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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

AMBIENTE PESSOAL

Surges e, onde pisas, aparece a atmosfera pessoal que te é própria. Falas e de tua palavra flui o magnetismo que te nasce do coração.

Interessamo-nos em auxiliar os outros, conforme a beneficência; entretanto, é preciso saber como auxiliar, de vez que nos oferecemos, instintivamente, naquilo que damos.

A dádiva é, obrigatoriamente, envolvida pela influência do doador.

À vista disso, analisa as reações que provocas e os pensamentos que inspiras, onde, quando e com quem te manifestas.

Qualquer estudo neste sentido pode ser efetuado sem nenhum embaraço, desde que disponhas a observar em ti mesmo os resultados da presença dos outros.

Na hora da insegurança, não estimas a conversação dos que te não compreendem; no dia da enfermidade, não te acomodas com as opiniões deprimentes dos que se envenenam com pessimismo. A voz que te impele a construir a virtude é uma benção de valor infinito, mas aquela que te censura o defeito em extinção é uma pancada mental de conseqüências imprevisíveis.

Não te omita onde as circunstâncias te aguardem o comparecimento, mas examina antes como te apresentares para que alguma atitude menos feliz de tua parte não estrague o fruto proveitoso que a tua intervenção deva produzir.

Entender primeiro, agir depois.

A necessidade exige socorro, mas, se o socorro aparece destrambelhado, a necessidade faz-se maior.

Medita na atmosfera espiritual que carregas e cultiva a serenidade, para que a serenidade te componha o ambiente. Isso não é fazer caridade calculada, nem exercer o bem sob princípios de matemática, e sim praticar em toda parte o respeito à vida pelo culto do amor.





do Livro: Alma e Coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

MENSAGEM FRATERNA

Guarde-se do mal e defenda-se dele com a realização do bem operante.
Há muito que fazer, valorizando a oportunidade e serviço que surge inesperada.
A intriga não merece a atenção dos seus ouvidos.
A injúria não merece o respeito da sua preocupação.
A ingratidão não merece o respeito da sua preocupação.
A ofensa não merece o zelo da sua aflição.
O ultraje não merece o seu revide verbalista.
A mentira não merece a interrupção das suas nobres tarefas.
A exasperação não merece o seu sofrimento.
A perseguição gratuita não merece a sua solicitude.
A maledicência não merece o alto-falante da sua garganta.
A inveja não merece o tempo de que você necessita para o trabalho nobre.
Abra os braços ao dever, firme-se no solo do serviço, abrace-se à cruz da responsabilidade, recordando o madeiro onde expirou o Cristo e, em perfeita magnitude, desafie a fúria do mal.
O lídimo cristão é fiel servidor.
( Divaldo P. Franco por Marco Prisco. In: Legado Kardequiano)

A TRILOGIA BENDITA

Em tempos remotos, o Senhor vinha ao mundo freqüentes vezes entender-se com as criaturas.

Certa vez, encontrou um homem irado e mau, que outra coisa não fazia senão atormentar os semelhantes. Perseguia, feria e matava sem piedade. Quando esse espírito selvagem viu o Senhor, aproximou-se atraído pela luz dEle, a chorar de arrependimento.

O Cristo bondoso, dirigiu-lhe a palavra:

- Meu filho, por que te entregaste assim à perversidade? Não temes a justiça do Pai? Não acreditas no Celeste Poder? A vida exige fraternidade e compreensão.

O malfeitor, que se mantinha prisioneiro da ignorância, respondeu em lágrimas:

- Senhor, de hoje em diante serei um homem bom.

Alguns anos passaram e Jesus voltou ao mesmo sítio. Lembrou-se do infeliz a quem havia aconselhando e buscou-o. Depois de certa procura, foi achá-lo oculto numa choça, extremamente abatido. Interpelado quanto à causa de tão lamentável transformação, o mísero respondeu:

- Ai de mim, Senhor! Depois que passei a ser bom ninguém me respeitou! Fiz-me escárnio da rua... Tenho usado a compaixão e a generosidade, segundo me ensinaste, mas em troca recebo apenas o ridículo, a pedrada e a dilaceração...

O Mestre, porém, abençoou-o e falou:

- O teu lucro na eternidade não será pequeno com o sacrifício. Entretanto, não basta reter a bondade. É necessário saber distribuí-la. Para bem ajudar, é preciso discernir. Realmente é possível auxiliar a todos. Contudo, se a muita gente devemos ternura fraterna, a numerosos companheiros de jornada devemos esclarecimento enérgico. Estimularemos os bons a serem melhores e cooperaremos, a benefício dos maus, para que se retifiquem. Nunca observaste o pomicultor? Algumas árvores recebem irrigação e adubo; outras, no entanto, sofrerão a poda, a fim de serem convenientemente amparadas.

O Senhor retirou-se e o aprendiz retomou a luta para conquistar o conhecimento.

Peregrinou através de muitos livros, observou demoradamente os quadros da vida e recebeu a palma da ciência.

Os anos correram apressados, quando o Cristo regressou e procurou-o, novamente.

Dessa vez, encontrou-o no leito, enfermo e sem forças.

Replicando ao Divino Amigo, explicou-se:

- Ai de mim, Senhor! Fui bom e recebi injustiças, entesourei a ciência e minhas dificuldades cresceram de vulto. Aprendi a amar e desejar em sã consciência, a idealizar com o plano superior, mas vejo a ingratidão e a discórdia, a dureza e a indiferença com mais clareza. Sei aquilo que muita gente ignora e, por isto mesmo, a vida tornou-se-me um fardo insuportável...

O Mestre, porém, sorriu e considerou:

- A tua preparação para a felicidade ainda não se acha completa. Agora, é preciso ser forte. Acreditas que a árvore respeitável conseguiria viver e produzir, caso não soubesse tolerar a tempestade? A firmeza interior, diante das experiências da vida, conferir-te-à o equilíbrio indispensável. Aprende a dizer adeus a tudo o que te prejudica na caminhada em direção da luz divina e distribuirás a bondade, sem preocupações de recompensa, guardando o conhecimento sem surpresas amargas. Sê inquebrantável em tua fé e segue adiante!

