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sábado, 13 de março de 2010

O Conhecimento de Si Mesmo

Conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade.
Damos o nome de conhecimento à posse desse pensamento que concorda com a realidade.
À concordância do pensamento com a realidade chamamos verdade.
Que é pensar bem? É chegar a fazer de nosso pequeno modelo interior de mundo uma imagem, tão perfeita quanto somos capazes, do grande mundo real.
» Antigüidade clássica
Antes de Sócrates, os ensinamentos e reflexões dos primeiros filósofos voltaram-se para os problemas do ser, do movimento e da substância primordial do mundo, a “Physis”, procurando dar-lhes uma explicação racional.
Para Tales de Mileto, a água era a origem de tudo;
para Anaximandro, o infinito;
para Pitágoras, o número;
para Empédocles, o ar, o fogo, a terra e a água, e,
para Demócrito, o átomo.
Sócrates inaugura o método da volta reflexiva sobre si mesmo.
» Conhece-te a ti próprio
Conhece-te a ti próprio é o dístico colocado no frontispício do oráculo de Delfos.
Após a visita de Sócrates a este templo, emanam-se dois diálogos, que podem ser encontrados em: Platão (Alcibíades, 128d-129) e Xenofontes (Memoráveis, IV, II, 26) (1).
» O método socrático
Sócrates procura o conceito. Este é alcançado através de perguntas. As perguntas têm um duplo caráter: ironia e maiêutica.
Na ironia, confunde o conhecimento sensível e dogmático.
Na maiêutica, dá à luz um novo conhecimento, um aprofundamento, sem, contudo, chegar ao conhecimento absoluto (2).
» Reflexão
É uma volta sobre si mesmo. A reflexão seria mais perfeita se fosse somente sobre o próprio pensamento, sem a intervenção dos sentidos; mas, como o pensamento e os sentidos são inseparáveis, de qualquer forma é uma reflexão (3).
» Herança e automatismo
Nosso passado histórico propiciou-nos a automatização de hábitos e atitudes.
É nossa herança, que começa desde o reino mineral. Há hábitos positivos e negativos. Os positivos devem ser incrementados; os negativos, extirpados.
A função da reforma íntima, no seu sentido amplo, é melhorar o reflexo condicionado, arquitetado pelo nosso Espírito (4).
» Como conhecer-se?
Pela Dor: a dor é teleológica e leva consigo um destino. Por ela podemos saber o que fomos e, também, o que tencionamos ser. Ela é sempre positiva; no sofrimento, estamos purgando algo ou preparando-nos para o futuro.
Pelo Convívio com o Próximo: podemos avaliar-nos, observando as reações dos outros com relação às nossas atitudes.
Pela Auto-Análise: as questões 919 e 919A de O Livro dos Espíritos auxiliam-nos a praticá-la. Santo Agostinho sugere que todas as noites devíamos revisar o dia para ver como fomos em pensamentos, palavras e atos (5).
» Consciência da ignorância
Tomando consciência de nossa ignorância, estaremos alicerçados para detectar a nossa verdadeira capacidade.
O CONHECIMENTO DE SI MESMO
Os primeiros filósofos antes de Sócrates buscavam, nos elementos externos do ser, as explicações racionais do mundo. Para Tales de Mileto, a substância primordial era a água; para Anaxímenes, o ar; para Pitágoras, o número e para Demócrito, o átomo. Nesse contexto, surge Sócrates, com a autoconsciência, ou seja, com uma volta reflexiva sobre si mesmo.
Sócrates, depois da visita a Cherofonte, o oráculo de Delfos, passa a refletir sobre o "conhece-te a ti mesmo". Este dístico, inscrito no frontispício do templo, inspira-lhe dois diálogos, narrados em Platão (Alcibíades, l28d-l29) e em Xenofontes (Memoráveis IV, II, 26), onde retrata a importância do autoconhecimento.
A reflexão é uma volta do espírito sobre si mesmo, colocando em pauta os conhecimentos que possui. Seria perfeita se o ato de refletir se restringisse, somente, ao processo racional do pensamento. Contudo entram em cena os sentimentos e as emoções, o que não deixam de ser, também, uma reflexão.
O método usado por Sócrates para o "conhecimento de si mesmo" é o de perguntar. As perguntas objetivavam descobrir o conceito que se ocultava na superficialidade do conhecimento. Primeiramente aplicava a ironia (confundir o interlocutor) e, depois, a maiêutica (vir à luz um novo saber). Ele não ensinava, mas criava condições para que o conhecimento brotasse do ouvinte.
Allan Kardec trata desse tema em O Livro dos Espíritos, nas questões 9l9 e 9l9A. As elucidações são do Espírito Santo Agostinho, que nos orienta a repassar mentalmente, todas as noites, o nosso dia, a fim de verificar como nos expressamos em pensamentos, palavras e atos. Na Psicanálise é conhecido como auto-análise.
A dor é, também, uma avaliadora de nosso autoconhecimento. Através dela podemos intuir o que fomos no passado, pois, sendo teleológica, leva consigo um destino. Nesse sentido, buscar a causa do sofrimento tem mais valor do que, simplesmente, eliminá-lo.
Embora haja dificuldade de conhecermos a nós mesmos, uma avaliação serena de nossa dor e do nosso relacionamento com o próximo pode oferecer-nos uma luz no fim do túnel.
» Questões
1) Qual a origem do “Conhece-te a ti mesmo”?
2) O que representa para Sócrates o “Conhece-te a ti próprio”?
3) O que significam a ironia e a maiêutica?
4) O que é reflexão?
» Temas para debate
1) É possível conhecermos a nós mesmos?
2) O esquecimento do passado apregoado pela Doutrina Espírita dificulta o conhecimento de nós mesmos?
3) Sei que nada sei. Comente.
» Referência bibliográfica
(1) SAUVAGE, M. Sócrates e a Consciência do Homem.
(2) GILES, T. R. Introdução à Filosofia.
(3) PAULI, E. Que é Pensar.
(4) LUIZ, A. Evolução em Dois Mundos.
Curso de Introdução à Filosofia Espírita
Centro Espírita Ismael
Departamento de Ensino Doutrinário
AV. Henri Janor, 141, Jaçanã – S. P.
Fone: 201-6747



Organizado por
Sérgio Biagi Gregório

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A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

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"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."