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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Videogames: não basta ser contra ou a favor

Certos assuntos parecem gerar uma espécie de defesa acirrada de pontos de vista pró ou contra.
O impacto dos videogames sobre o comportamento de crianças e jovens, assim como a influência da TV, há algum tempo, tem dado muito o que falar.
É inegável que eles gostam de jogar, que podem esquecer do tempo e das obrigações, que incluem suas tarefas escolares, diante de uma tela onde comandam personagens com o toque dos dedos.
Aliás, este já é o primeiro ingrediente do fascínio que este tipo de diversão exerce: comandar destinos, exercer controle. O videogame é uma espécie de sucedâneo para o exercício do impulso de domínio, para prática do poder pessoal, a expressar-se em forma de violência.
O segundo ingrediente é o desafio às habilidades, que consiste em conseguir fazer alguma coisa com perfeição, motivado pelo reconhecimento da ação heróica no ambiente virtual, de haver vencido a dificuldade personificada no inimigo, mas também de ter sua capacidade reconhecida no mundo real, entre os colegas.
É claro que, ao treinar para vencer este desafio, certas habilidades são desenvolvidas, como a observação, a atenção, a memória, a coordenação motora fina e a estratégia. Por isso, do ponto de vista do desenvolvimento intelectual, não se pode dizer que videogames "não prestam pra nada."
Por isso, também, torna-se importante refletir antes de assumir posturas radicais.
A maioria dos jogos está mesmo repleta de violência. Suas cenas povoam a imaginação da criança, que dificilmente está em posição de avaliar, de escolher o que vai reter ou descartar. A mente da criança é muito suscetível às imagens fortes mostradas na tela, que vão compor seu mundo íntimo. E como a imaginação é a fonte que nutre a criatividade, a criatividade é o nascedouro das idéias, e as idéias arquitetam as ações... Aí temos a influência dos videogames no comportamento.
Porém, existem mecanismos íntimos: a razão, o livre-arbítrio, a intuição, a sensibilidade, existem crenças e valores, no meio deste caminho, onde pais e educadores têm possibilidade de atuar de maneira positiva. Além do mais, a influência de um videogame só é implacável quando aqueles mecanismos não atuaram por quaisquer motivos, interiores ou exteriores, ou quando pais e responsáveis se omitem ou são ausentes. Os modelos para os filhos são os pais, e só quando não estão lá, ou quando não são modelos bons o bastante, serão substituídos por outros.
As crianças só se viciam em games quando algo não está bem dentro delas, quando não conseguem estar em paz consigo mesmas e precisam desesperadamente de satisfação exterior. Quando estão emocionalmente saudáveis, elas se cansam depois de um tempo, e voltam de vez em quando, sem prejuízos para sua vida real e de seus compromissos na família e na escola.
Se este é o caso do seu filho, converse com ele sobre o que está fazendo, pergunte o que ele vê de bom em jogar e lembre que viver não é só isso. Diga-lhe para descansar os olhos, de vez em quando, para fazer alongamentos e cuidar da posição em que fica, para não ter problemas de postura (essas coisas que toda mãe e pai dizem).
Exercícios de domínio e habilidade também se encontram em outros jogos e atividades, que podem ser propostos alternativamente. Plantar uma horta, montar um painel de recados para o quarto, modelar argila, pintar uma tela, aprender origami ou andar de bicicleta podem ser tão interessantes ou mais interessantes que destruir obstáculos e criaturas virtuais, se introduzidos da maneira correta, sem imposições ou pregações moralistas, mas com naturalidade, como algo que dá muito prazer e resultados.
Quem sabe, os desenvolvedores de novos games possam, no futuro, criar contextos para expressões mais positivas por parte de quem joga.
Rita Foelker
Texto publicado em http://www.edicoesgil.com.br/educador/videogames.html

2 comentários:

Unknown disse...

Esse artigo sobre video games foi muito providencial. Agora sei onde estou errando e como acertar daqui para frente, na educação das minhas crianças. Agradeço meu amigo Pedro, que mesmo etando em outro Continente, não esquece de mim e sempre me presenteia com seu Jornalzinhos Espírita. Todos vocês estão de parabéns. Que Deus abençoe a todos, sempre...
Um grande abraço

Unknown disse...

Esse jornalinho é maravilhoso! Que Deus abençoe a todos vocês, abundantemente...
Um beijo no coração!

Gracinha.
Rio de Janeiro - Brasil

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

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"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."