O aprendiz reergue-se e nunca mais experimentou a desarmonia, compreendendo, enfim, que a bondade, o conhecimento e a fortaleza são a trilogia bendita da felicidade e da paz.





Francisco Cândido Xavier. Do livro: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio

EM TI PRÓPRIO

Não olvides que a civilização começa no esforço educativo de cada um.
***
Não podes, em verdade, fazer calar a maledicência, a derramar-se em chuva de lodo, mas podes silenciar a maldade em ti mesmo, abstendo-se de contribuir na extensão da crueldade.
***
Não te será possível vencer, a sós, a dominação da ignorância, contudo, aqui e ali, podes prestar uma informação valiosa e útil aos que desejam realmente aprender.
***
Não conseguirás corrigir de maneira total a influenciação da penúria, no entanto, podes estender as mãos e dividir com os necessitados o alimento de cada dia.
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Não podes, efetivamente, curar todos os enfermos da estrada, mas é possível auxiliar ao companheiro doente com a gota de remédio ou com a palavra amiga.
***
Ninguém por si só retificará esse ou aquele atormentado setor do mundo, entretanto, ninguém está impedido de algo fazer no cultivo da fraternidade.
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Não te impressionem os espetáculos de perturbação e sofrimento ainda reinantes na Terra e nem te confies ao julgamento apressado dos outros. Faze o bem que puderes.
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Lembremo-nos de que o homem e a multidão recolhem indefectivelmente aquilo que semeiam...
***
Recordemos porém, que em nós mesmos uma nova humanidade e uma nova era indubitavelmente podem começar.
***
Cogitemos de nossa própria melhoria para que a vida melhore.
***
Reajustemo-nos para que a nossa paisagem social se reajuste.
***
E, guardando em nós mesmos a vigilância construtiva na preservação da luz e do bem, estejamos convencidos de que o Senhor fará o resto, em favor do mundo, porque toda vitória espiritual para a imortalidade é obra de amor e de educação.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Viajor)

Mãe, me dá um celular?

- Mãe, me dá um celular?- é Lara, novamente pedindo à mãe a mesma coisa.
- Filha, nós já conversamos sobre isso...
- Mas, mãe, eu preciso muito de um... insiste a garota.
- Será? Vamos fazer um teste? Tome caneta e papel. Você vai anotar tudo o que você acha que precisa ter. - desafiou Dona Carla.
No dia seguinte, a lista de Lara estava enorme. Influenciada pelos comerciais na TV e pelos amigos, ela queria o celular, mas também canetas aromáticas, xampu Y, roupas da marca X, diversos brinquedos e muitas outras coisas.
- O passo seguinte do teste - explicou a mãe - é riscar todas as coisas que você acha que não temos dinheiro para comprar. Lembre-se: temos que pagar a conta de água, de luz, o aluguel, a sua escola, comprar comida...
- Entendi, mãe - Lara interrompeu.
Ela começou, então, a riscar. Tirou da lista as roupas da marca X, e as botas Z, e muitos outras coisas, pois eram muito caras.
O item seguinte era avaliar a utilidade, explicou Dona Carla. Pra que serviam mesmo as canetas aromáticas? Assim, muitas coisas foram tiradas da lista porque Lara já tinha, como uma mochila para ir à escola. A lista diminuiu bastante.
- Certo, disse a mãe. O próximo passo é riscar tudo o que você quer só porque os outros têm ou porque está na moda.
Ao final, não restaram muitas coisas na lista. Foi quando Dona Carla perguntou:
- O que restou são coisas realmente importantes para você?
A garota ficou pensando...
- Você percebeu, filha, que achamos que precisamos de coisas que não são realmente necessárias, úteis ou importantes?
- Mas precisamos de muitas coisas para viver... argumentou a garota.
- É verdade, concordou a mãe. Mas, às vezes, imaginamos que precisamos muito de coisas inúteis ou que não podemos comprar. Não é errado querer ter conforto e aproveitar as coisas que temos. Mas o principal objetivo da vida não é adquirir coisas materiais.
- A gente vale pelo que é, não pelo que tem - lembrou a garota.
- Isso mesmo, disse Dona Carla com carinho. Cada pessoa deve ser amada pelo que é e pelo esforço que faz para possuir as virtudes ensinadas por Jesus: amor, paz, perdão, caridade... A verdadeira felicidade independe do que se pode comprar, porque ela vem da paz e do amor que temos no coração.
Quanto ao celular, elas combinaram que Lara não ganharia o aparelho apenas porque está na moda ou os seus colegas têm. Mas, quando ela tiver realmente necessidade de um, se seus pais puderem comprar, ela terá o telefone, sim.

(Cláudia Schmidt - respeite a autoria)
(http://www.searadomestre.com.br/evangelizacao/)

VARANDO SOMBRAS

Empeços, lutas, problemas, limitações, críticas...

Deixemos a mágoa de lado e sigamos em frente, trabalhando e compreendendo sempre.

Os que não desejam avançar, tentarão prejudicar-nos a caminhada.

Os que não querem servir, buscarão envolver-nos no desânimo.

Os que não acreditam no bem, assumirão atitudes estranhas contra nós.

Mas não recuemos.

O nosso compromisso é com a própria consciência.

Varemos as sombras como archote da fé operosa.

No serviço do Evangelho, ninguém se encontra sozinho.

Forças divinas suplementam as nossas forças e vozes tutelares inspiram os nossos passos.

Haveremos de triunfar.

A obra pertence ao Cristo de Deus e nada deterá a sua marcha vitoriosa.





pelo Espírito Batuira - do livro: Brilhe Vossa Luz - Francisco Cândido Xavier/Carlos A. Baccelli - Espíritos Diversos

VIVENDO A FELICIDADE

Era um dia quente. O ônibus estava repleto de pessoas. Algumas levavam sacolas, pacotes.

Outras seguravam bebês ao colo, enquanto outras mais procuravam acalmar as crianças inquietas, que tentavam atrapalhar a tranqüilidade de passageiros sisudos.

