Siga este Blogue e indique aos seus amigos, eles lhe agradecerão...

segunda-feira, 31 de março de 2008

VIVENDO EM PLENITUDE

No dia que morre, enquanto o sol puxa a sua colcha de nuvens para se cobrir, aconchegando-se no poente, permita-se um tempo para refletir.

O que você fez hoje o deixou feliz?

Você pode ter acrescentado uma soma considerável ao seu saldo bancário, pode ter celebrado contratos importantes, que lhe garantam retorno financeiro por largo tempo.

Você pode ter recebido honrarias, prêmios por sua capacidade intelectual. Pode ter sido laureado pelo projeto bem sucedido.

Você pode ter dado muitos autógrafos no livro que acabou de lançar, ter recebido aplausos vibrantes e demorados pelo show musical em que se esmerou.

Sim, tudo isso são ganhos. E você deve estar feliz com o balanço que lhe dá conta de que a coluna positiva supera a negativa.

Mas, você está verdadeiramente feliz? Dentro de você, sente que utilizou o melhor possível esse dia que adormece, encobrindo-se nas dobras da noite?

Pense um pouco: além dos abraços dos que são pagos para servi-lo, acompanhá-lo;

dos que desejam posar para fotos ao seu lado, a fim de se verem projetados na escala social;

além dos que o buscam porque você goza de sucesso, alguém que o ama verdadeiramente o abraçou?

Isto é, depois de todo o trabalho, do gozo das glórias do Mundo, dos aplausos, quando as luzes do palco se apagam, deixando ar de solidão, o que tem você de verdadeiramente seu?

Você tem um lar para voltar? Alguém que o ame? Um filho que o espera para pular em seu pescoço e gritar: Papai!?

Você tem um esposo que a ama e espera que as horas seguintes possam ser somente de vocês dois?

Você tem pais idosos que lhe aguardam, ansiosos, a chegada em casa?

Você tem um animal doméstico para afagar?

Um cão que, desde a esquina, identifica o ruído do seu carro e o aguarda no portão?

Que pula, late, abana o rabo, demonstrando a sua alegria por ter você como seu dono?

E, mais importante do que isso: você usufrui integralmente cada uma dessas oportunidades?

Ou chega em casa, se joga no sofá, não quer falar com ninguém porque está cansado?

Não faça isso!

Aproveite a sua vida em totalidade. Ame, demonstre carinho, beije, diga como foi difícil ficar tantas horas longe do aconchego familiar.

Pergunte pelas crianças, sorria, jogue-se no chão e brinque com elas.

Esforce-se por entender o linguajar de seus filhos adolescentes, agradeça a mensagem que lhe mandaram para o celular, mesmo que você não tenha entendido tudo.

Dedique algum tempo a eles, pergunte daquelas abreviaturas que você não consegue identificar o que sejam, quando recebe os torpedos.

Saia com sua esposa para dançar. Ou coloque um CD com músicas românticas e dance, na sala de casa, de rosto colado.

Olhe para ela. Os anos passaram, vieram os filhos, mas ela continua bonita. Diga isso a ela, para que ela saiba. E retribua o elogio.

E, se você não tem pais, cônjuge, filhos, irmãos, se vive só, ainda assim curta o que tem.

Ouça música, leia um bom livro, assista um filme. Telefone para um amigo. Escreva a outro solitário.

Viva!

E, quando o sono for se aproximando, convidando-o ao repouso físico, não se entregue a ele, antes de orar a Deus, em gratidão pelas horas vividas.

Agradeça a sua vida. A maravilhosa vida que você tem.

Agradeça por sua capacidade de amar. E pelo amor que tem.






Redação do Momento Espírita

Talvez Hoje

Surgirá quem procure ditar-lhe o que você precisa fazer, entretanto, embora agradecendo as elogiáveis intenções de quem lhe oferece pontos de vista, ouça, antes de tudo, a sua própria consciência quanto ao dever que lhe cabe;

É possível apareça algum coração amigo impondo-lhe quadros de pessimismo e perturbação, relativamente às dificuldades do mundo; compadecendo-se, porém, da criatura que se entrega ao derrotismo e ao desânimo, você observará a renovação para o bem que a Sabedoria Divina promove em toda parte;

É provável que essa ou aquela pessoa queira impor a você idéias de fadiga e doenças; mas conquanto a sua gratidão aos que lhe desejem bem-estar, você prosseguirá trabalhando e servindo ao alcance de suas forças;

Possivelmente, notícias menos agradáveis venham a suscitar-lhe inquietações e traçar-lhe problemas; no entanto, você conservará a própria paz e não se desligará das suas orações e pensamentos de otimismo e esperança;

Talvez hoje tudo pareça contra você, mas você prosseguirá compreendo e agindo, em apoio do bem, guardando a certeza de que Deus está conosco e de que amanhã será outro dia.

(Espírito André Luiz, Livro: Respostas da Vida, cap. 25)

PRECE

Pai de infinita Bondade, sustenta-nos o coração no caminho que nos assinalaste!

Infunde-nos o desejo de ajudar àqueles que nos cercam, dando-lhes das migalhas que possuímos para que a felicidade se multiplique entre nós.

Dá-nos a força de lutar pela nossa própria regeneração, nos círculos de trabalho em que fomos situados, por teus sábios desígnios.

Auxilia-nos a conter as nossas próprias fraquezas, para que não venhamos a cair nas trevas, vitimados pela violência.

Pai, não deixes que a alegria nos enfraqueça e nem permitas que a dor nos sufoque.

Ensina-nos a reconhecer tua bondade em todos os acontecimentos e em todas as cousas.

Nos dias de aflição, faze-nos contemplar tua luz, através de nossas lágrimas e nas horas de reconforto, auxilia-nos a estender tuas bênçãos com os nossos semelhantes.

Dá-nos conformação no sofrimento, paciência no trabalho e socorro nas tarefas difíceis.

Concede-nos, sobretudo, a graça de compreender a tua vontade seja como for, onde estivermos, a fim de que saibamos servir em teu nome e para que sejamos filhos dignos de teu infinito amor.

Assim seja.





pelo Espírito Agar - psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, extraído do livro Temas da Vida

DEFENDA-SE

Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.
*
Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela de sua mente.
*
Não faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.
*
Não menospreze suas faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.
*
Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.
*
Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.
*
Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.

(Francisco Cândido Xavier/André Luiz. Livro: Agenda Cristã)

Felicidade

Todos estão a procura da felicidade. Ninguém diria em sã consciência que não deseja ser feliz.

Todos querem a tal felicidade. Daí porque todos a procuram, nos mais variados lugares e das mais diferentes formas.

Como já disse nosso querido amigo, Divaldo Pereira Franco: "O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana", ou seja, o nosso grande desfio somos nós mesmos, nosso autoconhecimento.

Nós, seres humanos, já viajamos pelo espaço, fomos à lua, descobrimos outros planetas fora do sistema solar. Ainda assim, este homem, guiado pela tecnologia ainda não conseguiu encontrar a plenitude, a felicidade, porque não teve coragem de realizar a grande viagem interior, tentativa mais eficaz para o autodescobrimento. Não logrou realizar alguns questionamentos, tais como: quem é? de onde veio? para onde vai? e porque está aqui?

Cabe ao ser inteligente descobrir na Terra a razão fundamental da própria existência, a fim de estabelecer os parâmetros propiciados da felicidade, de forma a desenvolver a capacidade de crescimento interior, razão primordial da sua auto-realização. Enquanto não se resolva por detectar e aplicar os métodos mais compatíveis para o enriquecimento moral e espiritual, tudo se lhe apresentará sem sentido ou maior significado transformador, tornando-se o trânsito carnal um desafio recheado de desencanto e aflição.

Podemos alcançar a felicidade hoje, agora, a despeito dos problemas que estamos enfrentando. Basta olhar a vida com outros olhos, mudando as lentes pelas quais enxergamos os fatos.

Sabemos que não somos somente aparência material, física. O ser humano é pré-existente ao corpo e a ele sobrevivente. Através desse conceito é que conseguimos entender nosso enigmas, as problemáticas do inter-relacionamento, da dor, do desamor.

A felicidade tem uma conotação diferente para cada criatura, de acordo com o nível intelectual de cada um. Se perguntarmos o conceito de felicidade, teríamos respostas variadas, de acordo com as necessidades de cada um.

Lamentavelmente, não sabe-se o que é felicidade por estarmos, nós seres humanos, vinculados ao material. Não conseguiu-se, ainda, um conceito claro sobre felicidade. Várias escolas filosóficas, vários pensadores, filósofos tentam defini-la.

Por estarmos a maioria, ligados ao material, muitos condicionam a conquista da felicidade à aquisição de bens materiais, outros ancoram o sonho da felicidade na busca da fama, do sucesso, do poder, para outros a felicidade está associada à inexistência de problemas, outros tantos condicionam a felicidade à ocorrência de um fator externo, e a lista prossegue sem fim.

E nós? Será que estamos condicionando nossa felicidade a algum acontecimento? a algum bem material, a alguma pessoa? Será esse o caminho da felicidade? Certamente, não. A felicidade não está fora de nós. Ela é, antes de tudo, um estado de espírito, uma maneira de ver a vida e não a um determinado acontecimento. Ser feliz é uma atitude comportamental frente a execução da tarefa que viemos desempenhar na Terra.

A verdadeira felicidade consiste em fazer o bem, "não é ter ou não ter".

Um dos grandes filósofos da nossa história, afirmou serem três os pré-requisitos para alcançarmos a felicidade: "consciência reta", "vida correta" e "Coração de Paz".

Temos que lembrar que a vida não é um problema, é um desafio. Ela nos apresenta oportunidades de crescimento, notadamente nos setores que mais necessitamos. Por detrás dos problemas existem lições, desafios, tarefas. E grande ventura tomará conta de nós quando vencermos os obstáculos que a vida nos apresenta. O sermão da Montanha é a pura prova de que somente serão bem aventurados aqueles que souberem superar as dificuldades da vida. Se não acreditarmos, basta olharmos as pessoas felizes e verificar que todas elas passaram ou passam por grandes provas e expiações. Lembremo-nos dos primeiros cristãos, que seguiam cantando até a arena onde seriam devorados pelas feras.

