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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Doutrina Kardecista....reescrevendo o modelo espírita.

Jaci Regis.

Cento e cinquenta anos depois do lançamento do livro Dos Espíritos, as ideias básicas por ele lançadas continuam válidas, Entretanto, dois fatores evidenciam a necessidade da releitura da obra de Allan Kardec. O aspeto evolutivo do Espiritismo, que permite analizar os progressos realizados pela sociedade humana nesse periodo e incorporá-los, equilibradamente.
E a sua transformação em religião, que tende a fraudar seus conceitos revolucionários.
Sómente o pensamento religioso pode afirmar que nada precisa mudar, nem ATUALIZAR.

Existe um fato inegável, criou-se uma divisão talvez irremediável, entre os adeptos:
os que praticam o Espiritismo como uma religião, sendo a maioria, e os que o entendem como uma reflexão positiva, dinâmica, mas desvinculada do culto, dos rituais que compõem necessáriamente o pensamento religioso.
Parece que o ponto de discórdia nesse processo divisório, é o papel de Jesus de Nazaré: se aceito como o Cristo formatado pela Igreja, conduz ao DOGMATISMO e á IDOLATRIA e liga o Espiritismo aos CULTOS CRISTÃOS.
Se olhado sob a luz do processo EVOLUTIVO, torna-se o MESTRE, o homem superior com missão especial.
A Doutrina Kardecista quer caminhar aberta ao novo, sem perder as raízes do pensamento de Allan Kardec.

Portanto queridos irmãos, a humanidade está em crise, desorientada e esse processo não começou recente, ele vem piorando paulatinamente pelo menos á duas gerações.
O processo educativo não foi atualizado com matérias inovadoras e criativas que podessem motivar os Jovens a serem bons cidadãos, a perceber a necessidade de SER conscientemente envolvido com o TODO, do qual o Eu interior a centelha Divina ,a ALMA é PARTE INTEGRANTE.

Fica claro que continuarmos nos guiando por conceitos religiosos originados do catolicismo, não teremos a renovação e a atualização dos métodos e sistemas de atuação no trabalho, perante a Juventude nas Casas Espíritas.

Nossa amada Doutrina orienta no livro Dos Espíritos, como a liberdade de pensar e liberdade de consciência conceitualmente devem ser entendidas:

Há no homem alguma coisa que escapa a todo constrangimento e pela qual ele desfruta de uma liberdade absoluta?
-- É no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o vôo, mas não aniquilá-lo.
A liberdade de consciência é uma consequência da liberdade de pensamento?
-- A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.
O homem tem direito de entravar a liberdade de consciência?
-- Não mais que á liberdade de pensar, porque só a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, por suas leis, as relações de homem para homem, DEUS, por suas Leis da Natureza regula as relações do homem com Deus.
Qual é o resultado dos entraves postos á liberdade de consciência?
-- Constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam é torná-los hipócritas.
A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.
( questões 833 a 837 de o LE cap "Lei da Liberdade".

Com esses posicionamentos, o Espiritismo manteve-se distante das ideias ainda vigentes no século de seu aparecimento, que ainda concediam á religião uma certa autoridade condutora do pensamento, em nome da verdade transcendente. Ao mesmo tempo, por outro lado, as ideias espíritas combateram algumas tendências filosóficas que se inclinávam ao pensamento único, sugeridas por doutrinas então nascentes o comunismo e o positivismo.
Kardec e os Espíritos, ao contrário, não vislumbravam outro caminho á civilização e ao progresso que não o da inteira LIBERDADE de pensamento estimulando-se o PLURALISMO político e religioso.
Convicções ideológicas, politicas, filosóficas ou religiosas são, essencialmente, elaborações pessoais, ditadas pela experiência de cada um, muitas das quais elaboradas no mais íntimo de sua consciência.
Tampouco os valores morais são propriedade exclusiva das religiões.
Há pessoas que desenvolveram uma ética pessoal e social qualificadíssima, sem no entanto estarem vinculadas a qualquer crença formal. Por isso o Espiritismo, mesmo sendo uma filosofia deísta e que vê na existência de Deus, como Inteligência Suprema, a causa primária de todas as coisas, defende o pleno direito de consciência e de expressão, por exemplo dos ATEUS.
Diferentemente da tradição religiosa do Ocidente, o Espiritismo não vislumbra na fé uma condição essecial para a felicidade futura do Espírito.Simplesmente porque não é uma Doutrina SALVACIONISTA. Defende, isto sim, que a PRÁTRICA do BEM, em qualquer circunstância, promove a criatura, elevando-a a níveis de consciência confortantes e GRATIFICANTES, em qualquer dimensão da vida, na caminhada do Espírito rumo á plenitude.
A melhor condição para a busca da verdade, que liberta, é a da garantia da plena liberdade de pensar e de expressar, LIVREMENTE, esse pensamento no meio social em que vivamos.
ESSA IDEIA é BÀSICA para a FILOSOFIA ESPÍRITA.

Vamos respeitar a liberdade dos Jovens e suas ideias e pensamentos, abrindo espaço para eles no novo processo de renovação e atualização de nossa amada Doutrina.
Façamos deles os líderes do futuro sabendo ensiná-los que a cooperação com AMOR, sem ranços de poder ultrapassado, abrirão novas prespectivas de trabalho GRATIFICANTE dos JOVENS no Espiritismo.

Paz AMOR e LUZ.
Manuel

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A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...
"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."