Fazia calor. Senhoras conversavam, dizendo das dificuldades de suas vidas, os problemas com os filhos, a falta de dinheiro, o desemprego do marido.

Jovens falavam em tom animado da festa projetada para o final de semana.

Um cenário comum. Todos os dias, as cenas eram mais ou menos semelhantes.

Que se pode esperar de momentos assim, tão comuns?

Mas, enquanto o ônibus ia sacolejando ao longo da estrada, num dos bancos havia um velhinho magricela segurando, com todo cuidado, um ramo de flores.

Eram flores lindas, frescas ainda. Deviam ter sido colhidas em um jardim muito bem cuidado, no alvorecer, beijadas pelo orvalho.

Do outro lado do corredor, uma garota não desviava os olhos das flores.

Eram lindas, exuberantes.

Então, chegou a hora do homem saltar do ônibus. Ele se levantou, caminhou em direção à porta.

Quando passou pela jovem, em um rompante, lhe ofereceu as flores.

Posso ver que você adorou as flores. – ele explicou.

Acho que minha esposa iria gostar de que ficasse com elas. Vou dizer para ela que dei as flores para você.

A garota aceitou o buquê, com um sorriso tímido, e nem teve tempo de agradecer.

O homem desceu do ônibus. Então, ela o viu atravessar a rua e adentrar os portões de um pequeno cemitério.

Para os que amam, a vida não se interrompe quando o corpo do amado desce ao túmulo.

Os que amam têm certeza de que o amor não morre nunca e continuam a levar em frente as suas vidas.

Naturalmente, com uma pequena ponta de tristeza, pela ausência física do ser amado. Mas, sempre em frente.

A cada dia, oferecem àquele que se foi o melhor de si.

Lembram os dias de felicidade, os passeios, os risos, as viagens.

Oferecem flores que, necessariamente não precisam ser depositadas sobre o túmulo. Podem ser dispostas num vaso, em casa, e ofertadas.

Ou mesmo, deixadas nos ramos, colorindo o jardim, bastando que se diga:

Amor, vê como estão lindas as rosas? Continuo a cuidar delas.

Em algum momento, quando lhe for possível, quando o Senhor dos Céus lhe permitir vir me visitar, você encontrará o jardim como você gostava: cheio de flores, perfumado.

Também cuido dos gerânios. Não esqueço de aguar as samambaias.

Um dia, quando o tempo esgotar a contagem das minhas horas na Terra, espero poder ir ao seu encontro.

Até lá, receba as flores das minhas lembranças. E as do nosso jardim.

Tenho certeza de que você não se importará que eu colha vez ou outra, algumas margaridas para ofertar aos vizinhos, aos amigos.

Como eu, eles não a esquecem.

Até breve, meu amor!

Pense nisso e, mesmo que sinta o coração faltando um pedaço pela dor da separação pela morte, viva!

Viva intensamente porque quem o ama deseja que você seja feliz, hoje, amanhã e depois... Até o reencontro.

Pense nisso!





Redação do Momento Espírita, com base no conto O presente, de Bennet Cerf, do livro Histórias para aquecer o coração, edição de ouro, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante

SOFRIMENTO E AFLIÇÃO

Ei-los misturados em todo lugar. Sofrimento causado pela evocação de um amor violento que passou célere; e aflição de quem, não tendo amado, deseja escravizar-se desnecessariamente.
Sofrimento decorrente do desejo de perseguir quanto gostaria de fazê-lo; e aflição porque, perseguido, não tem oportunidade de também perseguir.
Sofrimento pela dor que anseia agasalho no coração; e aflição em face da dor que vergasta, por não poder fazer quanto gostaria, comprometendo-se muito mais. Sofrimento nascido no desequilíbrio da ambição que deslocou a linha básica do carácter; e aflição porque, desejando e tendo tanto, não pode fruir quanto pensava gozar.
Sofrimento derivado da revolta de não possuir felicidade nos moldes que planejou; e aflição por ter a felicidade ao alcance das mãos, constatando, porém, quanta treva e pranto se agasalham no manto brilhante desse felicidade ilusória.
Sofrimento por muito ter e constatar nada ter; e aflição por nada ter e descobrir quanto poderia ter.
Sofrimento na cruz do desequilíbrio; a e aflição do desequilíbrio na cruz do dever reparador. Sofrimento em quem luta pela reabilitação; e aflição em quem, errando, não tem força para reabilitar-se.
Sofrimento que vergasta, e aflição buscada para vergastar. No entanto, é o sofrimento uma via de purificação, e a aflição um veículo de sofrimento para quem, mantendo o encontro com a verdade libertadora, elege, na recuperação dos valores morais, a abençoada rota através da qual o espírito se encontra consigo mesmo, depois das lutas fúteis do caminho por onde jornadeiam os desatentos e infelizes.
Com Jesus tens aprendido que sofrer, recuperando-se interiormente, é libertar-se, e afligir-se, buscando renovação, é ascender.
Empenha-te no valoroso esforço de eliminação do mal que reside em ti, pagando o tributo do sofrimento e da aflição à consciência, certo de que, antes da manhã clara e luminífera da ressurreição gloriosa do Mestre, houve a sombra da traição e a infâmia da crueldade, como valioso ensinamento de que, precedendo a madrugada fulgurante da imortalidade triunfal, defrontarás a noite de silêncio e testemunho, que te conduzirá, porém, à radiosa festa de luz e liberdade definitiva.
(Divaldo Franco por Joanna de Ângelis. In: Messe de Amor)

SUBLIME RENOVAÇÃO

Conta-se que Tiago, filho de Alfeu, o discípulo de Jesus extremamente ligado à Lei Antiga, alguns meses depois da crucificação tomou-se de profunda saudade do Redentor e, suspirando por rceber-lhe a visita divina, afastou-se dos companheiros de apostolado, demandando deleitoso retiro, nas adjacências de Nazaré.

Ele, que pretendia conciliar os princípios do Cristo com os ensinamentos de Moisés, não tolerava os distúrbios da multidão.

Não seria mais justo – pensava – aguardar o Senhor na quietude do campo e na bênção da prece?