Lembremo-nos da felicidade de Francisco de Assis, conquistada na humildade, na pobreza e no serviço ao próximo. O santo da humildade era moço rico, mas vivia amargurado na riqueza que possuía. só encontrou a paz depois que se entregou à riqueza do espírito. Não nos esqueçamos de que Paulo de Tarso, que na condição do poderoso Saulo era infeliz, mas voltou a viver após o célebre encontro com Jesus na Estrada de Damasco. Paulo perdeu o poder temporal, mas encontrou a felicidade pessoal. Gandhi encontrou a sua felicidade na luta pela paz. Madre Tereza e Irmã Dulce, apesar dos inúmeros padecimentos que sofreram, conseguiram encontrar a felicidade na felicidade que podiam proporcionar ao desvalidos do caminho. Albert Schweitzer, médico, laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1952, encontrou a felicidade vivendo 52 anos de sua vida entre os povos primitivos da África.

Como esquecer a permanente alegria de Chico Xavier? E olhem, que problemas na vida não lhe faltaram. Várias vezes perguntaram-no se ele estaria disposto a passar por todas as provas que a vida lhe marcou. E a resposta, já conhecida de todos, é que faria tudo de novo e que pretende no mundo espiritual, continuar a sua tarefa de médium.

Então, amigos, a alegria de viver deve ser uma norma de conduta natural em todos os seres pensantes, mesmo quando não se exteriorizam conforme desejaríamos. Isto porque, as ocorrências do dia-a-dia alteram-se a cada instante, transformando tristezas em júbilos como felicidades em infortúnio.

Vicente de Carvalho considerou que a felicidade existe, mas é difícil de ser alcançada, porque está sempre onde a pomos e nunca a pomos onde estamos.

As estradas que levam à felicidade fazem parte de um método gradual de crescimento íntimo, cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a verdadeira fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior.

Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo, tomar consciência de que as circunstâncias felizes ou infelizes de nossa vida são o resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso caminho.

Construímos castelos no ar, sonhamos irrealidades, convertemos em mito a verdade, e por entre ilusões românticas, investimos toda a felicidade em relacionamentos cheios de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a decepções crônicas.

Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que regemos o nosso destino, somos herdeiros de nossos atos. Assim sendo, fracassos ou sucessos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou destrutivas.

A destinação do ser humano é ser feliz. o ser psicológico esta fadado a uma realização de plena alegria, mas, por enquanto, a completa satisfação é de poucos, ou seja, somente daqueles que já descobriram que não é necessário compreender como os outros percebem a vida, mas sim como nós mesmos a percebemos, conscientizando-nos de que cada um de nós tem uma maneira única de ser feliz. Para sentir as primeiras ondas do gosto de viver, basta aceitar que cada ser humano tem um ponto de vista que é válido, conforme sua idade espiritual.

É sempre fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou uma situação pela insatisfação de nossa alma, porque pensamos que, se os outros se comportassem de acordo com os nossos planos e objetivos, tudo seria invariavelmente perfeito. Esquecemos, porém, que o controle absoluto sobre as criaturas não nos é vantajoso e nem mesmo possível. A felicidade dispensa rótulos e nosso mundo seria mais repleto de momentos agradáveis se olhássemos as pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa forma de pensar ocorresse de modo independente e se avaliássemos cada indivíduo como uma pessoa singular e distinta.

Felicidade não é simplesmente a realização de todos os nossos desejos, mas sim, a noção de que podemos nos satisfazer, com nossas reais possibilidades. A felicidade nós a encontraremos na harmonização, no amor verdadeiro, na renúncia e no desprendimento. Nós a encontraremos ainda, dedicando-nos aos que sofrem, procurando amenizar-lhe as dores.

Na verdade, sintetizado o que foi falado, a felicidade é a certeza da imortalidade.

Face a todas essas conjunturas que se fizeram objeto de nossas reflexões, consideramos que o trabalho interior que produz felicidade não é simplesmente meta de uma curta etapa, mas um longo processo que levará muitas existências, através da eternidade, nas muitas moradas na Casa do Pai.

Por que?

Neste mundo transitório, tudo passa. Passam a alegria, a tristeza, o júbilo e a dor. Aqui, a felicidade também é rápida; é como a labareda que se mantém acesa enquanto tem combustível, depois se apaga.

Disse-nos Jesus: "O meu reino não é deste mundo", eqüivalendo dizer que a verdadeira felicidade é um estado de permanência e que a verdadeira plenitude será um dia alcançada, em alguma das muitas moradas do Pai. A felicidade não pode ser algo tão transitório.

Allan Kardec, interpretou no Evangelho, que a felicidade não é desse mundo. Não quis, ele, afirmar que aqui é um vale de lágrimas, um inferno, mas sim, que este mundo é uma escola. E como toda escola, existe a disciplina e quem não respeita estas disciplinas precisa ser reeducado, no nosso caso, precisa voltar, reencarnar.

A felicidade não é deste mundo, nos diz o Evangelho, mas começa aqui, ela se realiza nos seus alicerces, para quando viajarmos deste mundo sejamos plenos e felizes.

Por isso o Espiritismo preconiza a crença da imortalidade da alma, comprovada cientificamente em pesquisas realizadas nos laboratórios. O Espiritismo é uma ciência de observação, nos dá (mostra) uma filosofia de comportamento; explica de onde viemos, quem somos, para onde vamos e porque estamos aqui, aquelas perguntas iniciais, lembram.

A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade, ao bem que fizemos aos outros. Portanto, a caridade essencial é aquela que transforma o indivíduo, que erradica as causas da miséria e não aquela que mantém o miserável; mas a que muda a estrutura moral do indivíduo. É a caridade do perdão, do esquecimento das ofensas. É uma atitude de sublimação, pois nos diz o Evangelho: "Fora da caridade não há salvação". Não importa no que cremos, importa o que somos, é claro que o ideal é caminharmos junto aos ensinamentos do Mestre.

A religião Espírita ajuda-nos a sermos corretos, porque nos explica e mostra que somos responsáveis pela nossa vida, nós é quem a escrevemos. Deus não nos castiga, não nos premia, nós é que construímos através do livre-arbítrio. É aí que entra a felicidade de servir.

A arte de viver é a arte de servir. Feliz é quem ama, não aquele que se faz amado. Felicidade é a arte de exalar alegria, a proposta da felicidade é esta auto-superação, da dominação das nossas más inclinações.

Somos filhos de Deus. A felicidade é possível e já, não precisamos transferi-la. Quando buscamos e achamos Deus, não reclamamo-no mais, podemos dizer a este Pai que amamos a vida, amamos o amor.

Encaremos a vida com os olhos do bem, com a visão do amor e com o concreto desejo de olharmos à nossa volta e verificarmos que o Pai tudo nos legou para que a nossa felicidade se efetive já. Abençoemos o trabalho em que a vida nos situou; santifiquemos a família terrena do jeito que os familiares são; enfrentemos com dinamismo e alegria os obstáculos da vida e assim, amando e servindo, haveremos de encontrar a felicidade que há muito tempo espera por nós.

Cristiane Bicca

PARA REFLEXÃO ...

Doença como parte do programa reencarnatório
:: Osvaldo Shimoda ::

"O fato da ciência estruturar-se em bases orgânicas, biológicas e,
portanto, materialistas, não leva em consideração a existência da alma.
Desta forma, a visão mecanicista do Ser impede qualquer
tentativa de incursão no psiquismo de profundidade.
Portanto, muitas enfermidades têm origens mais complexas,
nem sempre diagnosticadas pela medicina".
(Enfermidades da Alma - Vitor Ronaldo Costa)

A T.V.P (Terapia de Vidas Passadas), como método psicoterápico de autoconhecimento e de cura, é bastante indicada para casos de doenças orgânicas cuja etiologia (causa) não foi diagnosticada, encontrada pela medicina oficial.
Muitos pacientes que me procuram passaram por vários profissionais da área de saúde (médicos, psicólogos, psiquiatras), submeteram-se a vários exames médicos e não encontraram nenhuma causa orgânica. Em verdade, muitas doenças têm origem mais complexa e não diagnosticada pela medicina por se estruturar apenas em bases biológica, organicista. Essas doenças, na verdade, são decorrentes da enfermidade da alma, isto é, provêm do espírito (alma), refletindo-se no soma (corpo físico). Portanto, a ciência materialista, que não vê senão o corpo físico e não aceita a existência da alma, não pode compreender a profundidade do assunto.

Em Enfermidades da Alma, Vitor Ronaldo Costa escreve que "A ciência lida com fatos palpáveis, concretos, passíveis de serem verificados em laboratório. Portanto, aquilo que foge desse parâmetro de verificação torna-se de difícil aceitação como acontece com as patologias de ordem espiritual". Desta forma, cada caso, a meu ver, merece ser analisado em profundidade. Na maioria dos casos, a vinda do paciente em meu consultório estava dentro do seu programa reencarnatório, ou seja, a doença faz parte de seu destino, de seu propósito de vida (programa reencarnatório). Em verdade, foi o próprio paciente que, antes da reencarnação atual, quando estava no período entre vidas (mundo espiritual), pediu para vir com a doença para o seu processo de aprendizagem, de evolução espiritual. No entanto, ao reencarnar, a barreira da memória (amnésia) que é um mecanismo de defesa psíquico, é acionado automaticamente e o faz não lembrar de suas vidas passadas. Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, chamava de "véu do esquecimento" a essa barreira da memória que é uma das Leis Espirituais: a Lei do esquecimento, à qual todos estamos sujeitos nesta vida terrena.

Desta forma, antes de passar pela TVP, muitos pacientes se sentiam revoltados pelo fato de terem vindo com uma determinada doença. Por conta dessa barreira, não lembravam que eles próprios pediram para inserir essa doença no seu programa reencarnatório, só vindo a se lembrar ao passar pela terapia regressiva. Portanto, a dor e o sofrimento, decorrentes de sua doença, são necessários à evolução espiritual do paciente.

Quero esclarecer aqui que a finalidade do sofrimento causado pela doença não é punitiva, mas, sim, educativa. Portanto, não é um castigo de Deus. Em verdade, ao passar pelo processo regressivo da TVP, o paciente se recorda que prejudicou o seu semelhante numa vida passada de maneira grave e que precisa sentir na "própria pele" a dor que o outro sentiu, a fim de reeducar-se. Assim quando posteriormente a Vida o colocasse numa situação semelhante àquela do passado, ele não fosse repetir os mesmos erros de outrora.

