Considerações Iniciais:
Filhos especiais, todos podemos nos considerar.
Entretanto, esta noite vamos cuidar especialmente daqueles filhos que recebemos em nossos lares e são um pouco diferentes daqueles que esperávamos.
Uma pequena diferença, marcante entretanto, que caracteriza a bondade Divina no processo de redenção de nossas vidas.
Nem sempre sabemos como lidar com as "pequenas diferenças". Algumas vezes, essas diferenças são determinantes e transformam nossas vidas.
Outras, perturbamo-nos e não nos damos conta que estamos deixando de auxiliar um espírito querido, que volta à carne em busca de socorro do coração.
São os filhos especiais que Deus coloca em nossas vidas para ensinar-nos a amar e doar.
É a Providência Divina em acção.
O espírito imortal que está encarnado numa criança especial encontra-se lúcido - e somente o corpo não responde naturalmente aos estímulos - ou o espírito pode encontrar-se igualmente perturbado?
Falamos dos casos de idiotia.
Na questão 374 de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec pergunta: "Na condição de Espírito livre, tem o idiota consciência do seu estado mental?".
Os espíritos respondem: "Frequentemente tem.
Compreende que as cadeias que lhe obstam ao voo são prova e expiação".
Dessa forma, percebemos que, ainda quando há o impedimento da manifestação livre do espírito, a condição é contigencial, pois o espírito que é imortal e ali está na sua plena consciência percebe o que ocorre à sua volta.
Não podemos, entretanto, generalizar os "filhos especiais" como sendo apenas excepcionais.
Há algumas outras pequenas diferenças que podem fazê-los diferentes para o mundo, sem que de facto o sejam.
Crianças especiais são sempre espíritos endividados?
Com base na questão 372 de "O Livro dos Espíritos", entendemos que nesses casos há o processo de resgate do espírito.
A figura do endividamento, embora corrente no Movimento Espírita, é muito forte e causa-nos a todos a sensação de incapacidade na solução dos nossos problemas.
Preferimos afirmar que a Providência Divina está actuando e que, em sua justiça, Deus está permitindo o ajuste.
Um mesmo espírito pode reencarnar sucessivamente (2 encarnações) nesta condição, de "especial"?
Sim, pode.
Como entendemos tratar-se de processo de ajuste, a reorganização das estruturas espirituais do companheiro podem necessitar de mais de uma existência para serem levadas a termo.
Entretanto, entendemos também que em sua misericórdia, Deus não proporcionará a nenhum de nós um fardo maior do que o que somos capazes de carregar.
Assim, se após uma encarnação em que o espírito viveu uma condição especial for necessário um tempo para refazimento, a Providência Divina utilizará os meios necessários para que o espírito reencarnante tenha uma existência menos comprometida, sem que isso signifique que está sendo isentado das suas responsabilidades.
Serão utilizados recursos próprios, que propiciem uma aceleração do resgate, sem que haja o comprometimento do corpo físico, por exemplo.
A mediunidade é um óptimo recurso que perfeitamente possibilita a oportunidade do crescimento espiritual e ajuste do passado.
Uma família que recebe um filho especial sempre tem compromisso com este espírito reencarnante?
Os espíritos alertam-nos para as palavras.
Sempre e nunca são palavras muito complicadas.
Não necessariamente tem um compromisso passado com o reencarnante.
Podem, por um dever de caridade, aceitar recebê-lo e encaminhá-lo nesta vida, dando toda a sua assistência e todo o seu carinho. Suprindo suas deficiências e dedicando-se incessantemente. Por amor.
Porquê a necessidade de um espírito vir num corpo que lhe ofereça barreira à manifestação?
Este mesmo espírito, habitando num corpo sadio, não poderia liquidar as suas dívidas, caso as tenha, através do trabalho no bem (trabalho esse que seria muito mais eficiente se seu corpo físico lhe proporcionasse mais liberdade de acção)?
Esse pode ser o problema: a liberdade de acção.
Justamente pelo uso equivocado do livre-arbítrio que eventualmente tenha feito, o espírito comprometeu-se de tal maneira que, como diz Hermínio Correia de Miranda no livro ("Diálogo com as Sombras"), "a lei diz o basta".
É hora de cortar a acção daquele espírito que se está comprometendo não somente a si próprio, mas também a todos aqueles que com ele convivem.
A liberdade de acção, ao invés de auxiliá-lo, nesse caso, somente poderá lhe complicar mais a sua vida.
Do ponto de vista espírita, como se pode entender o autismo?
O autismo é uma limitação imposta ao espírito, objectivando sempre a restrição do seu relacionamento com todos os que o rodeiam.
Isso não impede no entanto que o espírito receba as manifestações de afecto e carinho que a ele sejam endereçadas.
O espírito encarnado na condição de autista sente, vibra.
Somente não se manifesta.
Sugerimos aqui a leitura do depoimento de Charles, um idiota, em "O Céu e o Inferno", de Kardec.
As diferenças entre as patologias dão-se apenas aleatoriamente ou o espírito encarna sofrendo desta ou daquela patologia com um propósito previamente estabelecido?
Os espíritos alertam –nos para o facto de que o acaso não existe.
"(...) tudo serve, tudo se encadeia na Natureza (...)"
Tal como conforme podemos observar na questão 540 de "O Livro dos Espíritos".
