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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Compromissos em Nós
Emmanuel e Chico Xavier
Do livro: Justiça Divina - FEB
13. - As atribuições dos Espíritos são proporcionais as seu adiantamento, às luzes que possuem, às suas capacidades, à sua experiência e ao grau de confiança que inspiram ao soberano Mestre. Aí, nada de privilégio, nada de favores que não são o preço do mérito: tudo é medido ao peso da estrita justiça. As missões, as mais importantes, não são confiadas senão àqueles que Deus sabe apropriados a cumpri-las, e incapazes de nelas falirem ou de comprometê-las. Enquanto que, sob o próprio olhar de Deus, os mais dignos compõem o conselho supremo, aos chefes superiores é atribuída a direção de turbilhões planetários; a outros é conferida a dos mundos especiais. Vêm, em seguida, na ordem do adiantamento e da subordinação hierárquica, as atribuições mais restritas daqueles que são prepostos na marcha dos povos, na proteção das famílias e dos indivíduos, no impulso a cada ramo do progresso, nas diversas operações na Natureza, até nos mais íntimos detalhes da criação. Nesse vasto e harmonioso conjunto, há ocupações para todas as capacidades, todas as aptidões, todas as boas vontades; ocupações aceitas com alegria, solicitadas com ardor, porque são um meio de adiantamento para os Espíritos que aspiram a se elevarem. - O Céu e o Inferno, Primeira Parte, Capítulo III.
Considerando as elevadas missões dos Espíritos que se agigantaram nos louros da virtude, reflitamos nos compromissos anônimos que rogamos, com ardor, em nós e por nós.
Encontraste o marido ideal e a abastança doméstica; no entanto, recebeste no próprio sangue o filho retardado que te corta o coração por difícil problema.
Um dia, compreenderás que, noutras épocas, foi ele o companheiro que induziste à loucura.
Dispões de títulos respeitáveis para luzir nos encargos mais nobres e padeces uma esposa mentalmente fixada na fronteira do hospício.
Um dia, compreenderás que, em estradas distantes, foi ela a parceira menos feliz, em cujos pés colocaste lama escorregadia, para que resvalasse, desamparada, na esquina do sofrimento.
Tens dinheiro e instrução, mas carregas um pai irascível e intransigente, que mais assemelha a um tigre de sentinela.
Um dia, compreenderás que ele vive assim por defeitos da educação que lhe impuseste em outra existência.
Percebes a grandeza da obra de que te responsabilizas, sem achar colaborador que te dê mão no trabalho, arrostando, sozinho, a obrigação de fazer.
Um dia, compreenderás que te valias, ontem, da confiança alheia para tiranizar os que mais te amavam, e lutas, hoje, desentendido, para te libertares da violência.
Possuis conhecimentos admiráveis e legiões de amigos que tudo fazem por ajudar-te; contudo, amargas penosa anormalidade orgânica, à maneira de espinho oculto.
Um dia, compreenderás que a mutilação e a deformidade, a inibição e a moléstia constituem remédios nos pontos fracos da própria alma.
Desfrutas mediunidade notável e não consegues outro mister que não seja o consolo e o apaziguamento na própria casa.
Um dia compreenderás que carecias de longo tempo, desempenhando a função de bússola viva para alguns poucos viajantes do mundo, arrojados por ti mesmo nas trevas das grandes provas.
Acalentas projetos superiores, exaltando anseios de ascensão e sonhos de arte; no entanto, gastas o próprio corpo, dobrando a cerviz sobre o tanque ou lavando pratos e caçarolas
Um dia, compreenderás que para sermos livres é preciso escravizar-nos, por algum tempo, ao pé daqueles que, por algum tempo, nos foram também escravos.
Bendizes as dores desconhecidas que te pungem, silenciosas!
Agradece as ocupações ignoradas que pediste alegremente, na Vida Espiritual, e que, muita vez, exerces chorando na vida física.
Se ninguém, na Terra, te anota o serviço obscuro, recorda que Deus te vê! Se todos te desprezam, à face das tuas atividades supostas insignificantes, ainda mesmo por entre lágrimas, regozija-te nelas, aguardando o futuro.
Ninguém consegue realmente ser grande, quando não aprendeu a ser pequenino.
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