É a Lei do Retorno (Ação e Reação), uma das maiores Leis do Universo, a qual ninguém pode infringir. Existem na natureza as Leis da Física, como por exemplo, a Lei da Gravidade que puxa todos os corpos para o centro da Terra. Desta forma, ao desafiá-la pulando do 20º andar de um prédio, sofreremos as óbvias conseqüências. O mesmo ocorre também com as Leis Espirituais. Cada ação infringida contra o semelhante é revertida numa reação de igual intensidade que aparece na forma de dor, doenças, sofrimentos.
Gostaria de elucidar melhor essa Lei Espiritual do Retorno no caso de um paciente que veio ao meu consultório por conta de seus problemas de vitiligo e impotência sexual.

Caso clínico:
Vitiligo e Impotência Sexual

O paciente veio ao meu consultório se queixando dos seguintes problemas:
Vitiligo (doença de pele caracterizada por zonas de despigmentação cercadas de zonas mais pigmentadas), impotência sexual, ansiedade, irritabilidade, perfeccionismo acentuado, nervosismo, insegurança, sentimento de incapacidade, de desvalorização e dificuldade de dizer não por ter medo de ser rejeitado.
Desenvolveu o vitiligo a partir dos 14 anos, quase no corpo todo. Revoltado pela doença por se sentir discriminado, aos 16 anos entrou nas drogas e no álcool. Seu problema de ereção também se iniciou na adolescência. Na fase adulta, mesmo tomando viagra, na maioria das vezes não conseguia manter a ereção durante a relação sexual.
Ao regredir me relatou:

"Vejo vários navios à vela, homens desembarcando em pequenos barcos, descendo na beira da praia. São soldados ingleses, usam chapéus de ferro redondo, meio ovalado. Seus uniformes são antigos, vermelhos, o tecido é grosso. Usam espadas e armas de fogo. Eles entram no mato, há muita confusão. Vejo índios que os atacam. Estou segurando uma espada e uso também uma arma (bacamarte) e uma cartucheira. Vejo muitos índios caindo. Ninguém pode nos derrotar. Nós somos os melhores, a terra é nossa. Eu mando queimar toda a aldeia.

Estou dizendo: Matem todos! Não deixem ninguém sobreviver! Eles não valem nada mesmo! Penso comigo: 'Esses índios têm que morrer, são animais! Nós brancos somos superiores!' (pausa). Anoiteceu, estamos em volta de uma fogueira conversando. Estamos rindo porque os índios foram mortos, aquele bando de lixo! Ninguém pode vencer a força inglesa. As mulheres índias que pegamos, foram abusadas. Depois de usá-las, resolvemos matá-las. Não sobrou ninguém, nem as crianças.

Fizemos a nossa parte: limpar o terreno para os colonos britânicos. Agora a terra é do Rei. Seremos bem recompensados, com bolsas de ouro. Fizemos o serviço bem feito. Estamos entrando nos barcos, vamos avisar o Rei que o serviço está feito. Vejo vários corpos de mulheres na areia. Se não fizéssemos o serviço, o Rei iria nos castigar... e o dinheiro e a nossa reputação? (pausa).
Estamos dentro dos nossos navios. Um homem alto, loiro, cabelos compridos, me diz: 'Parabéns, você fez um ótimo serviço!' Estamos em alto mar, um marujo avistou embarcações inimigas (pausa). São os espanhóis. Estamos lutando agora. Eles manejam bem suas espadas, são muito habilidosos. Nós afundamos os navios deles, mas os nossos também estão muito danificados. Que droga! (pausa). Conseguimos vencê-los, mas as nossas embarcações estão muito avariadas, vamos afundar. Os pequenos barcos estão sendo lançados na água. Agora estamos à deriva com muita sede e fome (pausa).

Que porcaria! Estamos avistando um navio espanhol. Eles jogaram a sua embarcação em cima dos nossos barcos. Áiii... fui atingido por uma lança! (paciente chora gemendo). Atingiram meu abdome... estou afundando".

- Quais foram os seus últimos pensamentos e sentimentos no momento de sua morte - pergunto-lhe.
"Sinto muita solidão, raiva por não ter uma família. Só pensava em descarregar a raiva nos outros, no dinheiro, posição, queria o melhor. Estão vindo cenas na minha mente de aldeias queimando, mulheres e crianças gritando, correndo. Arrancávamos as cabeças delas, jogávamos no mato; vejo muitos estupros. Oh, me perdoe, Jesus! (paciente chora copiosamente). Eu me arrependo tanto! Estou morrendo, afundando na água".

- Veja o que acontece com você após sua morte física - peço-lhe.
"Estou conversando com o meu mentor espiritual, cabisbaixo, me dá vontade de chorar porque errei. Ele fala para não me afligir porque eu cumpria ordens. Eu digo que tinha livre-arbítrio, mas só queria dinheiro, posição, e o Rei gostava de mim, de meus serviços. Era um serviço sujo, eu devia ter escolhido um serviço melhor.
Ele diz que todos erram, para eu não me culpar tanto. Ele me fala que a vida vai me mostrar outros caminhos, as oportunidades irão chegar. O tempo é nosso amigo, alivia. É o melhor amigo que um espírito pode ter".

- Pergunte-lhe de onde vêm os seus problemas de impotência sexual e vitiligo na vida atual - peço ao paciente.
"Vem da culpa dos estupros, das mortes das mulheres. A impotência sexual é conseqüência da culpa que ainda sinto por ter abusado tanto daquelas mulheres. Ele diz ainda que eu tinha muita força física, me sentia auto-suficiente porque era um líder, e que hoje na vida atual inconscientemente penso que se essa força que tinha vier à tona de novo, posso errar novamente e isso me assusta, me faz sentir inseguro e impotente. O meu mentor espiritual me explica que por isso, quando era criança, na vida presente, era muito medroso e inseguro.
Desta forma, por conta dessa culpa, reencarnarei na vida atual me sentindo incapaz e inseguro para não prejudicar mais ninguém. É a arrogância do meu passado que busco combater. Diz ainda que em vidas passadas, estudei muito no astral superior e também nas trevas (umbral). Manipulei energias negativas, forças ocultas para o mal, mas chegou o dia em que me arrependi e voltei para casa do Pai (Astral Superior).
Diz, portanto, que adquiri muitos conhecimentos em outras vidas, e que por isso hoje as minhas energias foram bloqueadas pelo Astral Superior porque eu me revoltei por ter vitiligo e impotência sexual na vida presente, e esses conhecimentos de magia negra e dos elementais que adquiri no passado, poderia utilizá-los novamente para o mal. Mas agora ele me diz que estou maduro, aprendi as minhas lições e que desta vez vou usar os meus conhecimentos para o bem, e que o meu propósito de vida atual é ajudar muitas pessoas".

- Pergunte ao seu mentor se a sua impotência sexual será liberada - peço-lhe.
"Ele diz que no caso da impotência, os bloqueios e os sentimentos ruins de meu passado, já estão resolvidos porque a minha força física foi liberada pelo Plano Superior. Diz que vou precisar dessa energia, dessa força interna para ajudar as pessoas".

- Pergunte-lhe em relação ao seu problema de vitiligo, como fica? - peço-lhe.
"Ele me esclarece que é um problema mais complexo, porque foi inserido no meu programa reencarnatório. Ou seja, eu mesmo pedi para vir com essa doença na vida atual para "sentir na própria pele" a questão da discriminação. O meu mentor me revela que eu discriminei não só os índios como também os negros numa encarnação passada. Maltratei, espanquei, humilhei também muito os negros. Ele me explica que existem dois grupos de vitiligo:
Aquele que é adquirido e que, portanto, a medicina terrena é capaz de curar; mas existe aquele grupo cuja cura é mais complexa porque foi inserida no programa reencarnatório do ser para sua aprendizagem. É o meu caso. Mas diz que virá a oportunidade de me curar como ocorreu com a impotência sexual. Conforme as colheitas que estão por vir, vou ter resultado. Brevemente serei curado pelo tratamento da medicina terrena. A oportunidade surgirá, ele reafirma novamente".

Após passar por mais quatro sessões de regressão, o paciente me disse contente que estava conseguindo ter relação sexual normalmente, resgatou sua autoconfiança, a auto-estima e estava mais solto, espontâneo. Não tinha mais receio de desagradar às pessoas, estava conseguindo dizer não, sem receio ou culpa. Sentia-se mais calmo, centrado, e o vitiligo havia estacionado, pois antes da terapia regressiva, a doença estava se espalhando quase pelo corpo todo.

Allan Kardec, o chefe druída

Allan Kardec, o chefe druída
Mauro Quintella

Influenciados pela moda que varria a França, os Baudin (Émile-Charles, Clémentine e as filhas Caroline e Julie) começaram a conversar com uma mesa girante em 1853, quando ainda moravam na colônia francesa da Ilha da Reunião, na costa oriental da África.

Como em outros lugares, logo constatou-se que a mesa era movida pelas almas dos mortos.

Depois de algum tempo, as reuniões passaram a ser dirigidas por um Espírito, que se apresentou como o guia espiritual da família. Interrogado a respeito do seu nome, o ser invisível respondeu:

- Chamem-me pelo que sou, o zéfiro da verdade.

Zéfiro era o nome de um vento típico da região. O apelido pegou.

Certa noite, o guia previu que seus protegidos mudariam brevemente para Paris:

- Émile arrumará seus negócios e entrará na Escola Naval. Caroline e Julie tomarão professoras mais competentes e encontrarão seus noivos. E eu procurarei contato com um velho amigo e chefe, desde o nosso tempo de druidas.

Nessa época, os Baudin não tinham a menor intenção de morar na França. No entanto, uma crise no comércio do café e do açúcar, principais produtos das atividades agrícolas e comerciais de Émile-Charles, obrigou-os a mudar para a Corte em 1855. Zéfiro os acompanhou. Ou foi o contrário?

As reuniões continuaram em Paris. Numa noite, Zéfiro escreveu:

- Nosso dia de glória já chegou.

O Sr. Baudin pediu mais explicações. O espírito amigo respondeu:

- Vamos ter, afinal, o convívio de nosso velho chefe druida!

- Aquele que você esperava encontrar em Paris?

- Sim, ele mesmo, em pessoa. Você vai trazê-lo aqui. Caroline vai atraí-lo.

- Você pode me dizer o nome dele?

- Allan Kardec!

Émile achou o nome estranhíssimo e deu o diálogo por encerrado.

As sessões dos Baudin davam-se num clima de total descontração e sem qualquer formalismo.

Na hora combinada, a casa enchia-se de curiosos, convidados pela família ou recomendados pelos amigos do clã.