Porque misturar-se com os gentios irreverentes?

Simão e os demais cooperadores haviam permanecido em Jerusalém, confundindo-se com meretrizes e malfeitores.

Vira-lhes o sacrifício em favor dos leprosos e dos loucos, das mães desditosas e das crianças abandonadas, mas não desconhecia que, entre os sofredores que os cercavam, surgiam oportunidades e ladrões.

Conhecera, de perto, os que iam orar em nome da Boa Nova, com o intuito de roubar e matar. Acompanhara o martírio de muitas jovens da família apostólica miseravelmente traídas por homens de má fé que lhes sufocavam os sonhos, copiando textos do Evangelho renovador. Observara bocas numerosas glorificando o Santo Nome para, em seguida, extorquirem dinheiro aos necessitados, sem que ninguém lhes punisse a desfaçatez.

Na grande casa em que se propunha continuar a obra do Cristo, entravam alimentos condenados e pipas de vinho com que se intoxicavam doentes, tanto quanto bêbados e vagabundos que fomentavam a balbúrdia e a perturbação.

Desgostoso, queixara-se a Pedro, mas o rijo pescador que lutava na chefia do santuário nascente rogara-lhe serenidade e abnegação.

Poderia, contudo, sustentar excessos de tolerância, quando o Senhor lhes recomendara pureza? Em razão disso, crendo guardar-se isento da corrupção, abandonara a grande cidade e confinara-se em ninho agreste na deliciosa planura que se eleva acima do burgo alegre em que Jesus passou a infância.

Ali, contemplando a paisagem que se desdobra em perspectiva surpreendente, consolava-se com a visão dos lugares santos a lhe recordarem as tradições patriarcais. Diante dele destacavam-se as linhas notáveis do Carmelo, as montanhas do país de Siquém, o monte Gelboé e a figura dominante do Tabor...

Tiago, habituado ao jejum, comprazia-se em prece constante.

Envergando a veste limpa, erguia-se de leito alpestre, cada dia, para meditar as revelações divinas e louvar o Celeste Orientador, aguardando-Lhe a vinda.

Extasiava-se, ouvindo as aves canoras que lhe secundavam as orações, e acariciava, contente, as flores silvestres que lhe balsamizavam o calmoso refúgio.

Por mais de duzentos dias demorava-se em semelhante adoração, ansiando ouvir o Salvador, quando, em certo crepúsculo doce e longo, reparou que um ponto minúsculo crescia, em pleno céu.

De joelhos, interrompeu a oração e acompanhou a pequenina esfera luminosa, até que a viu transformada na figura de um homem, que avançava em sua direção...

Daí a minutos, mal sopitando a emotividade, reconheceu-se à frente do Mestre.

Oh! era Ele! A mesma túnica simples, os mesmos cabelos fartos a se Lhe derramarem nos ombros, o mesmo semblante marcado de amor e melancolia...

Tiago esperou, mas Jesus, como se lhe não assinalasse a presença, caminhou adiante, deixando-o à retarguada...

O discípulo solitário não suportou semelhante silêncio e, erguendo-se, presto, correu até o Divino Amigo e interpelou-o:

- Senhor, Senhor! aonde vais?

O Messias voltou-se e respondeu, generoso:

- Devo estar ainda hoje em Jerusalém, onde os nossos companheiros necessitam de meu concurso para o trabalho...

- E eu, Mestre? – perguntou o apóstolo, aflito – acaso não precisarei de Ti no carinho que Te consagro à memória?

- Tiago – disse Jesus, abençoando-o com o olhar -, o soldado que se retira deliberadamente do combate não precisa do suprimento indispensável à extensão da luta... Deixei aos meus discípulos os infortunados da Tera como herança. O Evangelho é a construção sublime da alegria e do amor... E enquanto houver no mundo um só coração desfalecente, o descanso ser-me-á de todo impraticável...

- Mas, Senhor, disseste que devíamos conservar a elevação e a pureza.

- Sim – tornou o Excelso Amigo -, e não te recrimino por guardá-las. Devo apenas dizer-te que é fácil ser santo, à distância dos pecadores.

- Não nos classificaste também como sendo a luz do mundo?

O Visitante Divino sorriu triste e falou:

- Entretanto, onde estará o mérito da luz que foge da sombra? Nas trevas da crueldade e da calúnia, da mistificação e da ignorância, do sofrimento e do crime, acenderemos a Glória de Deus, na exaltação do Bem Eterno.

Tiago desejaria continuar a sublime conversação, mas a voz extinguiu-se-lhe na garganta, asfixiada de lágrimas; e como quem tinha pressa de chegar ao destino, Jesus afastou-se, após afagar-lhe o rosto em pranto.

Na mesma noite, porém, o apóstolo renovado desceu para Nazaré e, durante longas horas, avançou devagar para Jerusalém, parando aqui e ali para essa ou aquela tarefa de caridade e de reconforto. E na ensolarada manhã do sétimo dia da jornada de volta, quando Simão Pedro veio à sala modesta de socorro aos enfermos encontrou Tiago, filho de Alfeu, debruçado sobre velha bacia de barro, lavando um feridento e conversando, bondoso, ao pé dos infelizes.





do Livro: Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier

"A mente é o espelho da vida em toda parte.

Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conehcimento adquirido nos permite operar.
Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.
Em todosos dominios do Universo vibra,pois, a influência recíproca.
O reflexo esboça a emotividade.
A emotividade plasma a idéia.
A idéia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.
Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante.
O reflexo mental mora no alicerce da vida.
Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador."

(Emmanuel/Chico Xavier em "Pensamento e Vida")

Coisas Que Aprendi Com Você

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você pegar o primeiro desenho que fiz e prendê-lo na geladeira, e, imediatamente, tive vontade de fazer outros para você.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando comida a um gato de rua, e aprendi que é legal tratar bem os animais.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer meu bolo favorito e aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais na nossa vida.

