona, sem visardes a sua utilidade, então sereis os filhos amados de Deus e ele vos chamará a si.
A caridade é a âncora eterna de salvação em todos os globos: é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada às criaturas. Como poderíeis desconhecer esta suprema bondade? Com tal pensamento, qual seria o coração bastante perverso para recalcar e repelir esse sentimento divino? Qual seria o filho suficientemente mau para se rebelar contra a doce carícia da caridade?
Não ouso falar daquilo que fiz, porque os Espíritos também têm o pudor de suas obras. Mas penso que a obra que iniciei é uma daquelas que devem contribuir muito para aliviar os vossos semelhantes. Com freqüência vejo Espíritos que pedem a missão de continuar a minha obra; vejo essas minhas suaves e queridas irmãs em seu piedoso e divino ministério; vejo-as a praticar a virtude que vos recomendo, com toda a alegria proporcionada por esta existência de devotamento e de sacrifícios. É para mim grande felicidade ver quanto seu caráter é bastante honrado, quanto sua missão é apreciada e docemente protegida. Homens de bem, de boa e forte vontade, uni-vos para continuar, ampliando a obra de propagação da caridade. Encontrareis a recompensa nesta virtude, pelo seu próprio exercício. Não há alegria espiritual que ela não proporcione, já na presente existência. Sede unidos; amai-vos uns aos outros, conforme os preceitos do Cristo.
Assim seja.
- Revista Espírita de 1858 - mês de agosto -

Enviado pelo amigo e colaborador do jornalinho Braz José marques

domingo, 1 de junho de 2008

Para você

Senhor, meu Deus
Olhai pelos meus amigos!
Que as pedras sejam removidas dos seus caminhos,
Que tenham forças para carregarem seus fardos,
Que encontrem coragem para resistir ao mal.
Que possam ver o amor em todos os seres,
Que sejam abraçados pela lealdade,
Que encontrem conforto e saúde se estiverem doentes,
Que sejam prósperos e saibam partilhar.
Que tenham paz cobrindo o seu espírito,
Que em sua mente obtenham os conhecimentos,
Que usem a sabedoria para aplicá-los,
Que saibam distinguir o bem do mal,
Que tenham fé para manter-se fortes na dor.
Senhor,
Olhai não só pelos meus amigos, mas também por todos que me rodeiam, olhai pelos que não gostam de mim, olhai pelos que me odeiam, pelos que me fendem ou magoam, olhai por aqueles a quem tenho magoado ou desiludido, olhai pelos que sofrem, pelos doentes, pelos que andam perdidos, pelos abandonados da sociedade, pelos que não têm amor, pelos que não têm carinho, pelos presidiários, por aqueles que lêem este texto!
Por todos bom Pai eu vos peço:
Protegei cada passo que eles derem,
Que a cada novo dia eles aceitem o novo,
Que saibam alegremente comunicar novidade.
Que Vos sintam em todos os momentos
E que tenha o Vosso colo por toda a Eternidade.
Que Tua luz guie seus passos, e que a todos nós nos possa trazer, mais paz, mais amor, mais harmonia e caridade em nossos corações para que nos possamos tornar melhores e ajudarmos a melhorar dia após dia.
Que a fé jamais nos falte, por mais dura que possam ser as provações e as vicissitudes de nossa caminhada,
que jamais desesperemos.
Que tenhamos sempre a certeza de que sempre Nos acompanhas.
Assim seja.

CONFLITO

"Acho então esta lei em mim: quando quero fazer o bem, o mal está comigo." — Paulo. (ROMANOS, 7:21.)


Os discípulos sinceros do Evangelho, à maneira de Paulo de Tarso, encontram grande conflito na própria natureza.

Quase sempre são defrontados por enormes dificuldades nos testemunhos. No instante justo, quando lhes cabe revelar a presença do Divino Companheiro no coração, eis que uma palavra, uma atitude ligeira os traem, diante da própria consciência, indicando-lhes a continuidade das antigas fraquezas.

A maioria experimenta sensações de vergonha e dor.

Alguns atribuem as quedas à influenciação de espíritos maléficos e, geralmente, procuram o inimigo no plano exterior, quando deveriam sanar em si mesmos a causa indesejável de sintonia com o mal.

É indubitável que ainda nos achamos em região muito distante daquela em que possamos viver isentos de vibrações adversas, todavia, é necessário verificar a observação de Paulo, em nós próprios.

Enquanto o homem se mantém no gelo da indiferença ou na inquietação da teimosia, não é chamado à análise pura; entretanto, tão logo desperta para a renovação, converte-se o campo íntimo em zona de batalha.

Contra a aspiração bruxuleante do bem, no dia que passa, levanta-se a pesada bagagem de sombras acumuladas em nossas almas desde os séculos transcorridos. Indispensável, portanto, grande serenidade e resistência de nossa parte, a fim de que o progresso alcançado não se perca.

O Senhor concede-nos a claridade de Hoje para esquecermos as trevas de Ontem, preparando-nos para o Amanhã, no rumo da luz imperecível.






pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, do livro Pão Nosso, Federação Espírita Brasileira

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...
"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."