Nessa época, os Espíritos já tinham abandonado as mesas girantes e se comunicavam através da psicografia indireta, escrevendo num quadro de ardósia (uma lâmina de pedra, portátil). Caroline, Julie e Clémentine funcionavam como médiuns, segurando uma cestinha de vime (corbelha, do francês corbeille), em cujo bico amarravam um lápis de pedra.

Os participantes faziam perguntas, que eram respondidas na ardósia e lidas em voz alta. Após a leitura das respostas, seguiam-se comentários nos mais diversos tons, revelando o espanto de uns e o contentamento de outros.

Zéfiro, o dirigente espiritual da casa, gostava de pilheriar e alfinetar os consulentes antes de dirigir-lhes a palavra.

Certa noite, o Sr. Denizard Rivail, educador lionense radicado em Paris, compareceu à reunião, acompanhado de sua esposa, Amelie Boudet, a convite do próprio Émile-Charles. O pai Baudin os havia conhecido numa sessão de mesa girante na casa da Sra. Planemaison, na qual Rivail aprofundava seu recente interesse pelos fenômenos espíritas.

O espírito guia dos Baudin os recebeu efusivamente, saudando o professor com as seguintes palavras:

- Salve, caro pontífice, três vezes salve!

Lida em voz alta, a saudação arrancou risadas da platéia.

O Sr. Baudin, meio envergonhado, explicou a Rivail que Zéfiro era muito espirituoso e tinha o costume de brincar com os visitantes. O professor não se agastou e respondeu sorrindo:

- Minha bênção apostólica, prezado filho!

Nova risada geral. Zéfiro, porém, redargüiu que tinha feito uma saudação respeitosa, a um verdadeiro pontífice, pois Rivail havia sido um grande chefe druida, no tempo da invasão da Gália pelo Imperador Júlio César.

Os druidas eram os sacerdotes do povo celta, uma etnia que habitava várias extensões da antiga Europa.

Essa área compreendia Portugal e Espanha (a oeste), a Cordilheira dos Cárpatos (a leste), a Bélgica (ao norte) e a Itália (ao sul), passando pela Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, França, Dinamarca, Suíça, Áustria e Alemanha.

Júlio César invadiu a Gália (atual França) no Século 58 a.C. e denominou os celtas locais de gauleses. Segundo Zéfiro, ele e Rivail estavam reencarnados nessa época e local.

O termo druida quer dizer consciência do carvalho, a árvore sagrada dos celtas. Os futuros sacerdotes, escolhidos na classe aristocrática, submetiam-se, desde crianças, a intenso aprendizado junto aos druidas mais velhos.

Os druidas não limitavam sua ação à religião, acumulando a função de juízes, professores, médicos, conselheiros militares e guardiões da cultura céltica. O cargo não era exclusivo dos homens, pois também existiam druidesas.

Viviam integrados na comunidade e podiam se casar. Estimulavam os homens a combater o mal e a praticar bravuras e as mulheres a serem o ponto de união entre o céu e a terra. Júlio César os perseguiu duramente porque insuflavam a resistência ao domínio romano. Segundo o próprio Imperador, foi na Gália que ele viveu a mais árdua de suas campanhas.

Os celtas dominavam diversas áreas do conhecimento humano, como a fitoterapia, a agricultura, a tecelagem, a mineração, a cerâmica, a pecuária, a metalurgia e a astronomia. Inventaram a roda de madeira, o barril e a carroça. No campo artístico, cultivavam a música, a poesia, a escultura, a ourivesaria e a joalheria

O que unia os povoados, vencendo as grandes distâncias que os separavam, não era a obediência a um único rei, mas a língua, a arte e a religião.

A filosofia religiosa dos celtas era muito avançada.

Acreditavam numa Divindade única, que podia ser cultuada como homem (Deus ou o céu) ou mulher (Deusa ou a terra). Como não admitiam templos, seus cerimoniais eram realizados ao ar livre, nos campos e florestas, debaixo de grandes carvalhos.

Além disso, criam na imortalidade da alma, na reencarnação, no livre-arbítrio, na lei de causa e efeito, na evolução espiritual, na inexistência de penas eternas, nas esferas espirituais, na existência de elementais (duendes, fadas, gnomos, etc.) e na proteção dos Espíritos superiores.

Um celta não morria, pois a morte era apenas um ponto no meio da estrada.

Só houve uma coisa negativa: os druidas proibiram a palavra escrita como instrumento de preservação da história céltica, por temerem que textos escritos caíssem em mãos escusas.

Por isso, todo o conhecimento desse povo era transmitido oralmente e se perdeu muito no decorrer dos séculos.

Com a queda do grande chefe Vercingetórix, no ano de 52 a.C., toda a Gália acabou rendendo-se, pouco a pouco, aos exércitos romanos, mais treinados e portadores de armas mais leves e manejáveis. No final do Século I a.C., todos os domínios celtas, exceto a Irlanda e a Escócia, estavam submetidos a Roma. A falta de unificação política, geográfica e militar das tribos também colaborou para o sucesso de Júlio César.

Com a forte repressão política aos druidas, movida pelo Imperador, a cultura céltica foi perdendo sua força e, no final do Século I d.C., a quase totalidade dos celtas estava "romanizada" ou misturada à multidão de povos que invadiu o continente europeu.

O druidismo passou então a ser uma prática fechada e esotérica. Isso, porém, não impediu que muitos druidas aceitassem as idéias de Jesus de Nazaré, quando o Cristianismo primitivo chegou à Europa. No entanto, o nascente Catolicismo romano não gostou desse sincretismo e ajudou a perseguir os sacerdotes celtas. Pode-se dizer que o desaparecimento dos druidas é diretamente proporcional ao crescimento e fortalecimento da Igreja Católica.

Como os grandes druidas eram conhecidos como as serpentes da sabedoria, São Patrício regozijava-se de ter acabado com as "serpentes" da Bretanha.

A vitória final teria sido de Roma se não existisse a reencarnação. Utilizando-se desse mecanismo natural, o druida Allan Kardec renasceu no Século XIX para dar continuidade ao seu trabalho no campo científico, filosófico e religioso.

O local escolhido foi a cidade de Lyon, na atual França, antiga Gália, no ano de 1804. Seu novo nome seria Hippolyte Léon Denizard Rivail. Educado na Suíça, mudou-se, depois, para Paris, capital cultural do mundo.

Durante muitos anos, o ex-druida dedicou-se ao estudo e prática da Educação. Todavia, aos 50 anos, atraído pelos fantasmagóricos fenômenos que invadiram o globo, sua atenção voltou-se integralmente para as questões transcendentais da vida.

Convencido que os estranhos acontecimentos eram produzidos por espíritos, Rivail começou a fazer-lhes várias perguntas sobre as causas e características das coisas. Desse material saiu sua primeira obra sobre o assunto, O Livro dos Espíritos. Estava inaugurada a nova filosofia espiritualista, que ele chamou de Espiritismo.

Já sabendo que era um druida reencarnado, através da revelação do Espírito Zéfiro, Rivail preferiu assinar O Livro com seu antigo nome celta, a fim de separar seu trabalho de educador do de autor espírita. Fechava-se, assim, um ciclo palingenético, pessoal e histórico.

O espírito Kardec/Rivail completava sua tarefa de condutor de almas e as grandes teses druídicas ressurgiam no bojo da novel Doutrina Espírita. Tudo sobre o mesmo solo gaulês.

Esses fatos, porém, não aconteceram sem a resistência de uma velha inimiga dos druidas. A Igreja Católica tentou denegrir o Espiritismo de várias maneiras. Mas essa já é outra história...

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos e sua tradição Histórica e Lendária - Silvino Canuto de Abreu, Edições LFU, São Paulo, 1992.
Os Celtas - Venceslas Kruta, Editora Martins Fontes, São Paulo, 1979.
Internet - (diversas páginas sobre celtas).




Cleia N. L. Belus

O Assistido

Diante daqueles a quem socorres, não admitas que a caridade seja prerrogativa unicamente de tua parte.
Enumera os bens que recolhes daqueles a quem amparas.
Habitualmente doamos aos companheiros necessitados algo do que nos sobra, deles recebendo muito do que nos falta.
*
É preciso não esquecer que da pessoa a quem assistimos obtemos benefícios substanciais, como sejam:
a verificação de nossas próprias vantagens;
o conhecimento das responsabilidades que nos competem, à frente dos outros;
o aviso salutar, com relação aos deveres que nos cabem, na preservação dos bens da vida;
a paciência com os nossos obstáculos e males menores;
o ensinamento da provação com que somos defrontados;
a aquisição de experiência;
as vibrações de simpatia;
o auxílio que recebemos para sustentar mais amplo auxílio aos outros;
o consolo nos sofrimentos que, porventura, nos fustiguem;
o crédito moral que se registra, a nosso favor, na memória dos espíritos encarnados e desencarnados que amparam a criatura em crises e empeços maiores que os nossos.
*
Serve a benefício dos semelhantes, tanto quanto possas e como possas, em bases da consciência tranqüila, sempre que encontres o próximo baldo de equilíbrio, espoliado de esperança, sedento de paz ou cansado de angústia, nas trilhas do cotidiano, porque a caridade é sempre maior nos dividendos para aquele que dá. Por isso mesmo, temos no Evangelho do Senhor a advertência inesquecível: "mais vale dar que receber."


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.Ditado pelo Espírito Emmanuel.Araras, SP: IDE, 1978.

domingo, 30 de março de 2008

NINGUÉM MORRE

Não reclames da Terra
Os seres que partiram...

Olha a planta que volta
Na semente a morrer.

Chora, de vez que o pranto
Purifica a visão...
No entanto, continua
Agindo para o bem.

Lágrimas sem revolta
É orvalho de esperança.
A morte é a própria vida
Numa nova edição.



Emmanuel

(Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Livro “Caravana de Amor”)

ORAÇÃO A SÃO FRANCISCO

Pai Francisco!



Há muitos anos, poucos anos, naquele dia de outubro de 1226, qual falena de luz, abandonaste a lagarta inerte sobre o solo para voares na direção do zimbório infinito, aureolado de luz.



Havias pedido anteriormente que te despissem o corpo quando a Irmã Morte se te acercasse, e que te colocassem no pó da Irmã Terra, logo alando-te na direção do Amado como um raio de luz que desapareceu no zimbório celeste.



Encerrava-se, naquele momento, o divino périplo da tua missão terrestre em corpo físico.