Quando você pensava que eu não estava olhando, ouvi você fazendo uma oração, e aprendi que existe um Deus com quem eu posso sempre falar e em quem eu posso sempre confiar.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer comida e levar para uma amiga que estava doente, e aprendi que todos nós temos que ajudar a tomar conta uns dos outros.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando seu tempo e seu dinheiro para ajudar as pessoas mais necessitadas e aprendi que aqueles que têm alguma coisa devem ajudar quem nada tem.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu percebi você me dando um beijo de boa noite e me senti uma pessoa amada e segura.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós, e aprendi que nós temos que cuidar com carinho daquilo que temos e das pessoas que gostamos.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi como você cumpria com todas as suas responsabilidades, mesmo quando não estava se sentindo bem, e aprendi que eu tinha que ser responsável quando crescesse.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você se desculpar com uma amiga, embora tivesse razão, e aprendi que às vezes vale a pena abrir mão de um ponto de vista para preservar a amizade e o bem-estar nos relacionamentos.

Quando você pensava que eu não estava olhando eu vi lágrimas nos seus olhos, e aprendi que, às vezes, acontecem coisas que nos machucam, mas que não tem nenhum problema a gente chorar.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu percebi você cuidando do vovô com carinho e atenção, e aprendi que devemos tratar bem e respeitar aqueles que nos cuidaram na infância.

Quando você pensava que eu não estava olhando, foi que aprendi a maior parte das lições que precisava para ser uma pessoa boa e produtiva quando crescesse.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu olhava para você e queria lhe dizer: "obrigado por todas as coisas que eu vi e aprendi quando você pensava que eu não estava olhando!"

Pense nisso!

Esta é uma mensagem portadora de grandes motivos de reflexão para todos os educadores que desejam atingir seus nobres objetivos no campo da educação.

É uma mensagem importante porque nos faz pensar que nossos educandos estão nos olhando e memorizando mais o que fazemos do que o que dizemos.

Nossos gestos e nossas ações produzem lições mais efetivas dos que muitas palavras vazias, jogadas ao vento.

Pense nisso!

E lembre-se sempre: alguém está observando e aprendendo algo com você, em todos os momentos.



Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de Mary Rita Schilke Korzan.

NA ESCOLA DA VIDA

Vida que movimenta qualquer situação
Trazendo sempre uma grande lição
Dirigindo o ser para a sua evolução.

Vida eterna que agita o Todo
Propagando o divino Amor
quando usamos a solidariedade
com ternura e fraternidade.

Vida escola bendita
Clareando caminhos
com sua vibração luminosa
na multiplicidade de planos.

Vida
que não é um simples viver
mas um continuo aprendizado
para se chegar a ser
caminhando pela amplidão
num aperfeiçoamento constante
objetivando a espiritual ascensão.

Vida que não se conta pelo bem que praticamos
Mas, pelos momentos que a desfrutamos.
(Elio Mollo)

DESARMAMENTO ÍNTIMO

Aclaras, que reagiste com ira descontrolada, porque já aguardavas a agressão do outro.
Explicas que, informando das ciladas que estavam armadas contra ti não tiveste tempo de refletir, desferindo, então, o primeiro golpe.
Justificas que, ferido mil vezes pela impetuosidade dos desequilíbrios eu desgovernam a Terra, foste forçado à decisão infeliz.
Conjecturas que, em verdade, poderias ter sido mais brando. No entanto, saturado pela recidiva dos problemas afligentes, não tiveste outra alternativa, senão a do gesto tresloucado.
Informas que, a fim de não seres esmagado pelas circunstâncias, preferiste tomar a dianteira, na ação indébita.
De fato, como constatas, embora sob justificativas não justificáveis, estás armado intimamente contra os outros.
Feres, pensando, assim, evitar a tentativa do outro.
Acossas, na suposição de que te poupas à perturbação nefasta do outro.
Esmagas, considerando ser a forma eficaz de poupar-te à sanha do outro que se compraz em afligir e malsinar.
Todavia, convenhamos, o outro é o teu irmão.
Violento, inditoso, agressivo, vingador porque, infelizmente, não tem encontrado entendimento e ajuda, fraternidade e afeição...
Tu que és amigo do Cristo, que tens dado à família sofrida da Terra, aos desorientados do caminho, em nome d’Ele?
=o=
Desarma-te interiormente e agirás melhor.
Agridem-te, porque também agrides, se a oportunidade é tua.
Magoam-te, porquanto farias o mesmo, fosse-te o ensejo propício.
Somente modificarás as tristes paisagens morais do Orbe, se exteriorizares pacificação e beleza, ternura e confiança que deves manter gravadas nos recessos do espírito.
Não sejas tu, sob motivo algum, o violador, o agente do mal.
Propõe-te à harmonia, e dá oportunidade ao teu irmão, mesmo que sejas convidado a pagar o tributo desse gesto de socorro.
Quem ama sempre se transforma em mártir do amor.
E o amor somente é autêntico, quando imola quem ama.
Não fora essa grandiosa realidade, e Jesus não se teria permitido imolar por amor a nós todos, comprovando que, se nos não despojarmos das armas morais interiores que engendram a guerra, não triunfará o Bem de que Ele se fez ímpar vexilário, que te propões restaurar e manter na atualidade.

(Divaldo Pereira Franco por Joanna de Ângelis. In: Leis morais da vida)

A RESPOSTA

Desolada mulher desprendeu-se da Terra e achou-se à frente de Jesus, suplicando:

- Senhor, compadece-te de mim! O mundo me atormenta e a vida fez-me escrava... Tenho um filho que incessantemente me fere o coração...

Esperei-o com os melhores sonhos, embalei-o nos braços... Entretanto, encontro nele o meu suplício. Por que isso, amado Amigo? Por que tanto sofrimento em troca de tamanha abnegação?

O Eterno Benfeitor acariciou-lhe a cabeça dolorida e explicou:

- Filha, só o amor pode educar os filhos de Deus. Que seria do tronco se a terra não o suportasse ou do ninho sem que a ramada lhe resguardasse a esperança?

- Mas, Senhor, e comigo?!... Quem teria colocado em meus braços semelhante martírio? Quem talvez, por engano, terá situado em meu peito esse filho difícil e indiferente, acreditando que o meu amor de mulher ignorante e frágil conseguisse educá-lo?

