Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem.
Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal estava estendida.
O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.
Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em uma pepita de ouro.
Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.
Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e ela se transformou inteiramente em ouro.
O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha de ouro em gratidão.
Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:
Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.
O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.
A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.
Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando, pesquisando. Simplesmente invejamos.
Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.
Invejamos aqueles que produzem textos bem elaborados, que merecem destaque em publicações especializadas. No entanto, não nos dispomos ao estudo da gramática, muito menos a longas leituras que melhoram o vocabulário e ensinam construção de frases e imagens poéticas.
Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo o ouro do mundo, sem se dar conta de que era a mente que fazia as transformações.
Pensar é construir. Pensar é semear. Pensar é produzir.
Vejamos bem o que semeamos, o que produzimos, nas construções de nossas vidas, com as nossas ondas mentais.
No lugar da inveja, manifestemos a nossa vontade de lutar para crescer, com a certeza de que cada um de nós é inigualável. O que equivale a dizer que somos únicos e que ninguém poderá ser igual ao outro.
Cada um tem seus tesouros íntimos a explorar, descobrir e mostrar ao mundo.
Quando pensamos, projetamos o que somos. Pensemos melhor. Pensamento é vida.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro Rosângela, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e história tibetana extraída do livro Elucidações espíritas, entrevista 5, de Divaldo Pereira Franco, ed. S.E. Joanna de Angelis. Extraído do endereço: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2089&stat=0.
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