Fazia pouco, tornaste o lobo de Gúbio um doce cordeiro.



Lograste silenciar a sinfonia dos pássaros para que não perturbassem o teu canto louvando O Senhor.



Colocaste mel nas colméias vazias pelo rigoroso verão, para que as Irmãs Abelhas continuassem zumbindo, fabricando cera.



Lavaste a lepra em muitos corpos e experimentaste os estigmas em êxtase incomparável.



A cada sofrimento que te afligia, entoavas um hino de louvor e, a cada provação experimentada, uma canção de reconhecimento a Deus.



A tua mensagem simples saiu de Assis para trazer de volta o amor e a humildade de Jesus.



No entanto, Pai Francisco, os teus legatários transformamos a tua mensagem em vão poder, em ilusão argentária e, embora a ternura com que a cantaste, repetimo-la entusiasmados, porém, com o coração em gelo, diferente do teu...



Agora, tanto tempo, em pouco tempo depois da tua sinfonia, rogamos que voltes à Terra para, novamente, balbuciar-nos a oração simples aos ouvidos dos nossos corações empedernidos e dos nossos frágeis sentimentos, de modo a reconquistarmos as forças para seguir-te a meiga voz e nos emocionarmos outra vez com o teu amor.



O mundo estertora, Pai Francisco!



Não se trata mais de luta entre cidades que se digladiam, como nos teus dias. É o conflito entre os corações, gerando guerras de extermínio generalizado.



Somente tu, Pai Francisco, podes, enternecendo-nos a ponto de darmo-nos as mãos, lobos e ovelhas que ainda somos, ao comando da tua voz bebermos juntos, no mesmo regato, por onde fluem as águas da misericórdia e do amor inefáveis.



Volta, Pai Francisco, tem misericórdia de nós, e conduze-nos à pequenina Porciúncula onde deixaste os teus despojos, naquele dia longínquo e próximo, de outubro de 1226, pois que todos necessitamos de ti!

Joanna de Ângelis



(Página psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 04 de outubro de 2006, na reunião mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

ESPÍRITO CONSEGUIU RESERVA NO AVIÃO.

No dia 30 de agosto de 1980, Divaldo Franco encontrava-se num aeroporto de Espanha, acompanhado de Nilson de Souza Pereira, para conseguir dois lugares num vôo Barcelona-Paris, afim de dar continuidade a seus compromissos espíritas, já que teria palestras no dia 2 de setembro, no núcleo espírita União Espírita Francesa.

O atendente informou que o pretendido vôo estava lotado, pois era final de férias européias, e só haveria lugar para o dia 12 de setembro.

Frustrado, o médium baiano lamentou profundamente aquele fato, que lhe frustraria todos os seus planos para continuar nas tarefas de difusão espírita.

Bastante descontente, constatando que nada poderia ser feito, Divaldo já ia embora do aeroporto, quando lhe apareceu um Espírito amigo, dizendo que, naquele instante, duas pessoas estavam cancelando suas vagas, mas que isto ainda não tinha sido registrada no computador, o que viabilizava sua viagem. Surpreso com esta notícia, Divaldo correu para falar ao atendente, e insistir pelos dois lugares, mas o rapaz achou absurda a história, se recusando a tomar qualquer providência. Sem saber o que fazer, o médium foi inspirado a sugerir que fizese uma aposta: se ele ligasse à Agência de Trafego Espanha e a informação estivesse errada, Divaldo lhe pagaria uma multa, mas se estivesse certa, o rapaz teria que ir à palestra espírita que ele iria proferir naquela noite, e os incluiria imediatamente nas duas vagas para o vôo. O rapaz, um pouco constrangido, acabou concordando, e telefonou à Agência e ficou assustado ao saber que, naquele momento, um casal estava cancelando seus lugares, e que a informação ainda não tinha sido registrada no computador.

Cumprindo aposta, o atendente não só incluiu Divaldo e Nilson no referido vôo a Paris, como também foi à palestra daquela noite, felizmente para Divaldo e Nilson, e o rapaz!!!

Fato extraído do livro “Atos do Apóstolo Espírita”, de Washington Luiz Nogueira Fernandes

JESUS CHEGOU!

Hoje, as lembranças fizeram-me recordar de D. Benedita Fernandes.

Chegou ela à Araçatuba, na Região Alta Noroeste de São Paulo, que se localiza a umas seis horas da capital paulista totalmente desequilibrada pela mediunidade que lhe aflorava os sentidos. Foi mediatamente, bondosamente, amparada e recolhida em nome da fraternidade, por um casal amigo.

Mais tarde, refeita, começou a recolher aqui e ali, crianças desvalidas, surgindo assim um modestíssimo LAR, hoje o Lar Benedita Fernandes de Araçatuba .

Certa feita, as crianças não tinham o que comer. Benedita explicou-lhes que se elas fossem para o portão Jesus as auxiliaria. Elas se postaram à entrada do Lar, com o estomago a doer.

Ora, passava por ali um homem chamado RICIERI, que era vendedor numa carrocinha, de buchos, rins, fígado, um tripeiro, enfim. Ricieri, perguntou-lhes o que elas faziam ali fora.

"- Estamos esperando Jesus para nos dar de comer!"

"- Digam pois lá dentro, para a mãezinha de vocês, que Jesus chegou ! "

E daquele dia em diante com as sobras do tripeiro não houve mais fome por lá... mas ele também em cada casa que parava, falava aos fregueses daquele pequeno abrigo e muitos passaram a auxiliar.

Conta-se, que um dia, Benedita Fernandes viu jogado a um monturo, morto, e semi devorado por urubus, o corpo de um antigo mendigo, seu conhecido, que pela carência sócio - emocional, era considerado louco... Ela ali mesmo jurou, que jamais alguém, considerado louco, ou mesmo os loucos, ficariam sem o seu amparo! Passou a recolhê-los e abrigá-los num quartinho... Quando em crise, os dementes avançavam para ela... mas essa mulher de seios fartos, cabelos carapinha e sorriso de esperança, sentava-se numa cadeira próxima, aconchegava-os ao seu regaço, colocava a cabeça dos desvairados no seu colo e a crise ia regredindo, regredindo e eles ficavam calmos, pacificados pela força irresistível do amor!!!

O Prefeito da cidade, vendo que aquela era uma boa causa, passou a auxiliá-la com recursos financeiros mas um dia, esse dinheiro tão bem vindo passou a não mais chegar. E ela, ao reclamá-los com o Sr. Prefeito, soube que não mais os teria. Não titubiou... era mulher de fibra vigorosa, avisou ao mandatário que soltaria os loucos todos, por não poder sustentá-los, o que o fez incontinenti. Eles ficaram então, por algumas horas, vagando pela cidade de Araçatuba e, assim, Benedita Fernandes obteve novamente a subvenção e pôde continuar a deles tratar no que é hoje o Sanatório Benedita Fernandes de Araçatuba.

Muito anos mais tarde, Ricieri passou a consultar-se no atual INCA, no Rio de Janeiro, na Praça da Cruz Vermelha, devido a um doloroso câncer no pulmão. Sabedor que Divaldo Franco estaria num Culto na residência do casal Irene-Aristides Silva, no Flamengo, para lá se dirigiu com a esposa Matilde e com os confrades Ana e Geraldo Guimarães.

Todos nós conhecemos como Divaldo Franco é discreto. No entanto, naquele dia, tomando conhecimento do caso do doente, Divaldo disse-lhe de chofre, para espanto de todos que ali se encontravam:

"- É, Ricieri você, como todos nós, vai desencarnar mas... há aqui um venerando espírito a me dizer que irá recebê-lo e auxiliá-lo no trânsito pós - morte. Diz-me ela também, que você a conhece bem, desde os tempos das sobras..." está ela a agradecer, a dizer obrigada pelas sobras!

"- Sobras? Ah, então é D. Benedita Fernandes! Pergunte-lhe se eu não poderia ter uma moratória. Preciso de um tempo, para terminar a obra dos esgotos no Lar de crianças da minha cidade. Divaldo, será que posso pedir além da moratória, que minhas dores sejam minimizadas?"

Divaldo ficou a escutar Benedita Fernandes.

"- Ela me diz que sim, que a moratória ser-lhe-á concedida. Mais tarde, você sentirá uma dor forte no coração e no pulmão. Aí será chegada a hora da viagem... " - completa-lhe Divaldo. Depois, o médium oferece ao doente a terapêutica do passe renovador e suave perfume balsâmico invade o ambiente.

Ricieri e a esposa Matilde foram para casa; para espanto dos médicos a dor havia passado.

Um ano após esses acontecimentos, o bondoso tripeiro já havia terminado os esgotos do abrigo quando... sentiu uma fortíssima e aguda dor no peito, avisou a mulher, deitou-se e, tranqüilamente desencarnou auxiliado, por certo por esse espírito dedicado que se chama Benedita Fernandes!


ANA MARIA SPRÄNGER LUIZ

Nunca te afastes de Jesus!

Mesmo que te distancies por capricho, desequilíbrio e aflição, a Sua irradiação está em torno de ti, envolvendo-te, até que te conscientizes da necessidade de

absorvê-la.



Nessa sublime energia encontrarás reforço para as lutas, paz para as tribulações, esperança para os momentos difíceis, amor para repartires com todos, inclusive com aqueles que se te inimizaram e tentam criar embaraços para o teu avanço na conquista da luz.



Abre-te, portanto, às Suas lições, empenhando-te por insculpi-las no imo, vinculando-te por definitivo a Ele.



Já foste chamado para o Seu ministério, mais de uma vez, e preferiste a loucura do prazer, afastando-te do caminho renovador, sem que Ele jamais se distanciasse de ti.



Agora, encontras-te novamente convidado para o serviço de

auto-iluminação. Não postergues a decisão de ser feliz.



O tempo urge e, enganado pelas utopias existenciais, quando te deres conta, no crepúsculo do corpo, já não disporás de recursos para a reconquista das horas perdidas...



Pensa em Jesus, sempre que te encontres indeciso ou em sofrimento.



Liga-te a Jesus, quando experimentares solidão e abandono, recordando-te que Ele é o amigo daqueles que não têm amigos.



Refugia-te em Jesus, toda vez quando necessitares de um abrigo, de um regaço para reflexão e prece. Ele é o recanto seguro para todas as circunstâncias, especialmente as graves e angustiantes.



A presença de Jesus é a luz do mundo, que o mundo não tem sabido aproveitar, recusando-a em favor da sombra que permanece dominadora.