Foi então, com grande surpresa, que a pobre mãe escutou de Jesus estas simples palavras:

- Minha filha, fui eu.






Do livro: “Amizade”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Meimei

O QUE TE FAZ MELHOR

Narra-se que Leonardo Boff, num intervalo de uma conversa de mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, perguntou ao Dalai Lama:

Santidade, qual a melhor religião?

O teólogo confessa que esperava que ele dissesse: É o budismo tibetano. Ou são as religiões orientais, muito mais antigas que o cristianismo.

O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, olhou seu inquiridor bem nos olhos, desconcertando-o um pouco, como se soubesse da certa dose de malícia na pergunta, e afirmou:

A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus. É aquela que te faz melhor.

Para quem sabe sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, Boff voltou a perguntar:

O que me faz melhor?

Aquilo que te faz mais compassivo; aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...

Boff confessa que calou, maravilhado, e até os dias de hoje ainda rumina a resposta recebida, sábia e irrefutável.

O Dalai Lama foi ao cerne da questão: a religião deve nos ser útil para a vida, como promotora de melhorias em nossa alma.

Não haverá religião mais certa, mais errada, mas sim aquela que é mais adequada para as necessidades deste ou daquele povo, desta ou daquela pessoa.

Se ela estiver promovendo o Espírito, impulsionando-o à evolução moral e estabelecendo este laço fundamental da criatura com o Criador – independente do nome que este leve – ela será uma ótima religião.

Ao contrário, se ela prega o sectarismo, a intolerância e a violência, é óbvio que ainda não cumpre adequadamente sua missão como religião.

O eminente Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, quando analisou esta questão, recebeu a seguinte resposta dos Espíritos de luz:

Toda crença é respeitável quando sincera, e conduz à prática do bem. As crenças censuráveis são as que conduzem ao mal.

Desta forma, fica claro mais uma vez que a religião, por buscar nos aproximar de Deus, deve, da mesma forma, nos aproximar do bem, e da sua prática cotidiana.

Nenhum ritual, sacrifício, nenhuma prática externa será proveitosa, se não nos fizer melhores.

Deveríamos empreender nossos esforços na vida para nos tornarmos melhores.

Investir em tudo aquilo que nos faz mais compreensivos, mais sensíveis, mais amorosos, mais responsáveis.

A melhor Doutrina é a que melhor satisfaz ao coração e à razão, e que mais elementos tem para conduzir o homem ao bem.

* * *
Gandhi afirmava que uma vida sem religião é como um barco sem leme.

Certamente todos precisamos de um instrumento que nos dirija. Assim, procuremos aquela religião que nos fale à alma, que nos console e que nos promova como Espíritos imortais que somos.

Transmitamos às nossas crianças, desde cedo, esta importância de manter contato com o Criador, e de praticar o bem, acima de tudo.

(Redação do Momento Espírita com base no item 838 de O Livro dos Espíritos, no item 302 de O Livro dos Médiuns, ambos de Allan Kardec, ed. Feb e no livro Espiritualidade, Um caminho de transformação, de Leonardo Boff, ed. Sextante. - www.momento.com.br )

PROBLEMAS DO AMOR

"... que vosso amor cresça cada vez mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento." Paulo. ( Filipenses. 1:9.)



O amor é a força divina do Universo.

É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplicação.

Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se "avareza"; quando se atormenta, de modo exclusivo, pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma força converte-se nele em "egoísmo"; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina em sua órbita chama-se "inveja".

Paulo, escrevendo a amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance.

Assegura que "o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento, a fim de que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes".

Instruamo-nos, pois, para conhecer.

Eduquemo-nos para discernir.

Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus.

Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque, muitas vezes, o nosso amor é simplesmente querer e tão somente com o "querer" é possível desfigurar, impensadamente, os mais belos quadros da vida.





do livro: Fonte Viva, Pelo espírito Emmanuel, Francisco Cândido Xavier

DOENÇAS OU DOENTES?

Desde que o mundo é mundo, a Humanidade tem lutado contra as enfermidades mais variadas.

Quando consegue controlar uma delas, outras surgem, mais cruéis e ameaçadoras.

Tem-se lutado com ardor para extirpar as doenças da face da Terra.

Mas por que não se consegue, já que a ciência moderna tem recursos fantásticos?

A resposta é simples: tem-se buscado curar os efeitos e não as causas.

Ou seja, temos envidado esforços para curar os corpos, esquecidos de que o enfermo é o Espírito imortal e não o corpo que perece.

O corpo é como um mata-borrão, que absorve e exterioriza as chagas que trazemos na alma.

A mente elabora os conflitos, os ressentimentos, os ódios que desatrelam as células dos seus automatismos, degenerando-as e possibilitando a origem de tumores de vários tipos, especialmente cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.

A sede de vingança volta-se contra o organismo físico e mental daquele que a acalenta, facilitando a instalação de úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas que empurram o ser para estados desoladores.

As angústias cultivadas podem ocasionar as crises nervosas, as enxaquecas, entre outros males.

A inveja, a cólera, a competição malsã provocam indigestões, hepatites, diabetes, artrite, hipertensão, entre outros distúrbios.

O desamor pessoal, o complexo de inferioridade, as mágoas, a autopiedade, favorecem os cânceres de mama, na mulher, e de próstata, no homem, além das disfunções cardíacas, dos infartos brutais e outras doenças.

A impetuosidade, a violência, as queixas sistemáticas,os desejos insaciáveis dão ocasião aos derrames cerebrais, aos estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc.

Como podemos perceber, a ação do pensamento sobre o corpo é poderosa.

O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-as em harmonia.

O contrário ocorre com o pensamento desequilibrado.

O homem é o que acalenta em seu íntimo. O que surge no corpo é a exteriorização dos males que cultiva na alma.

Não é outro o motivo pelo qual Jesus alertava àqueles a quem curava dizendo: Vá, e não tornes a pecar para que mal maior não te aconteça.

O que quer dizer que a saúde está condicionada ao modo de vida de cada criatura.