Dessa forma, nossas existências obedecerão a um "projecto" do qual participamos, via de regra, antes de reencarnarmos.
Não é um programa, onde tudo está estabelecido.
Mas, antes é um grande roteiro que o espírito estará seguindo e reconstruindo a cada momento de sua existência.
Também a lei de causa e efeito assegura que nada ocorre por acaso no Universo.
"Todo efeito tem uma causa", afirmam os espíritos.
Portanto, não há um aspecto aleatório neste tipo de patologias.
Pode haver em 'filhos especiais', espíritos 'especiais'? Quero dizer, espíritos que são de tamanha luz que vêm para 'resgatar' toda uma gleba de espíritos endividados com a Lei, fazendo com que estes passem a exercitar o amor, devido a condição de 'especial' e de 'espírito de luz' do reencarnante?
Possível é.
Entretanto, entendemos que a contribuição desses espíritos, caso reencarnem entre nós, será muito maior e, consequentemente, maior será sua contribuição para com a comunidade em que esteja inserido, se estiver sem nenhuma restrição a toda a sua manifestação.
Em casos de mães que visam um aborto, valendo-se de drogas (medicamentos) para obterem esse fim. Podemos considerar que tal facto veio a influenciar na concepção de um "filho especial"?
Entendendo, pela Doutrina Espírita, que nada acontece por acaso e que a Justiça Divina se manifesta, a cada instante, a oportunidade não será desperdiçada e um espírito necessitado valer-se-á dela.
Todos, sem excepção, precisaremos dar apoio às futuras mães, demonstrando-lhe que não devem temer o futuro.
Fazendo-lhes perceber a importância do momento por que passam e da responsabilidade que assumem quando engravidam.
Mais ainda, demonstrar-lhes que aquela criança que ali está é a manifestação do amor de Deus em si própria.
Como espíritas, temos um papel fundamental neste processo. Evidentemente, se o desvario da mãe persistir, poderemos ter ali uma criança especial, se ela sobreviver.
Considerações Finais
Paulo afirma: "Se não tiver caridade, nada sou".
Tudo que aqui foi dito hoje, voltado aos "filhos especiais", aplica-se também aos "adultos especiais".
Tudo se aplica às nossas vidas, já que neste planeta somos os agentes de transformação com os quais a Providência Divina conta, para propiciar o progresso da humanidade.
Filhos especiais não são os filhos problema.
Problemas criamos nós, quando não enxergamos a diferença que esse filho pode trazer às nossas vidas, quando Deus nos permite essa oportunidade.
Quando ocorrer de encontramos no caminho um filho especial da criação, possamos nós envolvê-lo com nosso carinho e amor.
Possamos nós vibrar por seus pais e familiares para que saibam como conduzir essa oportunidade única.
Somos todos nós, filhos especiais de Deus.
Necessitando da sua dedicação, tolerância, paciência e principalmente de seu amor.
Que possamos ter esse mesmo amor que o Criador nos dedica, no trato com aqueles que por nossos caminhos passarem.
Que Deus possa envolver a todos.
Palestra proferida por Pedro Gonçalves na Associação de Estudos Psiquico Espirituais de Bragança
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V Congresso Brasileiro Sobre Síndrome de Down acontece em setembro em Londrina
Nos dias 24 a 27 de setembro, a Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (APSDown), em parceria com a Associação Reviver Down de Curitiba e com o apoio da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, reunirá especialistas, profissionais e familiares no V Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down, a ser realizado em Londrina, no Paraná.
O evento que tem como objetivo promover a autonomia e a inclusão social das pessoas com Síndrome de Down e a conseqüente superação do preconceito e da discriminação ainda existentes, propõe como tema esse ano a “Síndrome de Down em busca da Autonomia”, a fim de discutir e analisar o caminho para a autonomia das pessoas portadoras.
Durante o congresso serão realizadas todas as manhãs cursos e oficinas, e no período da tarde, palestras no auditório maior. A grade de profissionais contará com palestrantes de prestígio nacional e internacional, que participarão de debates em mesas redondas divididas por faixa etária, cujo intuito é de atender todos os interessados. E para finalizar, apresentações culturais diárias com a participação de grupos com Síndrome de Down e outras deficiências.
O Congresso pretende fazer um balanço sobre os avanços, impasses e realizações, observados a partir das organizações não governamentais. E o evento acontecerá em conjunto com o II Encontro de Irmãos, aonde os filhos terão atividades diferentes de arte e jogos.
Nas próximas semanas, disponibilizaremos mais noticias detalhadas sobre inscrições de trabalho e informações sobre palestrantes, custos e horários no nosso site (www.apsdown.com.br).
Dúvidas e sugestões: (43) 3328-8785 / congresso@apsdown.com.br
Ótimo artigo!
Sou pai especial, minha filha nasceu com Sindrome de Edwards (Trissomia 18, e em virtude de uma grave mal formação cardiaca veio a desencarnar aos 09 meses...Ela nos trouxe nova visão para o mundo e uma luz incomparável.
Hoje atuacmos juntamente à Associação Sindrome do Amor (www.sindromedoamor.com.br/site) e faço publicações em um blog dedicado à pais com filhos especiais (www.conversaentrepais.blogspot.com)
Um grande abraço a todos, muita luz e paz
Eloir
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