Joanna de Ângelis



(Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã

Aproveite o Ensejo

Não é o companheiro dócil que exige a sua compreensão fraternal mais imediata, E aquele que ainda luta por domar a ferocidade da ira, dentro do próprio peito.
Não é o irmão cheio de entendimento evangélico que reclama suas atenções inadiáveis. É aquele que ainda não conseguiu eliminar a víbora da malícia do campo do coração.
Não é o amigo que marcha em paz, na senda do bem, quem solicita seu cuidado insistente. É aquele que se perdeu no cipoal da discórdia e da incompreensão, sem forças para tornar ao caminho reto.
Não é a criatura que respire no trabalho normal que requisita socorro urgente. É aquela que não teve suficiente recurso para vencer as circunstâncias constrangedoras da experiência humana e se precipitou na zona escura do desequilíbrio.
É muito provável que, por enquanto, seja plenamente dispensável a sua cooperação no paraíso. É indiscutível , porém, a realidade de que, no momento, o seu lugar de servir e aprender, ajudar e amar, é na Terra mesmo.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.Ditado pelo Espírito André Luiz.Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

sábado, 29 de março de 2008

O Aprendiz Desapontado

Um menino que desejava ardentemente residir no Céu, numa bonita manhã, quando se encontrava no campo, em companhia de um burro, recebeu a visita de um anjo.
Reconheceu, depressa, o emissário de Cima, pelo sorriso bondoso e pela veste resplandecente.
Alucinado de júbilo, o rapazelho gritou:
-Mensageiro de Jesus, quero o paraíso! Que fazer para chegar até lá?!
O anjo respondeu com gentileza:
-O primeiro caminho para o Céu é a obediência e, o segundo é o trabalho.
O pequeno, que não parecia muito diligente, ficou pensativo.
O enviado de Deus então disse:
-Venho a este campo, a fim de auxiliar a Natureza que tanto nos dá.
Fixou o olhar mais docemente na criança e rogou:
-Queres ajudar-me a limpar o chão, carregando estas pedras para o fosso vizinho?
O menino respondeu:
-Não posso.
Todavia, quando o emissário celeste se dirigiu ao burro, o animal prontificou-se a transportar os calhaus, pacientemente, deixando a terra livre e agradável.
Em seguida, o anjo passou a dar ordens de serviço em voz alta, mas o menino recusava-se a contribuir, enquanto o burro ia obedecendo.
No instante de mover o arado, o rapazinho desfez-se em palavras feias, fugindo à colaboração. O muar disciplinado, contudo, ajudou, quanto pôde, em silêncio.
No momento de preparar a sementeira, verificou-se o mesmo quadro: o pequeno repousava e o burro trabalhava.
Em todas as medidas iniciais da lavoura, o pesado animal agia cuidadoso, colaborando eficientemente com o lavrador celeste; entretanto, o jovem, cheio de saúde e leveza, permaneceu amuado, a um canto, choramingando sem saber por que e acusando não se sabe a quem.
No fim do dia, o campo estava lindo.
Canteiros bem desenhados surgiam ao centro, ladeados por fios de água benfeitora.
As árvores, em derredor, pareciam orgulhosas em protegê-los. O vento deslizava tão manso que mais se assemelhava a um sopro divino cantando nas campânulas do matagal.
A Lua apareceu espalhando intensa claridade.
O anjo abraçou o obediente animal, agradecendo-lhe a contribuição. Vendo o menino que o mensageiro se punha de volta, gritou, ansioso:
-Anjo querido, quero seguir contigo, quero ir para o Céu!...
O Emissário divino respondeu, porém:
-O paraíso não foi feito para gente preguiçosa. Se desejas encontrá-lo, aprende primeiramente a obedecer como o burro que soube receber a bênção da disciplina e o valor da educação.
E assim esclarecendo subiu para as estrelas, deixando o rapazinho desapontado, mas disposto a mudar de vida.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã.Ditado pelo Espírito Neio Lúcio.11a edição. Rio de Janeiro: FEB, 1996.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Anjos Guardiães

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.
Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.
*
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.Salvador, BA: LEAL, 1994.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Além-Túmulo

"E, se não há ressurreição demortos, também o Cristo nãoressuscitou."Paulo. (1 CORINTIOS, 15:13.)


Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples solução que lhe é própria.
Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise definitiva. Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final.
Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio.
Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o inferno ilimitado no tempo? como acreditar permaneçam adormecidos milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se afirma em atividade incessante?
Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana.
Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão, somos compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem espiritual, depois do sepulcro, definem-se contra o próprio Evangelho. O Mestre dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante. Quem, desse modo, atravessará o portal da morte para cair em ociosidade incompreensível? Somos almas, em função de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da vida.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida.Ditado pelo Espírito Emmanuel.16a edição. Lição 68. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

quarta-feira, 26 de março de 2008

O Amor

O que é o amor? Numa sala de aula haviam várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora: * Professora, o que é o amor? A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e que trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor. As crianças saíram apressadas e ao voltarem a professora disse: * Quero que cada um mostre o que trouxe consigo. A primeira criança disse: * Eu trouxe esta flor, não é linda? A segunda criança falou: * Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção. A terceira criança completou: * Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha? E assim as crianças foram se colocando. Terminada a exposição a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora se dirigiu a ela e perguntou: * Meu bem, porque você nada trouxe? E a criança timidamente respondeu: * Desculpe professora. Vi a flor e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas ao subir na árvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe? A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração e não em nada físico".

terça-feira, 25 de março de 2008

A OUTRA VIDA

Emmanuel


"A vida no Além é também atividade, trabalho, luta, movimento.
A lei das afinidades a tudo preside, entre os seres despidos dos instrumentos carnais, e, liberto o Espírito dos laços que o agrilhoavam à matéria, recebe o apelo de quantos se afinam pelas suas preferências e inclinações".

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Pensamentos e Fluidos

Autor: Allan Kardec


_Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável_ - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).

Vimos que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência. Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca mal estar físico e psíquico.


Pode-se concluir assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.


À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos, tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.


_A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem conseqüências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos_ - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).


À medida que cresce através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto espirituais, é diretamente proporcional ao seu grau evolutivo e que ele pode mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente. Aliando-se a boas companhias espirituais através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera fluídica em torno de si e, consequentemente, do ambiente em que vive. Resumindo, todos somos responsáveis pelo estado de dificuldades morais que vive o planeta atualmente.


_Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes_ - (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867).

Cristãos sem Cristo

"Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei" JESUS - MATEUS, 11:28.



Reverencia o Divino Mestre, com todas as forças da alma, entretanto, não menosprezes honrá-lo na pessoa dos semelhantes.

Guarda-Lhe as memórias entre flores de carinho, mas estende os braços aos que clamam por ELE, entre os espinhos da aflição.
Esculpe-Lhe as reminiscências nas obras-primas da estatuária, sem qualquer intuito de idolatria, satisfazendo aos ideais de perfeição que a beleza te arranca aos sonhos de arte, no entanto, socorre, pensando NELE, aos que passam diante de ti, retalhados pelo cinzel oculto do sofrimento.
Imagina-Lhe o semblante aureolado de Amor, ao fixá-LO nas telas em que se te corporifiquem os anseios de luz, mas suaviza o infortúnio dos que esperam por ELE, nos quadros vivos da angústia humana.
Proclama-Lhe a glória imperecedoura no verbo eloqüente, mas deixa que a sinceridade e a brandura te brilhem na boca, asserenando, em seu nome, os corações atormentados que duvidam e se perturbam entre as sombras da Terra.
Grava-Lhe os ensinamentos inesquecíveis, movimentando a pena que te configura as luminosas inspirações, no entanto, assinala as diretrizes dele com a energia renovadora dos teus próprios exemplos.
Dedica-Lhe os cânticos da fidelidade e louvor que te nascem da gratidão, mas ouve os apelos dos que jazem detidos nas trevas, suplicando-LHE liberdade e esperança.
Busca-Lhe a presença, no culto da prece, rogando-LHE apoio e consolação, no entanto, oferece-LHE mãos operosas no auxílio aos que varam o escuro labirinto da agonia moral, para os quais essa ou aquela ninharia de tuas facilidades constitui novo estímulo à paciência.

Através de numerosas reencarnações, temos sido cristãos sem Cristo.

Conquistadores, não nos pelávamos de implorar-LHE patrocínio aos excessos do furto.
Latifundiários cruéis, não nos envergonhávamos de solicitar-lhe maior número de escravos que nos atendessem ao despotismo, em clamorosos sistemas de servidão.
Piratas, dobrávamos insensatamente os joelhos para agradecer-LHE a presa fácil.
Guerreiros, impetrávamos DELE, em absoluta insanidade, nos inspirasse o melhor modo de oprimir.

Agora que a Doutrina Espírita no-lo revela por mentor claro e direto da alma, ensinando-nos a responsabilidade de viver, é imperioso saibamos dignificá-Lo na própria consciência, acima de quaisquer demonstrações exteriores, procurando refleti-Lo em nós mesmos.

Entretanto, para que isso aconteça,
é preciso, antes de tudo,
matricular o raciocínio na escola da caridade,
que será sempre a mestra sublime do coração.






pelo Espírito EMMANUEL, Livro: "Livro da Esperança", Psicografia: Francisco Cândido Xavier

BENFEITORA

Floresce, espontânea, em toda parte, independendo dos fatores que lhe propiciam o desabrochar.

Inesperadamente aparece nos solos áridos, nos quais os sentimentos não medram.

Nas terras encharcadas da emotividade abundante, também surge sem qualquer programação...

Sua presença é percebida, logo de início, convidando à atenção que nela se fixa, a partir desse momento.

Detestada, não teme reações, tornando o seu apelo mais forte.

Aceita, diminui a agudeza dos seus efeitos, suavizando-os.

Estudada por teóricos e práticos, todos se lhe referem de maneira variada, sem chegarem a uma conclusão unânime.

A verdade, porém, é que se faz conhecida sempre, e ninguém pode impedir-lhe a presença.

Depois que encerra um ciclo, prepara, para um novo cometimento, a sua oportuna aparição.

Nenhum recurso a impede, porque, por enquanto, ela é a única maneira de conduzir o homem na conquista dos altos Cimos da Vida, desde que o amor não logre fazê-lo.

Essa flor abençoada, que surge nos terrenos de todas as vidas, é a dor.

Este homem padece de injunções sócio-econômicas e tem a alma em desalinho.

