A nossa petição pode parecer estranha: "compadece-te daqueles que mais amas".
Entretanto, o apelo não pode ser outro naquilo que pretendemos dizer, porquanto, no Plano Físico, não raro, externamos a capacidade afetiva com enorme peso de autoridade.
Compadece-te de teus pais no mundo.
Nem sempre pairam eles na altura espiritual que desejas. Doaram-te, no entanto, o corpo em que vives. Protegeram-te carinhosamente na infância. E se não puderam sustentar a harmonia recíproca ou se foram defrontados por lutas e conflitos que se viram incapazes de sobrestar, ama-os, mesmo assim, fora de exigências e críticas, porque também eles se acham a caminho do Entendimento Maior.
Compadece-te de teus filhos.
Se não conseguiram abraçar experiências semelhantes
às tuas ou se não dispõem de recursos para te concretizarem os planos de família é que carregam no mundo encargos diferentes. Ama-os na estrutura espiritual com que te vieram aos braços, conforme as induções das Leis Divinas e liberta-os de qualquer cativeiro afetivo, conquanto auxiliando-os tanto quanto se te faça possível, para que se realizem nas terefas que trouxeram de novo à existência.
Compadece-te dos familiares e dos amigos.
Embora te respeitem e te estimem, no curso de muitas ocasiões, encontram empeços e tribulações que desconheces. E, em muitos casos, precisam de tua paz a fim de que se entrosem no campo de determinadas obrigações.
Compadece-te dos corações queridos a que te vinculas.
Apesar do imenso afeto que te consagram, em certos lances da estrada humana, são eles chamados a resgates e provas, por vezes difíceis, e de que nem sempre se desvencilham senão com largas coberturas de trabalho e de tempo.
Amar é servir, compreender, auxiliar, abençoar, libertar...
Que o teu amor seja paz e vida, alegria e esperança naqueles a quem ofertas dedicação e carinho.
Não te permitas entravar os passos dos entes queridos com grilhões psicológicos, porque toda afeição possessiva é sinônimo de sofrimento.
Ama e obterás a bênção do amor.
Compreende e colherás compreensão.
E se em teu devotamento surgirem crises de apreensão e medo, perante as lutas dos seres amados, procura esquecer receios e inquietações, amparando a cada um, na fonte viva da prece, a recordar, antes de tudo, que eles e nós pertencemos a Deus.
André Luiz e Chico Xavier
Do livro: Busca e Acharás
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