E que não há doenças, mas doentes, que, em maior ou menor intensidade, somos todos nós.

Jesus, que foi o exemplo máximo do amor, jamais adoeceu, porque era são em Espírito, o que proporcionava saúde ao corpo.

Desta forma, se quisermos a saúde efetiva, enquanto buscamos a cura do corpo, tratemos também o verdadeiro enfermo, que é o Espírito.





Redação do Momento Espírita, com base no livro Autodescobrimento – uma busca interior, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P.Franco, ed. Leal

TÓPICOS DAS DIFICULDADES REDENTORAS

I
Somos de parecer que todos nós devemos prosseguir em nossos estudos, preparando a melhoria do campo de ação funcional, pois, embora o sacrifício que nos custa semelhante preparo, tais serviços de ordem intelectual representam uma fuga e um descanso de nós mesmos, porquanto, há casos, em que o aumento da atividade é o meio de repousar o cérebro quanto aos choques mais íntimos, determinantes de maiores cansaços.

II
O caminho é esse mesmo – lutas por vencer e dificuldades como preço da redenção.
Guardemos, pois, a nossa fé, certos de que as mãos de Jesus estão sobre as nossas.
Confiemos sempre!

III
Embora o coração se nos desfaça no peito, como taça de lágrimas, nas dolorosas circunstâncias em que a renúncia e o nosso carinho são colocados à prova, não esmoreçamos em nossa fé.
Continuemos amorosos e abnegados, ajudando e amando, porque a mão do Senhor é o nosso apoio na dor e na alegria, na paz e na tempestade.

IV
Estamos na atualidade terrena como quem se desvencilha da sombra noturna para clarear o coração na luz de novo dia.
Imprescindível conservarmos a fé viva em Jesus por lâmpada acesa e prosseguirmos adiante.

V
Com relação às nossas dificuldades redentoras, continuemos na aceitação das circunstâncias difíceis, em que presentemente nos achamos, na certeza de que, seguindo as Suas próprias palavras na Revelação Divina, Ele, nosso Amando Jesus, continuará caminhando conosco, em nosso jornadear para a Vida Imperecível.
Confiemos Nele, o Senhor, hoje e sempre.

VI
Deixemos que a serenidade nos garanta a calma precisa.
Nossos corações nunca estão desamparados.
Reanimemo-nos pela segurança de nossa fé viva.
Conservemo-nos firmes no otimismo, amparando a cada um dos nossos, segundo as suas necessidades.

VII
Na estrada redentora, seremos sempre assistidos espiritualmente.
Jesus nunca falha! Busquemos o Senhor, em nossas dificuldades, para que o Seu pensamento em nosso pensamento nos ampare as soluções. Confiemos!

VIII
No círculo do nossas lutas redentoras, continuemos oferecendo o melhor de nós mesmos para que o melhor se faça no auxílio aos que amamos.
A dor é a nossa bênção na luta que é sempre nossa escola.
Confiemos em Jesus, e esperemos por Ele, o nosso Divino Mestre, sempre e sempre.

IX
Confiemos na Proteção Divina e esperemos a manifestação da assistência do Alto pelos canais competentes, por onde transitam os assuntos que se referem à nossa luta redentora.
Dentro de nossos recursos, tudo devemos fazer no sentido de recuperar a tranqüilidade de que necessitamos para o desempenho de nossas tarefas. Jesus nos fortaleça e abençoe!

X
Na Redenção Edificante em que se encontram, nossos irmãos permanecem amparados por diversos amigos da espiritualidade, esperando nós que a fé prossiga brilhando como luz nas sombras, na certeza de que as nossas esperanças e abnegações encontrarão com Jesus a vitória almejada.

XI
A luta prossegue, entretanto, a Misericórdia Divina é sempre maior!





Do livro: Apelos Cristãos. pelo Espírito Bezerra de Menezes. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

ELEVAÇÃO ESPIRITUAL

A elevação espiritual não se nos incorpora à vida:
nem pela prosperidade;
nem pela carência;
nem pelo renome;
nem pela obscuridade;
nem pela cultura intelectual;
nem pela insipiência;
nem pela autoridade humana;
nem pela condição de subalternidade;
nem pelo ajustamento à vida considerada normal;
nem pelos conflitos psicológicos que se carregue;
nem pelos amigos;
nem pelos adversários;
nem pelo elogio;
nem pelo desapreço da injúria.
A elevação íntima depende unicamente de nossa reação pessoal ao aceitar e usar para o bem tudo isso.
(Francisco Cândido Xavier por Albino Teixeira. In: Mãos marcadas)

SERVIÇO E TEMPO

A senhora Juvercina Trajano era um prodígio de minudências.

Aos quase sessenta de idade, reafirmava a sua condição de missionária do Cristo, no amparo à infância, com particularidades preciosas de informação.

Espírita fervorosa, sabia-se reencarnada para o desempenho de grande tarefa. Cabia-lhe socorrer crianças desprotegidas. Antevia a obra imensa. Mentalizava-se rodeada de pequeninos a lhe rogarem ternura. Enternecia-se ao narrar as próprias recordações da sua vida de Espírito, antes do berço, pois Dona Juvercina chegava a lembrar-se do tempo em que se via, no Plano Espiritual, preparando a existência física em que se reconhecia habilitada ao grande empreendimento. Revia-se em companhia de vários benfeitores desencarnados, visitando instituição assistencial de zonas inferiores e anotando dezenas de Espíritos, positivamente desorientados e inferiores, aos quais prestaria auxílio eficiente, depois de reinstalada na Terra.

E a senhora Trajano explicava, vezes e vezes, para os amigos admirados.