Aquele experimenta a abundância de valores amoedados e sofre a solidão afetiva que o dinheiro não pode comprar.

Esse, arde nas brasas do desejo, insatisfeito, e, lasso, entrega-se ao frenesi da promiscuidade.

Estoutro, esgrime o ódio e sofre-lhe a rebeldia dilacerante nos tecidos íntimos do ser.

Aqueloutro caminha chancelado pelas etiquetas das patologias cruéis.

Uns definham nas garras afiadas de enfermidades irreversíveis.

Outros derrapam em alucinações inimagináveis...

Todos, porem, sofrendo a constrição das dores de variada expressão, amargurando, lapidando, despertando para novos valores da vida, que permanecem desprezados.

A dor é benfeitora anônima, que a todos visita.

Cessados os seus efeitos perturbadores, quantas conquistas morais e espirituais!

Os prepotentes, que a desconsideram, não chegam ao termo da jornada, sem experimentar-lhe a companhia.

Os ingratos, que se supõem felizes, não lhe fogem à presença.

Os orgulhosos, que a desprezam, considerando-se inatingíveis, encontram-na adiante...

Ela verga toda cerviz e submete, sem exceção, todas criaturas.

O seu cerco é invencível e ela sai-se sempre vencedora.

É instrumento da Lei, que o próprio homem vitaliza e necessita.

Tu, que conheces Jesus, recebe essa benfeitora, sem rebeldia.

Não se trata de masoquismo, mas, sim, da inevitabilidade de sofrer, transformando esse estado em formosa aquisição de bênçãos.

Hás os testemunhos à fé e os resgates que procedem do passado.

Seja qual for o motivo, transforma-o em oportunidade iluminativa, porque estás, na Terra, para crescer e evoluir, adquirindo experiências de profundidade.

A dor, que a muitos amesquinha, envilece e atordoa, deve constituir-te estímulo para a grande vitória sobre ti mesmo.

Não te preocupes com mais nada, e, sob o seu jugo, confiante, avança com a dor até conseguires o teu momento de plena libertação.





pelo Espírito Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo P. Franco – do livro Momentos de Felicidade

À LUZ DO EVANGELHO

Emmanuel


Meus amigos:
Saudando o nosso irmão presente, bem como aos demais companheiros da nossa caravana evangélica, faço-o na paz de Jesus, desejando-vos a sua luz santificadora.
Nada mais útil do que o esforço de evangelização, na atualidade, e é dentro dessa afirmativa luminosa que precisamos desenvolver todos os nossos labores e pautar todos os pensamentos e atitudes.
As transições terríveis e amargas do século têm sua origem na clamorosa incompreensão do exemplo do Cristo.
O trabalho secular de organização das ciências positivas caminhou a par da estagnação dos princípios religiosos. Os absurdos contidos nas afirmações e negações de hoje são o coroamento da obra geral das ciências humanas, entre as quais, despojada de quase todos os seus aspectos magníficos da Antigüidade, vive a filosofia dentro de um negativismo transcendente.
E o que se evidencia aos amargurados dias que passam, é, de um lado, a ciência que não sabe e, de outro, a religião que não pode.
O nosso labor deve caracterizar-se totalmente pelo esforço de renovação das consciências e dos corações, à luz do Evangelho. Urge, pelos atos e pelos sentimentos, retirar da incompreensão e da má-fé todas as leis orgânicas do código divino, e aplicá-las à vida comum.
O vosso sacrifício e o vosso esforço executarão o trabalho regenerador, mas necessário é não vos preocupeis com os imperativos do tempo, divino patrimônio da existência do espírito. À força de exemplificação e apoiados nas vossas convicções sinceras, conseguireis elevadas realizações, que farão se transladem para as leis humanas as leis centrais e imperecíveis do Divino Mestre.
Esse o grande problema dos tempos.
Nenhuma mensagem do mundo espiritual pode ultrapassar a lição permanente e eterna do Cristo, e a questão, sempre nova, do Espiritismo é, acima de tudo evangelizar, ainda mesmo com sacrifício de outras atividades de ordem doutrinária.
A alma humana está cansada de ciência sem sabedoria e, envenenado pelo pensamento moderno, o cérebro, nas suas funções culturais, precisa ser substituído pelo coração, pela educação do sentimento.
O Evangelho e o trabalho incessante pela renovação do homem interior devem constituir a nossa causa comum.
Procuremos desenvolver nesse sentido todo o nosso esforço dentro da oficina de Ismael, e teremos encontrado, para a nossa atividade, o setor de edificação sadia e duradoura.
Que Jesus abençoe os labores do nosso amigo e dos seus companheiros, que, com abnegação e renúncia, lutam pela causa do glorioso Anjo, servindo de instrumento sincero à orientação superior da sua Casa no Brasil, é a rogativa muito fervorosa do irmão e servo humilde.

Psicografada por Francisco Cândido Xavier no dia 13 de maio de 1938.
Dirigida a Manuel Quintão, na época Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, que se achava em Pedro Leopoldo em visita ao Chico.
Foi publicada pelo Reformador daquele mesmo ano (p. 210) e republicada no número de maio de 1976, da mesma revista (p. 123).

domingo, 23 de março de 2008

MENSAGEM DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

O Calvário do Mestre não se constituía tão somente de secura e aspereza...
Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos.
E as flores que desabrochavam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.
Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...
Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração...
Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!...
Entretanto, não te detenhas. Caminha!....
É necessário ascender.
Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes.
Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.
Não temos outra diretriz senão a de sempre:
Descer auxiliando para subir com a exaltação do Senhor.
Dar tudo para receber com abundância.
Nada pedir para nosso Eu exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal.
Ser a concórdia para a separação.
Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição..
Ama sempre.
É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, os mendigos dos milênios derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.
Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta.
A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.
O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança.
Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?
É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados.
A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo.
O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido.
A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.
Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humanidade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.
É imprescindível a ascensão.
A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram. Refaz as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.
O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.
O farol no oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.
Avança.... Avancemos...
Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor é o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.
Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.
Não exijamos esclarecimentos.
Procuremos servir.
Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.
Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.
O Evangelho é o nosso Código Eterno.
Jesus é o nosso Mestre Imperecível.
Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...
Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar

Esta Mensagem foi psicografada por Francisco Cândido Xavier dirigida a Pietro Ubaldi, em 17 de agosto de 1951, na residência de Dr. Rômulo Joviano em Pedro Leopoldo, MG, na presença de doze pessoas, ao mesmo tempo em que, sentado à mesma mesa, Pietro Ubaldi recebia mais uma mensagem canalizada de Jesus Cristo.

sábado, 22 de março de 2008

Visão Espírita da Páscoa

O Espiritismo não celebra a Páscoa, mas respeita as manifestações de religiosidade das diversas igrejas cristãs, e também não “proíbe” que os seus adeptos manifestem a sua religiosidade.
Páscoa, ou passagem, simboliza a libertação do povo hebreu da escravidão sofrida durante séculos no Egipto, mas no cristianismo comemora a ressurreição do Cristo, que se deu na Páscoa judaica do ano 33 da nossa era, e celebra a continuidade da vida.
O Espiritismo, embora sendo uma doutrina cristã, entende de forma diferente alguns dos ensinamentos das igrejas cristãs. Na questão da ressurreição, para nós, Espíritas, Jesus apareceu a Maria de Magdala e aos discípulos com o seu corpo espiritual, que chamamos de perispírito. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal, física. Jesus de Nazaré não precisou derrogar as leis naturais do nosso mundo para firmar o seu conceito missionário. A sua doutrina de amor e perdão é muito maior que qualquer milagre, até mesmo a ressurreição.
Isto não invalida a festa da Páscoa se a encararmos no seu simbolismo. A Páscoa judaica pode ser interpretada como a nossa libertação da ignorância, das mazelas humanas, para o conhecimento ético-moral. A travessia do Mar Vermelho representa as dificuldades para a transformação. A Páscoa Cristã, representa a vitória da vida sobre a morte, do sacrifício pela verdade e pelo amor. Jesus de Nazaré demonstrou que se pode executar homens, mas não se conseguem matar as grandes ideias renovadoras, os grandes exemplos de amor ao próximo e de valorização da vida.
Como a Páscoa Cristã representa a vitória da vida sobre a morte, queremos deixar firmado o conceito que aprendemos no Espiritismo, que a vida só pode ser definida pelo amor, e o amor pela vida. Foi isso que Jesus de Nazaré afirmou que veio ao mundo para que tivéssemos vida em abundância, isto é, plena de amor.
Amílcar Del Chiaro Filho
Artigo Publicado pela Revista Católica MISSÕES (Ordem Consolata)

Sementes de Felicidade

Convença-se do poder de Deus.
É o poder que transforma, corrige, renova e mantém sempre bela a vida.
Opera no seu íntimo, mediante os pensamentos de amor. è infinito.
Procure-o.
Reconhecendo o poder de Deus, você abre as portas à sua vibração e à sua benção.
E pode operar grandes feitos

Partes de mensagens do livro Sementes de Felicidade - Lourival Lopes

sexta-feira, 21 de março de 2008

Acidentes

Reflitamos nisto:
se tiveres humildade e calma,
num instante de crise,
guarda a certeza
de que conseguirás
evitar longo tempo
de remorso e pesar.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos.Ditado pelo Espírito Emmanuel.2a edição. Jabaquara, SP: CEU, 1981

quinta-feira, 20 de março de 2008

Agasalho

O aprendiz buscou o orientador e clamou, agoniado:- Amigo querido, por que a contradição em que me vejo? Vivia tranqüilo, quando adquiria fé.Depois de instalar a fé no coração, o sofrimento apareceu em minha vida...Se acumulei tanta confiança na Divina Providência, qual a razão pela qual tantas tribulações me acompanham?Momentos surgem, nos quais me sinto em doloroso desespero.Por que tamanho contra-senso?O interpelado, entretanto, respondeu sem hesitar:- Filho, não te revoltes. A Lei do Senhor é justiça e misericórdia.O Pai Todo-Sábio não podia livrar-te da provação, mas não podes negar que a Infinita Bondade te amparou com o apoio oportuno, a fim de que atravesses as tempestades de hoje com o agasalho preciso...

