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domingo, 15 de maio de 2011

O Fim do Mundo em 1911 (e 2011)

Allan Kardec
Revista Espírita, Abril de 1868

[...] Com efeito, lembra-se que o fim do mundo também tinha sido predito para o ano de 1840, (e agora, para 21 de maio de 2011 o adendo é nosso); acreditavam com tanta certeza, que tinha sido pregado nas igrejas, e vimos anunciado em certos catecismos de Paris às crianças da primeira comunhão, o que não deixou de impressionar desagradavelmente alguns cérebros jovens. Como o melhor meio de salvar sua alma sempre foi dar dinheiro, despojar-se dos bens deste mundo, que são uma causa de perdição, foram feitos pedidos e provocadas doações com este objetivo. Mas o Espírito do mal se mete por toda a parte neste século de racionalistas e impele aos piores pensamentos [...]
[...] Mas eis que esses ruídos se precisam, que esses terrores, que parecem quiméricos, tomam consistência e se formulam nitidamente. O fim do mundo se aproxima, gritam de todos os lados! Na Europa, nos países católicos, recordam-se as velhas profecias que, todas, anunciam esse grande acontecimento para a nossa época...
Não são os espiritos batedores que dão alarme.
Abri O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec e lêde à primeira página, nos prolegômenos, as palavras seguintes: "Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal estão chegados, e que sendo os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, sua missão é instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da humanidade

Observação: (de Kardec) Não vemos que anunciar a regeneração da humanidade seja anunciar o seu fim. Estas duas idéias se contradizem. Em lugar de dar o alarme, os Espíritos vem trazer a esperança.

"E para começar diz-nos o profeta Joel: "Naqueles tempos a magia cobrirá toda a Terra, e ver-se-ão até as crianças de peito fazer coisas extraordinárias, e falar como pessoas grandes."
"O Espiritismo, esta magia do século dezenove, invadiu o mundo. Há apenas alguns anos, na América, na Inglaterra, na França, fenômenos surpreendentes, incríveis excitaram a curiosidade geral. Móveis inertes, animando-se à vontade dos operadores, entregavam-se às mais fantásticas evoluções, e respondiam sem hesitação às perguntas que lhes dirigiam. Buscou-se qual podia ser a causa inteligente desses efeitos inteligentes. As mesas responderama: São os Espíritos, as almas dos homens que a morte levou, que vem comunicar-se com os vivos. Novos fenômenos se produziram. Ouviram-se como que golpes batidos nos móveis, nas paredes das casas; viram-se objetos, movendo-se espontâneamente; ouviam-se vozes, sinfonias; viram-se mesmo aparições de pessoas mortas há muito tempo. Os prodígios se multiplicavam. Era preciso querer para ver; era preciso ver para ficar convencido.
"Em breve uma nova religião se organizou. Interrogados os próprios Espíritos redigiram o código de sua nova doutrina. Foi, há que confessar, um sistema filosófico admiravelmente bem combinado sob todos os aspectos. Jamais o mais hábil sofista soube tão bem disfarçar a mentira e o paradoxo. Não podendo, sem desvendar sua origem e despertar suspeitas, quebrar de um golpe as idéias de Deus e de virtude, os Espíritos começam reconhecendo altamente a existência de Deus, a necessidade desta virtude; mas fazem tão pouca diferença entre a sorte dos justos e a dos maus, que se é, forçosamente, levado por essas crenças, a satisfazer todas as suas paixões e a buscar na morte um refúgio contra a infelicidade. O crime e o suicídio são as duas consequências fatais desses princípios, que parecem, à primeira vista, marcados por uma moral tão bela e tão pura.
"Para explicar a anomalia dessas comunicações de além túmulo, os Espíritos não puderam deixar se anunciar, como vimos, que os tempos marcados pela Providência estavam chegados; mas não querendo falar do fim do mundo, o que absolutamente não entrava em seu sistema, acrescentaram: "para a regeneração universal da humanidade."[...]

[...] Será o fim do mundo da superstição, do despotismo, dos abusos mantido pela ignorância, pela malevolência e pela hipocrisia; será o fim do mundo egoísta e orgulhoso, do pauperismo, de tudo o que é vil e rebaixa o homem; numa palavra, de todos os sentimentos baixos e cúpidos, que são o triste apanágio do vosso mundo.
Esse fim do mundo, essa grande catástrofe, que todas as religiões concordam em prever, é o que elas entendem? Ao contrário, não se deve ver a realização dos altos destino da humanidade? Se refletirmos em tudo o que se passa em volta de nós, esses sinais precursores não serão o sinal do começo de um outro mundo, quero dizer de um outro mundo moral, antes que o da destruição do mundo material?
Sim, enhores, um período de depuração terrestre termina neste momento; um outro vai começar... Tudo concorre para o fim do velho mundo, e os que se esforçam por sustê-lo, trabalham energicamente, sem o querer, para a sua destruição. Sim, o fim do mundo está próximo para eles; eles o pressentem e se apavoram, crêde bem, mais que do fim do mundo terrestre, porque é o fim de sua dominação, de sua preponderância, a que se apegam mais do que a qualquer outra coisa; e isto, em relação a eles, não será a vingança de Deus, pois Deus não se vinga, mas a justa recompensa de seus atos.
Como vós, os Espíritos são filhos de suas obras; se forem bons, é porque trabalharam para o ser; se forem maus, não é porque tenham trabalhado para o ser, mas porque não trabalharam para se tornarem bons.
Amigos, o fim do mundo está próximo e vos convido vivamente a tomar boa nota desta previsão; ele está tanto mais próximo quanto já se trabalha na sua reconstrução. A sábia providência daquele a quem nada escapa, quer que tudo se construa antes que tudo se destrua; e quando o edifício novo for coroado, quando a cumeeira estiver coberta, então é que desabará o antigo; cairá por si mesmo; de sorte que, entre o velho mundo e o novo não haverá solução de continuidade.
É assim que se deve entender o fim do mundo, que já pressagiam tantos precursores. E quais serão os mais poderosos obreiros para esta grande transformação? Sois vós, senhoras; sois vós, senhoritas, com o auxílio da dupla alavanca da instrução e do Espiritismo. Na mulher na qual o Espiritismo penetrou, há um trablhador espiritual. Nesse estado, tudo trabalhando por ela, a mulher trabalha ainda mais que o homem na edificação do momento; porque, quando ela conhecer todos os recursos do Espiritismo e deles souber servir-se, a maior parte da obra por ela estará feita. Amamentando o corpo de seu filho, também poderá alimentar o seu espírito. E que melhor ferreiro do que o filho de um ferreiro, aprendiz de seu pai? Assim o menino sugará, ao crescer, o leite da espiritualidade e quando tiverdes Espíritas, filhos de Espíritas e pais Espíritas, o fim do mundo, tal qual o compreendemos, não estará realizado? Admirai-vos então, depois disto, que o Espiritismo seja um espantalho para tudo o que se apega ao velho mundo, e do encarniçamento com que procuram abafá-lo em seu berço. - Jobar

Para um estudo ainda mais detalhado, sugerimos aos nossos internaútas ver o livro: O Fim do Mundo, de Camillo Flamarion, da Federação Espirita Brasileira

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A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...
"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."