- Torno a ver o sítio escuro e esquisito, como se fôsse agora... Um vale extenso, repleto de almas agoniadas, necessitando retornar a experiência do mundo, à feição de alunos aguardando ansiosamente os benefícios da escola. Creiam que ouço ainda a voz do instrutor paternal que me dizia ser o irmão Ambrósio, a falar-me confiantemente: - “Sim, minha irmã, você renascerá na Terra com a missão de patrocinar crianças em abandono, sofrimento... Deste recanto de aprendizado, partirão oitenta Espíritos transviados, mas sequiosos de esclarecimento e de amor, ao encontro de seus braços... Você organizará para eles um lar regenerador. Não lhe faltarão recursos para situá-los no ambiente preciso. Volte à Terra e trabalhe... Compreenda que para assegurar os alicerces de sua obra, você carregará a responsabilidade sobre o reajuste de oitenta irmãos nossos, desorientados e enfermos que tomarão, depois de você, o corpo carnal para o esforço restaur ativo... Seguirão eles, a pouco e pouco, sob nossa vigilância, na direção de seu carinho!...”

A senhora Trajano alinhava reminiscências, entre entusiasmada e comovida. E, realmente, desde os trinta e dois de idade, iniciara, com êxito, a construção de um lar para os rebentos do infortúnio.

O empreendimento, lançado por ela em terreno fértil, encontrara a melhor acolhida. Corações nobres haviam chegado, colocando-lhe nas mãos os recursos imprescindíveis. Facilidades, ofertas, dinheiro e cooperação.

Em cinco anos, erguera-se o vasto domicílio, simples sem penúria e confortável sem excesso. Juvercina, todavia, se fizera exigente e, por isso, conquanto a casa se patenteasse digna e pronta, prosseguia descobrindo detalhes que considerava de especial importância. Nunca se sentia com bastante conforto para albergar as dezenas de crianças desventuradas que lhe batiam às portas. Depois do edifício acabado, quis aumentá-lo. Efetuados numerosos acréscimos, reclamou mais terras. Compradas as terras, decidiu a formação de pomares. Multiplicaram-se campanhas, projetos, apelos e doações. Mas não ficou nisso. Resolveu modificar, por várias vezes, o sistema de água, a iluminação, a estrutura das paredes, os tetos e os pisos. Deliberou experimentar sementeiras diferentes, em hortas e jardins, reformando-as, insatisfeita. Quando tudo fazia prever a inauguração, solicitou varandas e pérgulas, além de galpões e caprichosas calçadas. Se a obra nã o se alterava por dentro, surgiam as novidades de fora. E vinte e seis anos passaram na expectativa.

Todo esse tempo se desdobrava em pormenores e pormenores, quando, na reunião mediúnica semanal de que era ela companheira solícita, compareceu, por um dos médiuns psicofônicos, o Irmão Ambrósio em pessoa. Partilhando a surpresa dos circunstantes, Dona Juvercina chorou, empolgada. Aquela voz... Conhecia aquela voz...

O mensageiro exortou-a ao cumprimento da promessa e explanou, com elegância e beleza, sobre as necessidades da infância, no estágio da reencarnação terrestre.

Juvercina escutou e escutou, mas, percebendo que a palavra do instrutor continha para ela expressiva inflexão de advertência, indagou, respeitosa, quando o comunicante se dispunha a despedir-se:

- Irmão Ambrósio, não estarei sendo leal a mim mesma? O irmão admite que me mantenho fiel às obrigações que abracei?

O interlocutor fixou inesquecível gesto de brandura e respondeu com a bondade de um pai que aconselha uma filha:

- Sim, minha irmã, você tem sido muito exata no programa traçado, tem trabalhado e sofrido pela obra, mas não se esqueça do tempo... As horas são empréstimos preciosos!...

E acrescentou sob o espanto geral:

- Trinta Espíritos necessitados de recondução e assistência, dos oitenta que você comprometeu a socorrer e reeducar, são agora delinqüentes de novo... Dois são obsidiados perigosos na via pública, seis estão fichados por doentes mentais em penitenciárias e os restantes vinte e dois se encontram internados em diversas cadeias.





do Livro: Cartas e Crônicas - pelo Espírito Irmão X - Psicografia Francisco C. Xavier

CONCURSO DA ORAÇÃO

Na emoção da prece, procuramos o conforto e a diretriz de segurança para as nossas vidas, considerando que há milhões de criaturas encarnadas e desencarnadas, distantes da oração, e que se exasperam, padecendo dores lancinantes, que poderiam diminuir, caso usassem o tônico da comunhão com Deus.
A oração é o revigorante da alma com capacidade de vitalizar, ensejando renovação e paz.
Quem ora distende os sentimentos ao infinito e recebe a resposta divina de maneira saudável, para prosseguir com as experiências da evolução.
Quem ainda não aprendeu a realizar o monólogo com Deus e transformá-lo em diálogo interior, caminha soterrado nas paixões, sob tormentos inomináveis. Mas não apenas no corpo físico, como também além das vibrações carnais, nas densas regiões de reparação espiritual, encontram-se alucinados que perderam o contato com eles próprios e com Deus.
Envolvê-los na claridade abençoada da oração, que lhes pode diminuir as dores, é dever que nos podemos impor como caridade fraternal, em intercâmbio recomendado por Jesus.

(Divaldo Pereira Franco por João Cléofas. In: Suave luz nas sombras)

SINAIS

Na reunião íntima, o benfeitor espiritual Bittencourt Sampaio falava pelo médium, com propriedade e beleza.

Em certo ponto da preleção, dizia, veementemente:

- Revelamos os nossos sinais dominantes, nas manifestações pequeninas. Cada um tem reflexos diferentes. O heroísmo na praça pública pode ser mero fruto de circunstâncias especiais. É o cotidiano que nos revela o íntimo, nos gestos mais apagados, nas mínimas ações. A maldade aparece num ato de cólera. A calúnia por vezes se entremostra numa simples palavra. A leviandade vem à baila num vago sorriso. A avareza, em muitas ocasiões, surge num vintém...

Nisso, alguém bate á porta cerrada. E o silêncio cai, pesado, no ânimo dos ouvintes...

O visitante, não se vendo logo atendido, insiste com mais força. Pancadas violentas: duas, três, cinco vezes...

- Estudemos. A pessoa que nos procura talvez seja um modelo de cortesia na vida social; entretanto, pelo seu comportamento atrás da porta, anuncia claramente que um dos seus reflexos mais altos é a impaciência.





pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: A vida Escreve. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...
"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."