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos.Ditado pelo Espírito Emmanuel.2a edição. Jabaquara, SP: CEU, 1981

quarta-feira, 19 de março de 2008

A Alma também

Casas de saúde espalham-se em todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as dependências.
Entretanto, as doenças da alma, não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso, ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos.
Estimamos a imunização na patologia do corpo.
Será ela menos importante nos achaques do espírito?
Surpreendemos determinada verruga e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades orgânicas de extensão imprevisível.
Reconhecendo uma tendência menos feliz em nós próprios é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje não extirpado será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve.
Esmeramo-nos por livrar-nos da neurastenia capaz de esgotar-nos as forças.
Tratemos também de nossa afeição temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória.
Tonificamos o coração, corrigindo a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o padrão de longevidade. Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam tantas vidas preciosas.
Requintamo-nos, como é justo, em assistência dentária na proteção indispensável.
Empenhemo-nos de semelhante maneira, na triagem do verbo para que a nossa palavra não se faça azorrague de sombra.
Defendemos o aparelho ocular contra a catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o modo de ver. Preservamos o engenho auditivo contra a surdez.
No mesmo passo, eduquemos o ouvido para que aprendamos a escutar ajudando.
A Doutrina Espírita é instituto de redenção do ser para a vida triunfante. A morte não existe.
Somos criaturas eternas. Se o corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também.

André Luiz

terça-feira, 18 de março de 2008

Aproveite o Ensejo

Não é o companheiro dócil que exige a sua compreensão fraternal mais imediata. É aquele que ainda luta por domar a ferocidade da ira, dentro do próprio peito.
Não é o irmão cheio de entendimento evangélico que reclama suas atenções inadiáveis. É aquele que ainda não conseguiu eliminar a víbora da malícia do campo do coração.
Não é o amigo que marcha em paz, na senda do bem, quem solicita seu cuidado insistente. É aquele que se perdeu no cipoal da discórdia e da incompreensão, sem forças para tornar ao caminho reto.
Não é a criatura que respire no trabalho normal que requisita socorro urgente. É aquela que não teve suficiente recurso para vencer as circunstâncias constrangedoras da experiência humana e se precipitou na zona escura do desequilíbrio.
É muito provável que, por enquanto, seja plenamente dispensável a sua cooperação no paraíso. É indiscutível , porém, a realidade de que, no momento, o seu lugar de servir e aprender, ajudar e amar, é na Terra mesmo.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.Ditado pelo Espírito André Luiz.Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Autoconscientização

Os dias atuais, caracterizados pelos conflitos psicológicos, em face do tumulto que domina o pensamento da sociedade e as ambições de cada indivíduo, exigem profundas reflexões, a fim de que a harmonia permaneça nos sentimentos humanos e na conduta pessoal em relação a si mesmo.
As admiráveis conquistas da Psicologia profunda, contribuindo para a solução dos muitos distúrbios que se apresentam perturbadores, convidam à meditação em torno da realidade que se é, para que sejam superados os condicionamentos em que se encontra, de forma a situar-se com equilíbrio ante os desafios e as injunções, não raro, penosos, que se apresentam em toda parte exigindo decisões inadiáveis.
Atordoando-se ante o volume das atividades que defronta, o indivíduo percebe-se desequipado de valores que lhe facultem uma boa administração das injunções em que se encontra, não sabendo o rumo que deve seguir.
Convidado, porém, à auto-reflexão, à autoconscientização mediante as quais poderá descobrir a sua realidade essencial, recusa-se por automatismo, receando penetrar-se em profundidade, em razão do atavismo castrador a que se submete.
A sombra que o condiciona ao aceito e determinado ameaça-o de sofrimento, caso busque iluminar o seu lado escuro, permitindo-lhe a autoidentificação que se encarregará de libertá-lo das aflições e conflitos de comportamento, que são heranças ancestrais nele prevalecentes.
Vitimado pelo jogo das paixões sensoriais, anula a própria alma que discerne, e procura não se deixar vencer pelos desejos infrenes que o arrastam ao jogo ilusório do prazer desmedido.
Apresentando-se incapaz, no entanto, de lutar pela libertação interior, permite-se arrastar mais facilmente pelo tumulto dos jogos da sensualidade, naufragando nas aspirações de enobrecimento e de cultura, de beleza e de espiritualidade, temendo perder a oportunidade que a todos é oferecida de desfrutar as facilidades e permissões morais que constituem a ordem do dia.
A estrutura psicológica do ser humano é trabalhada por mecanismos muito delicados, sofrendo os golpes violentos da ignorância, do prazer brutalizado, dos vícios inveterados. Não suportando a alta carga de tensões que esses impositivos lhe exigem, libera conflitos e temores primitivos que estão adormecidos, desequilibrando as emoções, cujos equipamentos sutis geram distonias e depressões.
O desvario do sexo, que se tornou objeto de mercado, transformando homens e mulheres em coisas de fácil aquisição, é também instrumento de projeção social, de conquista econômica, de exaltação do ego, despertando nas mentes imaturas psicologicamente ânsias malcontidas de desejos absurdos, nele centralizando todas as aspirações, por considerá-lo indispensável ao triunfo no círculo em que se movimenta.
Incompleto, por não saber integrar os seus conteúdos psicológicos da anima à sua masculinidade e do animus à sua feminilidade, conseguindo a realização da obra-prima que lhe deve constituir meta, o ser humano deixa-se arrastar pelas imposições de um em detrimento do outro, afligindo-se sem saber por qual motivo.
Procura, então, agônico e insatisfeito, recuperação na variedade dos prazeres, identificando-se mais confuso, a um passo de transtorno sempre mais grave, qual ocorre a todo instante no organismo social e nos relacionamentos inter-pessoais.
A sombra governa-o, e ele se recusa à luz da libertação.
*
O Apóstolo Paulo afirmou: Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço. (Romanos, 7-19.)
Nesse auto-reconhecimento, o nobre servidor do Evangelho de Jesus denunciava a existência do seu lado escuro, impulsionando-o a atitudes que reprovava e não conseguia impedir-se de praticar. Mediante, porém, esforço perseverante e autoconscientização da própria fragilidade psicológica, o arauto da Era Nova conseguiu atingir a culminância do seu apostolado, quando proclamou: (...) E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim... (Gálatas, 2:20.)
Somente através da coragem para encontrar a consciência mediante uma análise tranqüila das possibilidades de que dispõe é que a criatura humana logrará liberar-se da situação conflitiva que a domina, facultando-se selecionar os valores reais daqueles ilusórios aos quais se atribui significados, mas que sempre deixam frustração e vazio existencial.
A experiência física tem objetivos bem delineados que se apresentam acima da vacuidade dos interesses imediatistas que dominam na moderna sociedade consumista. Esse seu consumismo exterior resulta dos obscuros conflitos internos que projetam para fora e para outrem sua imagem de inquietação, transferindo-a do eu profundo, como necessidade de agitação para fugir de si mesmo.
Sucede que, nessa ansiosa projeção, o ser se torna consumido pelos demais, e por sua vez, destituído dos sentimentos profundos de amor, procura consumir os outros, utilizando dos seus recursos e qualidades reais ou imaginárias para saciar a sede de prazer em que se aturde, e seguir adiante.
Não saciado, porque essas experiências somente mais afligem, surge a necessidade das extravagâncias, pelas libações alcoólicas, pelo uso de substâncias químicas alucinantes, pelas aberrações sexuais intituladas de variedades para o prazer, pela agressividade, pela violência, ou pela queda nos abismos da depressão, da loucura, do suicídio...
A única alternativa disponível, portanto, para o ser humano de hoje, qual ocorreu com o de ontem, é o mergulho interior, a autodescoberta, a conscientização da sua realidade de Espírito imortal em viagem transitória pelo corpo, a fim de adquirir novas realizações, reparando males anteriores e conseguindo harmonia íntima, para que possa desfrutar de todas as concessões que se lhe encontram à disposição, premiando-o pelo esforço de autoconquista e autolibertação.
Naturalmente que, ao ser ativado o mecanismo de identificação do ser real, o hábito da fuga dos compromissos superiores induz à projeção, para poupar-se à dor, o que constitui um grande erro, porquanto o sofrimento se tornará ainda mais penoso.
É óbvio que somente a claridade vence as sombras, e a autoconscientização é o foco de luz direcionado à escuridão que predomina no comportamento psicológico do ser humano.
*
Jesus asseverou com propriedade ser a luz do mundo, porque a Humanidade se encontrava em profunda escuridão, qual ocorre nos dias presentes.
A Sua é a mensagem de responsabilidade pessoal perante a vida, e de serviço constante em favor de si mesmo e da coletividade.
Trazendo aos homens e mulheres o Seu exemplo de amor e de abnegação, não se propôs carregar o fardo do mundo, a fim de liberá-los de suas responsabilidades, mas ensinou a todos como conduzirem os seus problemas e angústias, solucionando-os com o amor a Deus, a si mesmos e ao próximo, por ser esse sentimento de amor a perene luz de libertação de toda a sombra existente no mundo íntimo e na sociedade em geral.

Divaldo P. Franco.Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 11 de julho de 2000, em Paramirim, Bahia. Extraído da Revista Reformador, Junho de 2001..

sábado, 15 de março de 2008

Bem e Mal Sofrer

Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.
O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."
Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. - Lacordaire. (Havre, 1863.)


Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.112a edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febrasil.org. Federação Espírita Brasileira, 1996.

sexta-feira, 14 de março de 2008

SONHOS VIVOS

A semente no celeiro é sonho vivo; transportada, à lavoura, transforma-se em árvore que produz. Sem isso murcharia no silêncio.

O minério no solo é sonho vivo; conduzido à atividade é matéria prima. Sem isso, por tempo indeterminado, estaria na condição de mero calhau.

O plano de uma construção é sonho vivo; concretizado, porém, é obra de utilidade inapreciável. Sem isso seria mera figuração entregue à poeira.

A escola de pé é um sonho vivo; movimentada pelos obreiros da instrução é oficina de luz. Sem isso não passaria de promessas distantes.

O livro na cabeça do escritor é sonho vivo; carregado ao campo das letras é usina de sugestão. Sem isso desapareceria por visão mental entrevista de longe.

A convicção espírita é também sonho vivo; mas trazida à realidade prática é tarefa para edificação do mundo melhor. Sem isso não passará de clarão escondido.

É por essa razão que todos podemos crer e aprender, discutir e apregoar, consolados, entretanto, no terreno da verdadeira ascensão do espírito nada conseguiremos sem trabalhar.





pelo Espírito Albino Teixeira - Livro Ideal Espírita - Psicografia Francisco C. Xavier - Espíritos Diversos

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...

A Natureza é assim... Deus nos ensina se soubermos estar atentos...
"Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo."